quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Polarização ou descrédito?

Alguns entendidos de política avaliam que o fenômeno da candidata pessebista se explica pelo cansaço da polarização PT-PSDB. Ela pode representar a voz que se espalha na sociedade carente, que, ainda diante de possível melhoria havida no país, em especial com relação à distribuição de renda, espera a sua complementação com algo mais que os outros principais concorrentes ao Palácio do Planalto não estão tendo condições políticas nem facilidade para transmitir ao povo. A pessebista tem a cara e o discurso que se identificam com parcela significativa do eleitorado que já perdeu a esperança nos políticos que não tiveram capacidade para melhorar o país. O indiscutível fenômeno que surgiu de repente se explica também pelo fato de que a ex-senadora tem a cara mais popular, mais gente com jeitão de povo, que pode entender melhor a ansiedade da população que nem sempre é ouvida nos seus clamores. Para alguns cientistas políticos, a pessebista tem enorme chance de ser eleita, com percentual bastante elevado de 60%, com o aproveitamento dessa polaridade desgastada e desacreditada, em que pese a união de forças para bater nela, por meio das entrevistas e dos programas gratuitos da campanha eleitoral. É o que vem ocorrendo a todo instante, quando os opositores dela colocam em evidência a falta de experiência administrativa, pondo em dúvida suas reais condições de governabilidade. Na verdade, não é que o povo sinta cansaço do PT e PSDB. Ocorre que o povo mais esclarecido e consciente sobre a ineficiência de administradores públicos que não têm capacidade para apresentar programas de governo que inspirem segurança e confiabilidade, em termos de efetividade. Não basta o político apenas dizer que vai enxugar a máquina pública, pela metade, sem mostrar, na prática, como isso vai se operar, no sentido de tornar eficiente e eficaz o funcionamento da administração pública. Outro importante exemplo diz respeito à afirmação de que o sistema de saúde pública vai passar a funcionar com presteza e plena satisfação ao atendimento, sem sequer esboçar os instrumentos pelos quais poderão transformar o câncer da saúde pública em serviços e atendimentos com qualidade e eficiência. E assim sucessivamente são as informações imprecisas com relação aos programas, aos projetos e às atividades em geral, que ficam a desejar, por não serem mostradas a origem das verbas pertinentes e a maneira como eles deverão ser realizados. O gestor público tem que ter competência para cumprir com integridade seus compromissos de campanha, sob pena de perder a credibilidade e a confiança do povo, a exemplo do que vêm ocorrendo com os governantes, não importando quais sejam seus partidos, que apenas se esforçam para cumprir, de forma prioritária, programas de cunho assistencialista, que normalmente visam dividendos eleitoreiros, como forma de fortalecimento de projetos de poder, sem a menor vinculação com o verdadeiro atendimento do interesse público e das causas nacionais, em contraposição aos objetivos ínsitos e precípuos das atividades político-administrativas. Na realidade, o descrédito tem origem nos homens públicos, que se perpetuam no poder sem mostrar competência para realizar senão a mesmice para a satisfação dos objetivos pessoais, permeados por programas relacionados à distribuição de renda, própria de governos socialistas, com muito pouca eficiência para o desenvolvimento do país, diante da pouca produtividade inserida nesse sistema, que ainda mostram falhas insuperáveis e prejudiciais para os próprios beneficiários, ante a normal acomodação propiciada com o gracioso e sem esforço recebimento do dinheiro oriundo da ajuda governamental, que também tem pouco a contribuir para o benefício do país. A sociedade precisa repudiar o comodismo das velhas e obsoletas politicagens, cujos protagonistas não fazem a menor ideia de que seus procedimentos apenas contribuem para o evolutivo empobrecimento da nação, ante o incentivo à improdutividade, em demonstração de falta de competência para a realização de programas destinados ao progresso da nação, mediante alguma forma de conscientização da população carente para a necessidade de aprendizagem e de estímulo ao emprego e à produção, visto que as políticas vigentes são tão ineficientes quanto às ações implementadas na economia, que cada vez mais dão provas de degeneração e de ineficiência dos mecanismos adotados pelo governo. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de setembro de 2014

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