“A melhor parte da vida de uma
pessoa está nas suas amizades.”. Abraham
Lincoln
A candidata pelo PSB
tem reclamado que vem sendo alvo de uma série de ataques desde a sua entrada na
corrida à Presidência da República, quando virou forte ameaça à reeleição da petista.
Depois de emocionado desabafo, ela chorou diante da imprensa pelo fato de ter sido
criticada duramente pelo ex-presidente da República petista, de quem foi aliada
por 24 anos. Na ocasião, ela disse que "Eu não posso controlar o que Lula pode fazer contra mim, mas posso
controlar que não quero fazer nada contra ele". Emocionada, ela disse
ser quase impossível acreditar que o petista esteja fazendo isso, mas demonstrou
que ainda nutre admiração por ele. A ex-senadora afirmou que "Quero fazer coisas em favor do que lá atrás
aprendi, inclusive com ele (Lula),
que a gente não deveria se render à mentira, ao preconceito, e que a esperança
iria vencer o medo. Continuo acreditando nessas mesmas coisas". Ela
declarou que tem sido "injustiçada",
com frequência, pelos ataques do PT e lembrou que, nas eleições de 1989, quando
o ex-presidente disputou a Presidência da República e perdeu, teria sofrido com
as mentiras do candidato vencedor. A ex-senadora disse que "Aquilo me dava um sofrimento tão profundo e
a gente fazia de tudo para explicar que não era assim. Vejo-me fazendo a mesma
coisa agora. Mas não tenho raiva de
ninguém não, nem da Dilma. Vou continuar lutando". O certo é que,
depois de a candidata petista ter sido efetivamente ameaçada de perder o mais
importante trono do país, a trupe do PT reuniu munição pesadíssima para
torpedear a candidatura que apareceu como verdadeiro fenômeno, a ponto de
corroer a estrutura petista, que não teve alternativa senão tentar, a qualquer
custo, desconstruir a meteórica ascensão da pessebista, preferencialmente com afirmações,
entre tantas, de que ela não iria priorizar a exploração do petróleo do pré-sal
e que a candidatura dela estava sendo sustentada por banqueiros, numa
referência à herdeira do banco Itaú, que é coordenadora do programa de governo
da candidata. Nessa linha de acusações, o PT aponta possíveis problemas de
governabilidade, com a associação dela com os ex-presidentes da República que
não terminaram os mandatos, por falta de apoio no Parlamento. A pessebista
entende que é vítima da "indústria
de boatos e mentiras", que objetiva "fazer terrorismo" junto aos eleitores. O petista disse, em
ataque à ex-senadora, que "tem gente
querendo acabar com o pré-sal. Se for
necessário, Dilma, me fale que vou mergulhar e buscar lá no fundo (do mar) o petróleo", fato esse que
demonstra o quanto a disputa eleitoral se torna bastante cruel, quando há real
ameaça à perda do trono (do poder), que ele é capaz de propiciar múltiplas e
imensas benesses para o deleite da casta de políticos dominantes, entre outras
classes de sindicalistas, metalúrgicos, cabos eleitorais, acrescidos de apadrinhados,
protegidos políticos e assemelhados, que se acostumaram com as facilidades decorrentes
das coalizões de “governabilidades”, tudo para garantir a tranquilidade do
círculo muito bem estruturado para a proteção do grupo do poder, em flagrante
desprezo ao princípio republicano, que não admite, em hipótese alguma,
diferenciação entre brasileiros. É de se estranhar que somente agora a
ex-senadora, depois de décadas de convívio amistoso com seus
ex-correligionários, quando também se beneficiava do poder, descobre que eles
têm métodos próprios e especiais para ser empregados segundo suas conveniências
políticas, sabendo agir e pensar movidos sob o sentimento e a consciência focados
na conquista e na manutenção do poder, com a utilização do lema preferido de
que os fins justificam os meios, em completo desrespeito aos consagrados
princípios da ética, da moralidade, da legalidade, do decoro e da dignidade
ínsitos nas práticas políticas, em harmonia com a evolução e a modernidade da
civilização. É inacreditável que, em pleno século XXI, ainda seja possível
existir elite política, segundo a denúncia, com capacidade para cultuar
princípios de baixos valores ético e moral, cuja constatação tem o condão de contribuir
para a degeneração dos valores humanos, em nítida contramão da evolução
democrática. Não há dúvida de que há partido que sente tremor, pavor e
desespero nas suas bases somente em ser ameaçado de destronamento do poder, por
ter a certeza de que será desastrosa e gigantesca a perda dos privilégios,
tendo ainda o dissabor de ser submetido às mais abrangentes devassas,
investigações e auditorias, nunca vistas na história deste país, que terão a
tentativa de levantar as sujeiras, os podres e as malignidades causados aos
brasileiros, diante das enormes suspeitas de desmandos e de desgovernos que beneficiaram
indevidamente muita gente, com o aparelhamento da administração pública e a
incompetência gerencial, que foi capaz de submeter o país ao atraso e ao subdesenvolvimento
social, político, econômico, cultural e democrático, com suas políticas
ultrapassadas e incompatíveis com as grandezas do país. O resultado dos
levantamentos levarão certamente à plena desmoralização daqueles que se julgam
os donos da verdade e possuidores da competência e da dignidade. É
inacreditável que ainda haja quem ache que a administração pública do país é
maravilhosa e se assenta sob gestão com eficiência e sem o defeitos, em que pesem
as notórias falhas, irregularidades e corrupções, que não condizem com os
princípios da moralidade, honestidade e dignidade. As agressões nas campanhas
eleitorais tupiniquins demonstram apenas o nivelamento por baixo da qualidade
dos candidatos e dos homens públicos, que não possuem programas de governo para
apresentar e discutir nos seus horários eleitorais de rádio e televisão, pagos
com recursos dos bestas dos contribuintes. Os desfiles de ataques baixos e
destrutivos, sem qualquer proveito para o eleitor, não condizem com o
desiderato desses programas, sendo preferível a sua extinção. Nos países
civilizados e com pouco de seriedade, os candidatos são respeitados e as
campanhas transcorrem em clima de civilidade, urbanidade e educação entre os
candidatos, em harmonia com os princípios democrático e republicano. A pessebista perde ponto ao insistir em se
igualar àqueles que praticam, sabidamente, políticas não construtivas, tendo
por finalidade apenas a defesa de interesses pessoais e partidários, em
evidente detrimento das causas nacionais. O estadista de qualidade não pode medir
forças sob cenário que não contribua para o aprimoramento e o aperfeiçoamento
da democracia. A pessebista, ao invés de se igualar aos maus políticos, poderia
apenas explicar, de forma didática, o que pretende alcançar com o seu programa
de governo, por exemplo, qual a vantagem da autonomia ao Banco Central e o que
pretende com ela. Aliás, a campanha eleitoral não é exatamente para isso, ou
seja, apresentação e explicação sobre o programa de governo, ou não? É
lamentável que a coitada da candidata pessebista somente agora, depois do convívio
por mais de vinte anos bajulando e idolatrando seu grande líder, inclusive o
ajudando a conquistar o poder, mas também se beneficiou dele, percebe muito tardiamente
a forma peçonhenta e maldosa como ele faz política, tendo, se necessária, a
capacidade de atropelar os sentimentos de quem já foi dileto e fiel escudeiro, com
o uso de métodos apenas aperfeiçoados, modernizados e adaptados às
circunstâncias e às conveniências políticas, pessoais e partidárias, que nem
precisa ser candidato para aplicá-los. É mais do que evidente que o petista vem
se esfalfando e se empenhando muito mais do que a própria candidata à reeleição,
sendo que é sua prática preferida o atropelamento de quem ousar atravessar o
seu precioso caminho, com o objetivo de se aproximar do majestoso trono do
poder. A propósito do caso sob exame, impende trazer à baila a expressão que se tornou bastante célebre e famosa, por
ser imutável, por ter sido pronunciada pelo festejado presidente
norte-americano Abraham Lincoln, com essa sentença: “Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por
todo o tempo; mas não se pode enganar a todos por todo tempo.”. É bem
provável que alguém tenha percebido, com muito retardo, que o tempo passa,
evolui e se moderniza, mas o homem continua, com o seu fascínio, enganando seu
semelhante exatamente no lapso temporal em que este se deixa enganar até quando
essa maldade não mais contribui para a satisfação de interesses mútuos. Os
brasileiros precisam ser despertados, com urgência, da maléfica letargia com o
auxílio da qual vêm sendo enganado, por tanto tempo e por homens púbicos com
questionáveis virtudes e qualidades visivelmente contrárias e prejudiciais às
causas da sociedade e ao interesse da nacionalidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de setembro de 2014
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