terça-feira, 30 de setembro de 2014

Repúdio à má administração

As pesquisas ou até mesmo as opiniões da população são no sentido da ampla desaprovação do governo petista, sempre apontando notícia ruim contra a presidente do país, notadamente no que diz respeito aos índices de avaliação do governo, que são sempre negativos. Na realidade, existe, no âmbito da sociedade, forte sentimento antipetista, em virtude de uma série de desgastes gerenciais, notadamente pela forma nem sempre republicana de serem desempenhadas as atividades políticas, pela arraigada truculência como defende o poder e pelo fraco desempenho das políticas públicas, no que tange à prestação dos serviços públicos, consistente na má qualidade da saúde, da educação, da segurança pública, dos transportes, do saneamento básico, da infraestrutura etc., conforme as insatisfações patenteadas nas manifestações e nos protestos das ruas do ano passado, que deixaram muito clara a falta de governo ou a sua ausência, diante de muitos casos de omissão, das precariedades e do caos que grassam no país, que são fatos incontestáveis, confirmados pela deficiência dos serviços médico-hospitalares; dos piores métodos de ensino público; da ineficácia da segurança pública, em razão dos altos índices de criminalidade e de violência, potencializados com a falta de sistemático combate ao tráfico de drogas; do sucateamento das estradas do país; da falta de investimentos maciços em infraestrutura e saneamento básico; entre muitas deficiências de gestão. A presidente do país deixará apenas o legado de ter se preocupado com a ampliação dos beneficiários dos programas assistenciais, que constituem o majestoso contingente avaliado em aproximadamente 87 milhões de brasileiros (o país tem 200 milhões de pessoas), distribuídos em diversos programas, cuja população cabe tranquilamente dentro dos demais países da América do Sul, os quais são somente assistidos e não produzem nem contribuem senão pelo consumo e para a consolidação das estatísticas oficiais, que ajudam o governo a se vangloriar de manter o exército de dependentes e de parasitas, para os quais o futuro será o mesmo do presente, qual seja, a continuidade do sobrepeso orçamentário, que é obrigado a alocar cada vez mais recursos para a manutenção de batalhão de desempregados mantidos pelos bestas dos contribuintes. O saldo dos quatro anos de governo é de resultados melancólicos, a começar pela crise na economia, onde o Produto Interno Bruto regrediu, apesar de que, se bem planejadas e programadas as metas apropriadas, o país teria condições de produzir eficientemente com base na abundância das suas potencialidades econômicas. Ao contrário disso, o país experimenta resultados desastrosos, sendo obrigado a passar pelo inevitável estágio da estagflação, o que demonstra deficiência das políticas econômicas. O governo foi incapaz de promover as reformas que tanto o país precisa, com vistas ao aperfeiçoamento, ao aprimoramento e à modernização dos instrumentos que poderiam contribuir para o tão sonhado desenvolvimento. A administração pública passou pelo terrível processo de desmoralização, com seguidos casos de corrupção e de irregularidades, em razão da precária estrutura de controle e de fiscalização sobre a aplicação dos recursos públicos, aliada à leniência com a impunidade. O governo também coleciona a paternidade de ter implantado, de forma escrachada, o fisiologismo na administração pública, que consiste na entrega de órgãos e entidades públicos a partidos normalmente comandados por políticos da pior estirpe, em troca de apoio político, prática nitidamente indecente adotada somente nas republiquetas, onde não são respeitados os indispensáveis princípios da ética, moralidade, legalidade e economicidade. O governo pode contabilizar a inaceitável falta de investimentos em obras de impacto, conforme comprova a falta de inauguração de obras importantes para o desenvolvimento do país, como portos – salvo o de Cuba -, estradas, vias navegáveis, linhas férreas etc., cujos empreendimentos existentes estão funcionando sob absoluta precariedade, mas poderiam estar contribuído para fomentar o emprego e o progresso, caso houvesse interesse político para a sua revitalização, mediante priorização de investimentos. O governo foi magnânimo e condescendente com países comandados por ditadores, que ignoram os princípios democráticos e os direitos humanos, construindo obras importantes e perdoando o pagamento de dívidas, a exemplo de vários países africanos. Houve incapacidade por parte do governo de reorganizar os serviços médicos de incumbência do Sistema Único de Saúde, preferindo importar médicos cubanos, mediante contratações flagrantemente contrárias aos ditames constitucionais e legais, atropelando inclusive os conceitos de civilidade e humanização, por não se permitir a vinda para o Brasil das famílias dos profissionais e ainda concordando com salários diferenciados. As obras de maior importância tocadas pelo governo demoram eternidade para conclusão e quase sempre são sorvedouros de recursos, a exemplo da transposição do Rio São Francisco, que já esteve abandonada, com sérios prejuízos para os sofridos nordestinos, que padecem com as inclementes e sucessivas secas, para onde são destinadas suntuosas verbas, que nunca chegam aos seus reais destinos. O governo também pode ser responsabilizado pela desindustrialização no país, que realmente vem acontecendo juntamente com o desmantelamento da nossa economia, que se encontra em pleno processo, por causa do gigantesco custo Brasil, alimentado pelo modelo econômico ultrapassado e retrógrado, que deveria se submeter às reformas modernizantes, com a finalidade de eliminar os incômodos gargalos. Na verdade, a constatação do crescimento do sentimento antipetismo ocorre justamente porque os antigos e fiéis eleitores do partido também se desiludiram e se decepcionaram com a incompetência administrativa e gerencial do país; o flagrante descontrole das contas públicas, das dívidas públicas e das taxas de juros; a frequência dos casos de corrupção, notadamente com os rombos da Petrobras, que teve a contribuição do Palácio do Planalto, por ser responsável pela nomeação dos dirigentes da empresa, que deveriam recair sobre pessoas honestas, mas eles são indicados por força das espúrias alianças partidárias de sustentação da base de apoio do governo; o fomento do vergonhoso fisiologismo na administração pública; a omissão pela falta de reforma das estruturas do Estado; a precariedade da prestação dos serviços públicos; a formalização de alianças com maus políticos, com fins espúrios; a utilização de fins questionáveis para serem atingidos os meios, principalmente a perenidade no poder, para a qual o governo tem sido capaz de tudo, inclusive de não serem observados os princípios fundamentais da administração pública. O conjunto da questionável obra petista é de estarrecer os países democraticamente evoluídos, nos quais a civilidade e a razoabilidade existem de verdade, em estrita consonância com os princípios da dignidade, moralidade, legalidade e economicidade na administração pública. Nesses países não existe o vergonhoso fisiologismo, implementado e turbinado para garantir a continuidade no poder, com a indecente finalidade de permitir que a administração pública seja comandada por políticos despreparados e incompetentes, tornando a máquina pública ineficiente e inoperante, em nome da coalizão de governabilidade que reúne na administração do país os maus políticos que o PT os condenava no passado, sob os cognomes de pilantras, picaretas, corruptos, ladrões e outros adjetivos inqualificáveis para a classe política, mas agora todos constituem a vergonhosa coalizão, em nome da perenidade do poder. É lamentável que, em pleno século 21, ainda seja possível que o povo aceite tamanha indignidade na política, permitindo que os políticos negociem cargos públicos, em verdadeiro loteamento de ministérios e empresas públicas entre apaniguados políticos, em troca de minguados minutos no horário eleitoral, como demonstração de pobreza político sequer existente nas republiquetas. Em suma, o sentimento antipetista nada mais é do que a conscientização das pessoas sobre a forma populista do governo, que tem apenas programas assistencialistas e nada mais em termos de governabilidade, mas tenta passar para a opinião pública que a sua administração é a suprassumo da República, quando a realidade demonstra muitas deficiências e bastantes escândalos, que a população menos esclarecida as aceita com naturalidade. Enfim, é insustentável a situação de governo que é a marca da incompetência administrativa; destruiu a empresa do porte da Petrobrás; contribuiu para a desmoralização dos princípios democrático e republicano; permitiu o vicejar de corrupções e irregularidades com dinheiros públicos; prestou serviços públicos de forma ineficiente; não priorizou as políticas de Estado; não promoveu as reformas indispensáveis; teve pífios resultados econômicos; discriminou a oposição e a imprensa, por se oporem à sua cartilha ideológica; não investiu em infraestrutura; não poupou esforços, inclusive fazendo uso de verbas públicas, para fortalecer a garantia da perenidade do poder; entre muitas outras precariedades. Compete à sociedade avaliar se é importante ou não para o país a manutenção de governo cujo resultado administrativo é decepcionante e deletério para o país, não tendo sido capaz de acrescentar absolutamente nada de novidade durante a sua gestão, ressalvado o fortalecimento dos programas assistenciais, que são importantes, mas as demais políticas jamais deveriam ter sido relegadas, em virtude da sua relevância para o desenvolvimento do país, que foi indiscutivelmente prejudicado pelo conjunto da obra mais desastrosa da história republicana. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de setembro de 2014

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