segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Os ranços da incompetência

Com “séculos” de atraso, a presidente da República sinaliza, agora, que deverá ter novo ministério no caso de eventual segundo mandato, inclusive deve promover a substituição do polêmico e atrapalhado ministro da Fazenda. Ela disse que “governo novo, equipe nova”. A antecipação dessa medida visa atrair o interesse do empresariado à sua reeleição, em virtude da evidência de que essa classe já deixou muito claro que não apoia mais a fracassada política econômica petista. A decisão da presidente significa “demissão”, em plena campanha, do ministro que nunca conseguiu acertar as previsões econômicas feitas por ele, as quais devem ter contribuído muito mais para desgastar o desempenho e a credibilidade do governo. Não há dúvida de que a aludida decisão já vem tarde demais, porém o seu anúncio tem o condão e a inconveniência de evidenciar para o mundo o quanto ele é dispensável e até prejudicial às políticas econômicas do país, ante a contabilização de sucessivos e desastrosos resultados do desempenho da economia, fazendo com que o Produto Interno Bruto despencasse para alarmantes e indesejáveis índices negativos, em contraposição às potencialidades econômicas do Brasil, que é considerado a sétima economia mundial. O certo é que a sofrível condução das políticas econômicas contribuiu para desagradar não somente os empresários, mas também a sociedade, que expressam, por unanimidade, falta ter confiança e de credibilidade quanto às medidas adotadas pelo governo, justamente em razão da decepcionante gestão do Ministério da Fazenda, que tem importante parcela no enfraquecimento da campanha da reeleição da presidente, diante do conjunto das deficiências e das precariedades representado pelo pífio desempenho da economia. A atuação mais intervencionista do ministro na política econômica contribuiu, por certo, para o crescimento medíocre do país e permitiu que a inflação atingisse patamar bastante indesejado para as pretensões da presidente. Com certeza, a presidente do país corre sério risco de não se reeleger, tendo como principal contribuição para tanto as falhas e os erros cometidos na área econômica do governo, o que significa dizer que não basta somente “governo novo, política nova”, no eventual segundo mandato, porque será preciso haver também política econômica nova e competente, tendo o respaldo da urgente e indispensável reformulação do pernicioso sistema tributário, que tanto prejudica os brasileiros e o desenvolvimento do país. Os ranços da administração ultrapassada e resistente aos avanços da modernidade, principalmente no que diz respeito às reformas das estruturas do Estado, em especial no que se refere aos gargalos que impedem o desenvolvimento social, econômico, político e democrático, não são mudados apenas com palavras, mas sim com atitude, competência, disposição e eficiência. Com certeza, esses elementos, de vital importância para o desenvolvimento do país, faltaram nestes últimos doze anos de governo, conforme comprovam os resultados das ações e das políticas implementadas, cujo programa deve continuar, possivelmente, com as mesmas bases ideológicas e programáticas, no que se trata das bases econômicas, que não serão alteradas com meras palavras de efeito, no calor da campanha eleitoral, apenas na tentativa de contrapor situação momentaneamente contrária aos interesses políticos e às conveniências eleitoreiras. É pena que o povo não se conscientize sobre a realidade sobre as dificuldades pela quais o país vem enfrentando com as políticas econômicas em dissonância com a situação macroeconômica internacional, que exige a adoção de medidas capazes de contribuir para o controle da inflação, o enxugamento da máquina pública, a efetiva redução dos gastos e das contas públicos, a racionalidade da carga tributária etc., permitindo que a capacidade contributiva dos cidadãos tenha folga para o consumo e que a produção nacional possa competir com o mercado internacional, entre outras medidas em contraposição aos gargalos que impedem o progresso do país. No entanto, a candidata petista não acena para o aperfeiçoamento e a modernização dos sistemas econômicos, como instrumentos capazes de fomentar o crescimento do país. Ao contrário disso, a ideia principal do governo tem por meta apenas o fortalecimento dos programas de assistência social, que são importantes, por contribuírem para socorrer os desvalidos economicamente, mas não se podem olvidar as questões essenciais da economia, que jamais deveriam ficar à margem dos planos essenciais e prioritários do governo, tendo em vista que seus fundamentos são indispensáveis ao desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 07 de setembro de 2014

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