As pesquisas ou até mesmo as opiniões da população
são no sentido da ampla desaprovação do governo petista, sempre apontando notícia
ruim contra a presidente do país, notadamente no que diz respeito aos índices
de avaliação do governo, que são sempre negativos. Na realidade, existe, no âmbito
da sociedade, forte sentimento antipetista, em virtude de uma série de
desgastes gerenciais, notadamente pela forma nem sempre republicana de serem
desempenhadas as atividades políticas, pela arraigada truculência como defende
o poder e pelo fraco desempenho das políticas públicas, no que tange à
prestação dos serviços públicos, consistente na má qualidade da saúde, da
educação, da segurança pública, dos transportes, do saneamento básico, da
infraestrutura etc., conforme as insatisfações patenteadas nas manifestações e
nos protestos das ruas do ano passado, que deixaram muito clara a falta de
governo ou a sua ausência, diante de muitos casos de omissão, das precariedades
e do caos que grassam no país, que são fatos incontestáveis, confirmados pela
deficiência dos serviços médico-hospitalares; dos piores métodos de ensino
público; da ineficácia da segurança pública, em razão dos altos índices de criminalidade
e de violência, potencializados com a falta de sistemático combate ao tráfico
de drogas; do sucateamento das estradas do país; da falta de investimentos maciços
em infraestrutura e saneamento básico; entre muitas deficiências de gestão. A
presidente do país deixará apenas o legado de ter se preocupado com a ampliação
dos beneficiários dos programas assistenciais, que constituem o majestoso contingente
avaliado em aproximadamente 87 milhões de brasileiros (o país tem 200 milhões
de pessoas), distribuídos em diversos programas, cuja população cabe tranquilamente
dentro dos demais países da América do Sul, os quais são somente assistidos e
não produzem nem contribuem senão pelo consumo e para a consolidação das
estatísticas oficiais, que ajudam o governo a se vangloriar de manter o
exército de dependentes e de parasitas, para os quais o futuro será o mesmo do
presente, qual seja, a continuidade do sobrepeso orçamentário, que é obrigado a
alocar cada vez mais recursos para a manutenção de batalhão de desempregados
mantidos pelos bestas dos contribuintes. O saldo dos quatro anos de governo é
de resultados melancólicos, a começar pela crise na economia, onde o Produto
Interno Bruto regrediu, apesar de que, se bem planejadas e programadas as metas
apropriadas, o país teria condições de produzir eficientemente com base na
abundância das suas potencialidades econômicas. Ao contrário disso, o país
experimenta resultados desastrosos, sendo obrigado a passar pelo inevitável
estágio da estagflação, o que demonstra deficiência das políticas econômicas. O
governo foi incapaz de promover as reformas que tanto o país precisa, com
vistas ao aperfeiçoamento, ao aprimoramento e à modernização dos instrumentos
que poderiam contribuir para o tão sonhado desenvolvimento. A administração
pública passou pelo terrível processo de desmoralização, com seguidos casos de
corrupção e de irregularidades, em razão da precária estrutura de controle e de
fiscalização sobre a aplicação dos recursos públicos, aliada à leniência com a
impunidade. O governo também coleciona a paternidade de ter implantado, de
forma escrachada, o fisiologismo na administração pública, que consiste na
entrega de órgãos e entidades públicos a partidos normalmente comandados por
políticos da pior estirpe, em troca de apoio político, prática nitidamente
indecente adotada somente nas republiquetas, onde não são respeitados os
indispensáveis princípios da ética, moralidade, legalidade e economicidade. O
governo pode contabilizar a inaceitável falta de investimentos em obras de
impacto, conforme comprova a falta de inauguração de obras importantes para o
desenvolvimento do país, como portos – salvo o de Cuba -, estradas, vias
navegáveis, linhas férreas etc., cujos empreendimentos existentes estão funcionando
sob absoluta precariedade, mas poderiam estar contribuído para fomentar o
emprego e o progresso, caso houvesse interesse político para a sua
revitalização, mediante priorização de investimentos. O governo foi magnânimo e
condescendente com países comandados por ditadores, que ignoram os princípios
democráticos e os direitos humanos, construindo obras importantes e perdoando o
pagamento de dívidas, a exemplo de vários países africanos. Houve incapacidade
por parte do governo de reorganizar os serviços médicos de incumbência do
Sistema Único de Saúde, preferindo importar médicos cubanos, mediante
contratações flagrantemente contrárias aos ditames constitucionais e legais,
atropelando inclusive os conceitos de civilidade e humanização, por não se
permitir a vinda para o Brasil das famílias dos profissionais e ainda concordando
com salários diferenciados. As obras de maior importância tocadas pelo governo demoram
eternidade para conclusão e quase sempre são sorvedouros de recursos, a exemplo
da transposição do Rio São Francisco, que já esteve abandonada, com sérios
prejuízos para os sofridos nordestinos, que padecem com as inclementes e
sucessivas secas, para onde são destinadas suntuosas verbas, que nunca chegam aos
seus reais destinos. O governo também pode ser responsabilizado pela desindustrialização
no país, que realmente vem acontecendo juntamente com o desmantelamento da
nossa economia, que se encontra em pleno processo, por causa do gigantesco
custo Brasil, alimentado pelo modelo econômico ultrapassado e retrógrado, que deveria
se submeter às reformas modernizantes, com a finalidade de eliminar os incômodos
gargalos. Na verdade, a constatação do crescimento do sentimento antipetismo
ocorre justamente porque os antigos e fiéis eleitores do partido também se
desiludiram e se decepcionaram com a incompetência administrativa e gerencial
do país; o flagrante descontrole das contas públicas, das dívidas públicas e
das taxas de juros; a frequência dos casos de corrupção, notadamente com os
rombos da Petrobras, que teve a contribuição do Palácio do Planalto, por ser responsável
pela nomeação dos dirigentes da empresa, que deveriam recair sobre pessoas
honestas, mas eles são indicados por força das espúrias alianças partidárias de
sustentação da base de apoio do governo; o fomento do vergonhoso fisiologismo
na administração pública; a omissão pela falta de reforma das estruturas do
Estado; a precariedade da prestação dos serviços públicos; a formalização de
alianças com maus políticos, com fins espúrios; a utilização de fins questionáveis
para serem atingidos os meios, principalmente a perenidade no poder, para a
qual o governo tem sido capaz de tudo, inclusive de não serem observados os
princípios fundamentais da administração pública. O conjunto da questionável
obra petista é de estarrecer os países democraticamente evoluídos, nos quais a
civilidade e a razoabilidade existem de verdade, em estrita consonância com os
princípios da dignidade, moralidade, legalidade e economicidade na
administração pública. Nesses países não existe o vergonhoso fisiologismo,
implementado e turbinado para garantir a continuidade no poder, com a indecente
finalidade de permitir que a administração pública seja comandada por políticos
despreparados e incompetentes, tornando a máquina pública ineficiente e
inoperante, em nome da coalizão de governabilidade que reúne na administração
do país os maus políticos que o PT os condenava no passado, sob os cognomes de pilantras,
picaretas, corruptos, ladrões e outros adjetivos inqualificáveis para a classe
política, mas agora todos constituem a vergonhosa coalizão, em nome da
perenidade do poder. É lamentável que, em pleno século 21, ainda seja possível
que o povo aceite tamanha indignidade na política, permitindo que os políticos
negociem cargos públicos, em verdadeiro loteamento de ministérios e empresas
públicas entre apaniguados políticos, em troca de minguados minutos no horário
eleitoral, como demonstração de pobreza político sequer existente nas republiquetas.
Em suma, o sentimento antipetista nada mais é do que a conscientização das
pessoas sobre a forma populista do governo, que tem apenas programas
assistencialistas e nada mais em termos de governabilidade, mas tenta passar
para a opinião pública que a sua administração é a suprassumo da República,
quando a realidade demonstra muitas deficiências e bastantes escândalos, que a
população menos esclarecida as aceita com naturalidade. Enfim, é insustentável
a situação de governo que é a marca da incompetência administrativa; destruiu a
empresa do porte da Petrobrás; contribuiu para a desmoralização dos princípios
democrático e republicano; permitiu o vicejar de corrupções e irregularidades
com dinheiros públicos; prestou serviços públicos de forma ineficiente; não priorizou
as políticas de Estado; não promoveu as reformas indispensáveis; teve pífios resultados
econômicos; discriminou a oposição e a imprensa, por se oporem à sua cartilha
ideológica; não investiu em infraestrutura; não poupou esforços, inclusive
fazendo uso de verbas públicas, para fortalecer a garantia da perenidade do
poder; entre muitas outras precariedades. Compete à sociedade avaliar se é
importante ou não para o país a manutenção de governo cujo resultado
administrativo é decepcionante e deletério para o país, não tendo sido capaz de
acrescentar absolutamente nada de novidade durante a sua gestão, ressalvado o
fortalecimento dos programas assistenciais, que são importantes, mas as demais
políticas jamais deveriam ter sido relegadas, em virtude da sua relevância para
o desenvolvimento do país, que foi indiscutivelmente prejudicado pelo
conjunto da obra mais desastrosa da história republicana. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de setembro de 2014
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