Com “séculos” de
atraso, a presidente da República sinaliza, agora, que deverá ter novo ministério
no caso de eventual segundo mandato, inclusive deve promover a substituição do
polêmico e atrapalhado ministro da Fazenda. Ela disse que “governo novo, equipe nova”. A antecipação dessa medida visa atrair
o interesse do empresariado à sua reeleição, em virtude da evidência de que
essa classe já deixou muito claro que não apoia mais a fracassada política
econômica petista. A decisão da presidente significa “demissão”, em plena
campanha, do ministro que nunca conseguiu acertar as previsões econômicas feitas
por ele, as quais devem ter contribuído muito mais para desgastar o desempenho
e a credibilidade do governo. Não há dúvida de que a aludida decisão já vem
tarde demais, porém o seu anúncio tem o condão e a inconveniência de evidenciar
para o mundo o quanto ele é dispensável e até prejudicial às políticas
econômicas do país, ante a contabilização de sucessivos e desastrosos resultados
do desempenho da economia, fazendo com que o Produto Interno Bruto despencasse
para alarmantes e indesejáveis índices negativos, em contraposição às
potencialidades econômicas do Brasil, que é considerado a sétima economia
mundial. O certo é que a sofrível condução das políticas econômicas contribuiu
para desagradar não somente os empresários, mas também a sociedade, que
expressam, por unanimidade, falta ter confiança e de credibilidade quanto às
medidas adotadas pelo governo, justamente em razão da decepcionante gestão do
Ministério da Fazenda, que tem importante parcela no enfraquecimento da
campanha da reeleição da presidente, diante do conjunto das deficiências e das
precariedades representado pelo pífio desempenho da economia. A atuação mais
intervencionista do ministro na política econômica contribuiu, por certo, para
o crescimento medíocre do país e permitiu que a inflação atingisse patamar bastante
indesejado para as pretensões da presidente. Com certeza, a presidente do país
corre sério risco de não se reeleger, tendo como principal contribuição para
tanto as falhas e os erros cometidos na área econômica do governo, o que
significa dizer que não basta somente “governo
novo, política nova”, no eventual segundo mandato, porque será preciso
haver também política econômica nova e competente, tendo o respaldo da urgente
e indispensável reformulação do pernicioso sistema tributário, que tanto
prejudica os brasileiros e o desenvolvimento do país. Os ranços da
administração ultrapassada e resistente aos avanços da modernidade,
principalmente no que diz respeito às reformas das estruturas do Estado, em
especial no que se refere aos gargalos que impedem o desenvolvimento social,
econômico, político e democrático, não são mudados apenas com palavras, mas sim
com atitude, competência, disposição e eficiência. Com certeza, esses
elementos, de vital importância para o desenvolvimento do país, faltaram nestes
últimos doze anos de governo, conforme comprovam os resultados das ações e das políticas
implementadas, cujo programa deve continuar, possivelmente, com as mesmas bases
ideológicas e programáticas, no que se trata das bases econômicas, que não
serão alteradas com meras palavras de efeito, no calor da campanha eleitoral,
apenas na tentativa de contrapor situação momentaneamente contrária aos
interesses políticos e às conveniências eleitoreiras. É pena que o povo não se
conscientize sobre a realidade sobre as dificuldades pela quais o país vem
enfrentando com as políticas econômicas em dissonância com a situação
macroeconômica internacional, que exige a adoção de medidas capazes de
contribuir para o controle da inflação, o enxugamento da máquina pública, a
efetiva redução dos gastos e das contas públicos, a racionalidade da carga
tributária etc., permitindo que a capacidade contributiva dos cidadãos tenha
folga para o consumo e que a produção nacional possa competir com o mercado
internacional, entre outras medidas em contraposição aos gargalos que impedem o
progresso do país. No entanto, a candidata petista não acena para o
aperfeiçoamento e a modernização dos sistemas econômicos, como instrumentos
capazes de fomentar o crescimento do país. Ao contrário disso, a ideia
principal do governo tem por meta apenas o fortalecimento dos programas de assistência
social, que são importantes, por contribuírem para socorrer os desvalidos
economicamente, mas não se podem olvidar as questões essenciais da economia,
que jamais deveriam ficar à margem dos planos essenciais e prioritários do
governo, tendo em vista que seus fundamentos são indispensáveis ao
desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 07 de setembro de 2014
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