Na mídia estatal (não
há privada) da Venezuela, a campanha presidencial brasileira é analisada como verdadeira
luta entre o bem e o mal, representados, respectivamente, pela candidata à
reeleição e pela ex-senadora, que é considerada direitista. Por se tratar de candidata
alinhada com a política bolivariana do presidente venezuelano, a petista
mereceu tempo especial na televisão, com reportagens impressas e na televisão
mostrando matérias editadas com títulos favoráveis à petista, pondo em destaque
expressões como "melhoras sociais" e "criação de
empregos.". A reportagem na TV Telesur, canal de notícias internacionais, lançado
pelo então presidente venezuelano e bancado com apoio de Cuba, Bolívia e
Argentina. O site da emissora frisou que "Dilma reforçará avanços na educação.". Já a pessebista é
apresentada como defensora da "implementação
de políticas neoliberais", que ameaçam empurrar milhões de brasileiros
de volta à pobreza. A TV Telesur promove campanha mais virulenta contra a
ambientalista, que merece o título de candidata da "extrema direita" que busca criar laços de "submissão, vassalagem e alta dependência"
com os EUA, a exemplo do que supostamente fizeram o regime militar e os
ex-presidentes anteriores ao governo petista. Noutra reportagem, a televisão
venezuelana fez severas críticas à ex-senadora, ao afirmar que "É claro que dona Marina conspiraria, até
aniquilá-lo, com o exitoso programa brasileiro de combate à fome para
substitui-lo, obviamente, com algum programa de ajuste pautado pelo FMI (Fundo
Monetário Internacional)... para que os
mais pobres se rasguem com suas próprias unhas.". Em contraposição,
foi atribuída ao governo petista a "redução
de 75% da pobreza no Brasil" e alertou para o risco de “retrocessos internos, em caso de vitória de
Marina, qualificada como próxima do capitalismo.”. Na Telesur, foi dito que
mudança de governo no Brasil poderia causar "impacto negativo" no processo de integração regional. A
candidata petista não poderia merecer presente melhor vindo da Venezuela, com
afirmações que se encaixam exatamente ao seu perfil de grande estadista, que
teria conseguido transformar uma republiqueta em grande nação, com destaque
para os gigantescos avanços na transferência de renda, com enormes melhoras no
campo social, ou seja, era tudo o que a petista gostaria de ouvir, para afagar
o seu ego, principalmente porque aqui no Brasil, as qualidades dela são
exatamente contrárias às enaltecidas pelo ditador venezuelano, que certamente
paga com elogios exagerados e inverossímeis as ajudas econômicas e em apoio recebidos
do país amigo: o Brasil. Ocorre que, à toda evidência, um país destroçado e arruinado
como a Venezuela, totalmente destruído pelas perdas das virtudes inerentes aos
direitos humanos, às liberdades de pensamento e de expressão e à democracia,
que foram jogados para o espaço abraçados com o regime bolivariano, que se caracteriza
pela truculência da repressão sobre o povo, que foi submetido aos rigores da
alta inflação e da escassez de produtos de primeira necessidade, em franco
processo de racionamento, ante às enormes dificuldades econômicas que afetam o
país. Na verdade, para o bom entendedor, os elogios vindos do governo
venezuelano para a candidata petista funcionam muito mais como verdadeira
contribuição depreciativa e negativa, justamente por se tratar de pessoa que
menospreza os valores humanos e os princípios democráticos, não oferecendo a
menor credibilidade quanto ao seu posicionamento sobre qualquer assunto de
interesse político e administrativo, não tendo a menor influência senão
depreciativa e sem o menor valor como mérito de estadista, haja vista que é
notório o desastroso desempenho da gestão do presidente da Venezuela, em cujo
país faltam bens essenciais, inclusive papel higiênico, que é vendido sob
rigoroso controle, dando a entender que o povo não pode se exceder nos hábitos
costumeiros. O certo é que a generosa propaganda política do ditador do país
amigo do Brasil apenas confirma o velho provérbio segundo o qual “Diga-me com quem andas e eu te direi quem és”, expressão essa que indica que se conhecem
as reais qualidades de uma pessoa pela companhia que ela mantém. No caso sob
exame, fica muito evidente a péssima qualidade dos governantes que estão sendo
apoiados pelo governo tupiniquim, que faz questão de menosprezar a pareria com
as nações desenvolvidas, em cristalinos prejuízos aos interesses nacionais. Em
se tratando do presidente venezuelano, não precisa acrescentar mais nada,
porque conviria até que seus apegos sequer existissem, eis que suas qualidades têm
os predicados meléficos que não se encaixam num país que almeja se desenvolver
sob os princípios maiores da democracia e do saudável respeito aos direitos
humanos e às liberdades individuais. A sociedade precisa se conscientizar,
atenta à soberania nacional, sobre as companhias e as amizades indesejáveis e nefastas
nutridas pelo governante brasileiro, como forma de se avaliar acerca dos
malefícios que elas podem causar aos interesses nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de setembro de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário