Segundo
um famoso e atuante articulista político, como o candidato tucano não conseguiu,
até atora, ultrapassar a candidata ambientalista, conforme demonstra a evolução
das pesquisas de intenções de voto, dificilmente isso acontecerá, em termos de
fenomenal virada eleitoral, conviria que ele desde já começasse a pensar “em como perder ganhando politicamente,
plantando sementes para 2018.”, ou seja, ele deveria desistir do pleito.
Outro cientista político disse que o pessebista teria errado na estratégia ao
se vender como um político tradicional desde o início da campanha, e isso dificulta
a chegada dele ao segundo turno. As avaliações desses especialistas são de que o
tucano “terá outras eleições pela frente”.
Como não poderia ser diferente, a ideia em referência, suscitou carradas de
comentários, notadamente dos não simpatizantes do senador mineiro, que aproveitaram
o ensejo para enaltecer as mil qualidades da candidata governista, olvidando,
no entanto, suas deficiências, no que tange ao gerenciamento do país. É evidente que o texto em referência tem por objetivo suscitar
discussões sobre as qualidades e os defeitos dos candidatos à Presidência da
República, em especial sobre o candidato tucano, nominal e injustamente
descartado pelo autor da matéria. Na realidade, muitos comentários são
infundados e agressivos, demonstrando claras defesas de partidos, o que ajuda a
distanciar o foco do debate pretendido, como forma de trazer luzes que pudessem
contribuir para o aprimoramento e o aperfeiçoamento democrático. Pois bem, os
brasileiros pagam montanha de dinheiro para os candidatos apresentarem seus
programas de governo, para que eles possam ser devidamente esclarecidos,
esmiuçados, debatidos e melhorados durante a campanha eleitoral, mas, à toda
evidência, somente um candidato apresentou seu programa de governo, que foi
objeto de críticas pelos adversários, que ainda não tiveram capacidade para mostrar
o que realmente pretendem realizar no seu governo. Até então, as críticas são
aos adversários e almejam desconstruí-los e desqualificá-los, de forma
depreciativa, insinuando até mesmo a falta de capacidade de governar o país.
Não parece que essa maneira vil de debate no rádio e na televisão se
compatibilize com os propósitos pretendidos pelos programas eleitorais, porque
o eleitor fica cada vez mais sem conhecer as ideias, as metas e os objetivos de
cada candidato. Na verdade, deveria haver tempo de televisão igualmente para os
candidatos, como forma de democratizar o horário para todos, tendo em vista que
quem for eleito vai governar, atento ao princípio republicano, igualmente para
todos os brasileiros e não de forma proporcional para os partidos que cederam
seus horários eleitorais em troca de cargos em ministérios e empresas públicas,
mediante o esdrúxulo e inadmissível sistema do “toma lá, dá cá”, que já deveria
ter sido extinto há séculos, porque se trata da manutenção do condenável
fisiologismo praticado ainda na arcaica politicagem. Nas discussões desta
coluna, poucos se atreveram a abordar o tema pertinente à moralização da
administração pública, à vista do enorme interesse de significativa parcela de
brasileiros que gostaria que o país fosse governado sob a indispensável
observância dos princípios da moralidade, legalidade, honorabilidade e
dignidade, de modo que as irregularidades e as corrupções fossem combatidas com
severidade e de modo disciplinarmente exemplar, para que os corruptos e
corruptores paguem pelo dinheiro desviado e sejam condenados à reclusão, não na
conformidade com as penas aplicadas aos mensaleiros que não serviram de nada
exemplar e muito menos punitivo. À toda evidência, o rombo da Petrobras seria
capaz de derrubar toda administração do governo, caso o Brasil fosse um país
sério e houvesse legislação que enquadrasse os corruptos em harmonia com a
gravidade das irregularidades praticadas por eles contra os cofres públicos.
Também não houve discussão sobre a capacidade de se administrar o país com quase
quarenta ministérios, muitos dos quais sem a menor utilidade para o interesse
público, mas seus titulares sabem perfeitamente quais as suas funções
desempenhadas neles, quais sejam, nenhuma. Os países desenvolvidos político,
econômico e democraticamente têm o mínimo de ministérios, somente os necessários
para o funcionamento racional e científico da administração pública, em cujos
países o fisiologismo ideológico já foi abolido há séculos, enquanto essa
horrenda prática ainda é chancelada pelos bestas dos contribuintes, que ainda
querem a eternização de governo deficiente e ineficaz. Seria interessante que
as discussões tivessem abordada a eficiência da distribuição de renda
patrocinada pelo governo, que tem demonstrado enorme dificuldade para controlar
os beneficiários, conforme relatório da Controladoria Geral da União, onde foram
demonstradas terríveis falhas de cadastramento, por haver inclusão de
políticos, familiares de políticos, empresários, comerciantes e outras pessoas
com rendas incompatíveis com o perfil exigido para beneficiário do programa.
Dada a suma importância do Bolsa Família, seria conveniente que houvesse
eficientes controle e fiscalização sobre a sua execução, inclusive com a
capacitação profissional dos titulares, como forma de possibilitar a procura de
emprego por eles, dentro de determinado prazo, sem necessidade da sua permanência
por até quinze anos, sem produzir absolutamente nada, à custa dos otários dos
contribuintes, que são obrigados a trabalhar e pagar pesados tributos. Os
defensores da administração do país não se manifestaram sobre as ajudas do Brasil
aos países governados por ditadores que não respeitam os direitos humanos e os
princípios democráticos, a exemplo do financiamento do porto em Cuba, além do
perdão das dívidas de vários países africanos, quando aqui no Brasil os portos,
as estradas, a infraestruturas etc. estão sucateados e carentes de melhorias,
mas, por falta de recursos, nada é executado em benefício da população. Esta
coluna propiciou oportunidade para os entendidos se manifestarem, de
preferência, sem paixão partidária ou pessoal, mas sob o prisma da realidade do
país, analisando os pontos positivos e negativos que precisam ser inseridos e
esquecidos nos programas dos governos, sem necessidade de cometer a infeliz
injustiça de descartar, desde logo, a participação do candidato tucano, que até
poderia ser a opção de estadista que falte para mostrar competência que tanto o
Brasil precisa para melhorar a economia, mergulhada que se encontra em profunda
crise, com o terrível desempenho do Produto Interno Bruto, que não tem condições
de melhorar enquanto não houver conscientização dos homens públicos sobre as
urgentes reformulações das estruturas do Estado, notadamente no que diz
respeito à racionalização da pesada carga tributária e de outros importantes
sistemas nacionais, como forma de aperfeiçoamento e modernização dos mecanismos
capazes de contribuir para o desenvolvimento do país, com embargo das
apaixonadas defesas de governos que estão comprovadamente interessados na sua
perenidade no poder, em detrimento das causas nacionais e da sociedade, com demonstração
de total conformismo apenas com os programas assistencialistas, que são
importantes, mas o Estado não pode descurar dos demais programas pertinentes ao
crescimento econômico, que será alcançado somente se houver maciças vontade e
participação do povo nessa empreitada cívica e patriótica, para dizer em boa e
alta voz que o Brasil precisa, com urgência, de mudanças e reformas sérias,
efetivas, abrangentes e profundas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de setembro de 2014
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