Os analistas do
mercado financeiro, com base no desempenho das atividades produtivas, projetam crescimento
da economia cada vez mais acanhado e ridículo, ante as potencialidades
brasileiras. As estimativas estão sendo feitas há algumas semanas seguidas, que
mostram sequência de redução na estimativa para a expansão do Produto Interno
Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. As projeções
estão em escala de declínio e as expectativas não são animadoras, segundo os
levantamentos realizados por instituições financeiras, que são consultadas semanalmente
pelo Banco Central do Brasil sobre os principais indicadores econômicos. O
Banco Central confirma que realmente está havendo queda nas atividades
econômicas, conforme avaliação do Índice de Atividade Econômica do Banco
Central (IBC-Br), que evidencia a tendência do desempenho econômico. O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado do
PIB do segundo trimestre do ano, no percentual negativo de -0,6%, bastante
desastroso para as pretensões da presidente da República, que tem só que se conscientizar
sobre o decepcionante desempenho de suas políticas econômicas, por ser desalentador
e preocupante, porque seus efeitos são da maior gravidade para a sociedade,
ante a possibilidade da retração das atividades industriais, com fechamento de
empresas e a redução produtiva, causando desemprego e dificuldades de novas
colocações de empregos, com consequência prejudicial ao consumo, que certamente
cairá em virtude da diminuição da renda. Ou seja, o governo demonstra completa
incapacidade para viabilizar medidas capazes de colocar a economia no trilho
correto da retomada do desenvolvimento. No caso, fica patente que a
continuidade da aplicação dos mecanismos obsoletos e contrários ao
aperfeiçoamento dos sistemas econômicos apenas confirma a precariedade da
equipe econômica, ante os prejuízos causados ao desempenho das atividades
produtivas. Enquanto não houver discernimento e conscientização sobre essa
monstruosa incapacidade gerencial, que se satisfaz com o comodismo das
políticas vigentes, sem o menor vislumbre sobre a imediata reformulação dos
sistemas e das estruturas que são capazes de eliminar os gargalos que
estrangulam as possibilidades de desenvolvimento dos sistemas produtivos, com
consequente criação de empregos. A projeção para a atividade econômica é
desalentadora e de igual modo é a expectativa do mercado financeiro para a
inflação, que também não é animadora, ante as estimativas e as projeções para
longe do centro da meta de 4,5% a.a., que é bem inferior ao limite superior de
6,5%, índice ao qual beira a inflação oficial, que não corresponde exatamente à
inflação real, sempre bem superior, à vista da elevação generalizada dos preços
reais. Outro fator preocupante diz respeito à taxa básica de juros, a conhecida
Selic, que é usada pelo Banco Central para influenciar a economia e,
consequentemente, a inflação, que deve fechar este ano sem novas alterações,
conforme as expectativas das instituições financeiras, que também não chega a
ser nada agradável, por já ter atingido o patamar de 11% a.a. Não há dúvida de
que os fatos mostram que o mundo financeiro sente tremor e pavor à continuidade
do atual governo, justamente em razão do horroroso desempenho da economia,
refletido pelos indicadores aqui demonstrados, que são realmente desanimadores,
ante as piores perspectivas, em virtude da falta de mudanças da condução das
políticas econômicas, aliadas às omissões quanto às reformas estruturais, a
exemplo do enxugamento da máquina pública, da redução da pesada carga
tributária e da racionalização de muitos encargos e mazelas que estão
contribuindo para garrotear os mecanismos indispensáveis ao crescimento e ao
desenvolvimento do país. Os números mostram, de forma bastante consistente, que
as perspectivas para o crescimento da economia chegam a ser frustrantes, ante
as previsões dos economistas especializados de que o Produto Interno Bruto
deste ano poderá ser desanimador, bem inferior às metas planejadas, possivelmente
ainda pior ao sofrível 0,9% do ano passado, que já foi simplesmente desastroso,
porém bastante compatível com a mediocridade das políticas econômicas
governamentais, que insistem com o emprego dos instrumentos em dissonância com
a realidade e a modernidade macroeconômica, que exigem urgente reformulação das
estruturas do Estado, como forma de melhorar o desempenho dos indicadores
econômicos e de contribuir para desenvolvimento do país. Compete à sociedade avaliar
quem tem efetivas condições e capacidades para administrar o país, com eficiência
e competência indispensáveis à retomada do crescimento social, econômico,
político e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de setembro de 2014
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