Em evidente demonstração de imaturidade
diplomática, a presidente brasileira, ao discursar na abertura da
Assembleia-Geral da ONU, aproveitou o espaço do principal palco do universo para
criticar os ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos da América, que vêm contando
com apoio da quase unanimidade dos países do Oriente Médio, contra posições e
áreas de treinamento de terroristas da Síria, conhecidos por Isis, que foi
considerada como organização terrorista muito implacável, eficaz, violenta e
radical por nada mais nada menos do que a liderança da Al Qaeda, que de santa também
não tem nada. A fama daquele grupo terrorista é tão evidente que nenhum país do
Oriente Médio o reconhece como interlocutor, mas a mandatária tupiniquim deu
uma de boazinha para atropelar as saudáveis regras diplomáticas, ao sugerir,
pasmem, diálogo com os terroristas e ainda lamentar os bombardeios a seus
campos de treinamento. A presidente brasileira disse: “Eu lamento enormemente isso (os ataques aéreos dos EUA à Síria). O Brasil sempre vai acreditar que a melhor
forma é o diálogo, é o acordo e a intermediação da ONU. O uso da força é
incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos. (...) A cada intervenção militar, não caminhamos
para a paz, mas, sim, assistimos ao acirramento dos conflitos. Vocês acreditam
que bombardear a Isis resolve o problema? Porque, se resolvesse, eu acho que
estaria resolvido no Iraque.”. A diplomacia tupiniquim está tão fora de sintonia
com a realidade mundial que desconhece o fato de que os países como Rússia e
China, sérios adversários dos EUA, sequer imaginaram defender conversa com
terroristas, certamente por ter a exata compreensão, de forma racional e
inteligente, sobre a sua ineficácia. É muito estranho que, com tanta demonstração
de dissonância com as atuais realidade e a modernidade mundiais, a mandatária
brasileira ainda tenha a ousadia de reivindicar assento permanente do Brasil no
Conselho de Segurança da ONU, mesmo depois de ter apresentado as piores
credenciais por ocasião do seu desconectado discurso, não somente com relação à
sua absurda sugestão de diálogo com o terrorismo, mas, sobretudo, ante as
precariedades de segurança nacional, que ainda se apresenta na era paleolítica,
de tanto suas políticas de segurança pública orbitarem distante do contexto
mundial. Ainda bem que os países investidos da responsabilidade de barrar a
fúria dos sanguinários terroristas que degolam, matam, torturam, escravizam,
estupram e infernizam com métodos cruéis e arrasadores, cuidaram de cumprir a
sua nobre missão, fazendo-se de ouvidos moucos aos apelos infundados e pueris
da mandatária tupiniquim, que se fazia acompanhada no ato por séquito de
assessores ainda mais despreparados e destituídos de senso humanitário, por
terem permitido declarações tão estapafúrdias, diante de situação de extrema
complexidade, que é a busca da verdadeira paz, que não se consegue com mero
diálogo quando há irracionalidade numa das partes. A presidente brasileira se
encontrava tão longe do foco dos problemas internacionais, não percebendo a sua
gravidade, que foi obrigada a conhecer, no mesmo dia do seu discurso, quase
como resposta contrária ao seu tresloucado apelo, a decisão do Conselho de
Segurança da ONU, aprovada por unanimidade, autorizando os países-membros,
entre os quais se inclui o Brasil, a adoção de enérgicas medidas contra a Isis,
notadamente prevenindo o recrutamento, a organização, o transporte e a
equipagem de indivíduos que viajam para outro país fora da sua residência ou
nacionalidade, com a finalidade de perpetrar, planejar ou participar de atos
terroristas. Reconhecendo o alto grau de perigo que a Isis representa para a
paz mundial, o presidente dos EUA, sentenciou, afirmando que “A única língua que assassinos entendem é a
força”. Não há dúvida de que a participação do Brasil, desta vez, na
abertura da Assembleia-Geral da ONU pode ser considerada ato fora da curva, por
evidenciar que a administração do país se encontra na contramão da história,
construída brilhantemente por experientes e renomados diplomatas, que souberam
elevar o nome do Brasil ao lugar de destaque internacional, justamente pela
sabedoria, pelo equilíbrio e pela sensibilidade humanitária que tanto fazem
falta na atualidade, ante a demonstração de despreparo da principal representante
do país nas cortes internacionais. É verdade que a presidente brasileira teria
prestado enorme contribuição à humanidade se tivesse ficado calada, pois só
assim não teria sido tão rude e contundente quanto à sua falta de experiência
para tratar das questões de suprema responsabilidade, como nesse caso, em que
os terroristas, que não têm, no seu dicionário, o vocábulo “diálogo”, estão
potencializando perigosamente suas maldades, ameaçando a paz mundial, mas a
insensibilidade da presidente aflorou num momento inoportuno em que seu
silencia teria o condão de contribuir, de forma expressiva, para o bem da
humanidade. Urge que a diplomacia brasileira se aprimore e se modernize, quanto
aos princípios que dizem com o concerto das nações desenvolvidas, com vistas à
compreensão sobre os problemas mundiais, não permitindo que o Brasil se
distancie das questões que envolvem a perseguida paz e fique isolado do
contexto mundial, em razão da ideologia pouco racional da mandatária do país,
que não pode se confundir com os interesses nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de setembro de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário