Na proximidade da eleição, as pesquisas de
intenções de voto estão sendo publicadas uma atrás da outra, numa verdadeira
corrida para mostrar o desempenho dos candidatos, sem que todos tenham sequer
apresentado seus programas de governo, a exemplo da petista e do senador tucano,
que devem lançar suas metas de governo no dia fatal ou próximo dele, sem a
menor chance de os eleitores conhecerem o que eles estão pensando em fazer para
tirar o país das crises política, moral, de credibilidade, de competência e
principalmente econômica. Enquanto isso, o Ibope divulga mais um resultado de
pesquisa, mostrando que a candidata petista segue na dianteira, ganhando força
no primeiro turno, tendo subido mais 3% em relação à pesquisa anterior. Enquanto
a candidata pessebista caiu mais um ponto, passando de 30% para 29%. Logo em seguida
vem o tucano, que se manteve com 19%. Na eventualidade da realização de segundo
turno, a pesquisa indica empate entre as duas candidatas, com 41% dos votos
cada uma, fato que acena para disputa acirrada no segundo turno, que poderá ser
definido voto a voto, tendo em conta que as duas candidatas professam
ideologias idênticas. Não obstante, o potencial
de voto - que considera os eleitores que dizem que votariam em um candidato com
certeza ou que poderiam votar nele – teve queda de 4%, no caso da pessebista,
tendo caído de 65% para 61%, com relação à última pesquisa, mas ainda assim
continua sendo o mais expressivo entre os candidatos. Com relação aos
candidatos petista e tucano, também houve oscilação do potencial,
respectivamente, de 52% para 54% e de 55% para 53%, ou seja, estes dois estão
praticamente no mesmo nível. Não deixa de ser estranho que os institutos responsáveis pelas
pesquisas se arvorem a concluir que somente 3.010 pessoas, entre cerca de 140
milhões de eleitores habilitados, tenham realmente condições de orientar a
tendência dos votos aos candidatos, para, enfim, ser afirmados com 95% de
certeza de que o ressaltado da pesquisa não tem variação, ou seja, essa base de
apenas 3.010 votos tem condição de garantir, de forma categórica, a supremacia
de determinado candidato. Essa ilação é tão temerária quanto à incerteza da
tendência do restante dos votos de 140 milhões, que não foram consultados, mas
praticamente eles estão sendo considerados na pesquisa, à vista das afirmações
dos institutos, que dizem: “se a votação fosse hoje...”. Não importa o método
adotado para se chegar à determinada conclusão, porque é muito estranho que
mesmo considerada a diminuta quantidade de eleitores consultada, essa parcela bastante
reduzida dá cristalina demonstração de falta de conscientização do povo sobre o
momento político-administrativo do país, por acenar pela possível continuidade
de governo que não conseguiu primar pela eficiência e moralidade na
administração pública, notadamente com a péssima prestação dos serviços
públicos; os sistêmicos casos de corrupção com recursos públicos; o arraigado e
indigno fisiologismo predominante na inchada e ineficiente máquina pública, com
o vergonhoso loteamento de ministérios e empresas públicas entre os aliados da
base de sustentação do governo, em troca de alguns minutos no horário
eleitoral; o perdão das dívidas de países africanos; a construção de porto,
aeroporto, hospitais, estradas, escolas e outras obras importantes em países
governados por ditadores que menosprezam os direitos humanos, a liberdade de
expressão e os princípios democráticos, cujos empreendimentos são tocados por
empresas financiadoras de candidatos governistas; a precariedade das políticas
econômicas, pelas dificuldades do controle das contas públicas, das dívidas
públicas, das taxas de juros, da inflação e por não conseguir melhor desempenho
do Produto Interno Bruto, que apresentou crescimento negativo no primeiro
semestre deste ano, fazendo com que o país entrasse em recessão; a comprovada
resistência às reformas das estruturas do Estado, não permitindo, entre outras medidas,
a reformulação e a racionalização da pesada carga tributária e dos elevados
encargos sociais, que contribuem para aumentar o custo Brasil, responsável pelos
entraves à competitividade da produção nacional e pelo estrangulamento dos
mecanismos econômicos, não permitindo que o país se desenvolva, apesar das suas
notórias potencialidades. Não se podem olvidar os avanços sociais do governo, no
tocante aos programas assistenciais consistentes na transferência de renda às
famílias carentes, que são importantes, mas isso, por si só, não basta para se
querer justificar possível eficiência da gestão - embora ainda possa haver nisso
viés eleitoreiro, com pretensões voltadas para a perenidade no poder. Na
realidade, a administração do país tem o dever de ser competente, eficiente e
responsável, primando também pela priorização dos programas e das políticas que
contribuam efetivamente para o progresso econômico, político e democrático. A sociedade
precisa avaliar, com urgência, atenta ao seu dever cívico e patriótico, sobre a
continuidade ou não do governo que foi incapaz de promover reformas das
estruturas do Estado, somente priorizou os programas assistencialistas, fomentou
o fisiologismo na administração pública, em troca de apoio político, deixou de
combater com severidade a corrupção, inchou a máquina pública, fracassou nas
políticas econômicas, se alinhou aos governos de regimes socialistas,
concedendo a eles ajuda financeira a fundo perdido, entre outras precariedades
prejudiciais aos interesses nacionais, à vista da sua real correspondência aos
anseios da população, no que diz respeito às aspirações de avanços, moralidade,
eficiência, modernidade e progresso. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 25 de setembro de 2014
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