A imprensa noticia que o Palácio do Planalto e o
ex-presidente da República petista teriam intensificadas as articulações para
salvar o mandato do presidente da Câmara dos Deputados, no Conselho de Ética,
usando como moeda de troca nesse jogo vergonhoso, como contraprestação, a
garantia de que ele não abriria o processo de impeachment da presidente do país.
O ex-presidente defende a ideia que deputados do PT
fechem acordo com outros partidos da base aliada para barrar a investigação
contra o peemedebista, no Conselho de Ética, por quebra de decoro parlamentar.
Depois que o Supremo Tribunal Federal concedeu liminares
suspendendo o rito acertado pelo presidente da Câmara com a oposição, para dar
andamento ao impeachment, ele foi transformado na pessoa mais cortejada e
paparicada pelo governo e seus defensores, bem assim por adversários da
presidente do país no Congresso Nacional.
Enquanto o clima esquenta nos bastidores, o
presidente da Câmara disse que não estendeu a bandeira branca nem vai
bombardear o Planalto: "Não há nem
guerra nem trégua. O que há é que eu tenho de cumprir a minha função. Se minhas
decisões podem significar guerra para uns e trégua para outros, é uma questão
de interpretação. Até agora, não fiz nada diferente daquilo que falei que iria
fazer".
O presidente da Câmara disse a correligionários
dele, sem meias palavras, que “Tanto
poderia acelerar a abertura do impeachment de Dilma como aguardar outro
entendimento do Supremo. Se eu for
bem tratado, pode ser que tenha boa vontade com o governo, mas, se não for,
posso tomar minha decisão mais rápido. Estejam certos de que não vou renunciar.
Podem tirar o cavalinho da chuva.".
Pessoas públicas que têm a mentalidade inferior a grão de
mostarda, como alguns políticos, na forma evidenciada na notícia em
apreço, não merecem representar os brasileiros dignos e honestos, porque o
fechamento de acordo com outros partidos da base para barrar investigação
contra corrupto declarado pelo Ministério Público da Suíça representa
simplesmente a maior indignidade que se pode imaginar na administração do
país, quanto mais que essa pouca-vergonha tem o respaldo do Palácio do
Planalto, em conluio com o ex-presidente da República petista, que se empenham
na intensificação das articulações para salvar o mandato do presidente da
Câmara dos Deputados, no Conselho de Ética, tendo como moeda de troca nesse
jogo sujo, nojento, fétido e imundo a garantia dele de não adotar qualquer
medida com vistas à abertura do processo de impeachment da presidente da
República.
Possivelmente ato de tamanha excrescência
humana não seja tolerável nem mesmo nas piores republiquetas, porque isso é a
completa desmoralização dos princípios da dignidade e da nobreza ínsitos no ser
humano.
Imagine-se se isso realmente venha a ser
concretizado, como ficariam as caras desses "representantes" do povo,
diante dos conceitos da ética, do decoro, da moralidade, da honestidade, do
caráter e tudo que seja sinônimo de decência, pois os seus modelos de
dignidade, que já estavam desacreditados, são definitivamente jogados no ralo
junto com os piores lixos.
Os brasileiros com dignidade têm o dever
cívico de repudiar, de forma veemente, essa forma de monstruosidade moral e
ética e exigir a eliminação sumária da pútrida classe política dominante
da vida pública, como tentativa de purificação das atividades públicas, que não
têm condições de continuar sob a marca da degeneração dos princípios da
dignidade, moralidade e honorabilidade, que devem ser sempre valorizados, acima
dos interesses e das conveniências pessoais, partidários e políticos, por não
justificar qualquer medida contrária aos princípios de civilidade e razoabilidade.
É inegável a tremenda falta de equilíbrio
dos homens públicos que são capazes de cometer arbitrariedades como essa de
defender a integridade de pessoa comprovadamente corrupta, por ter se
beneficiado de dinheiro desviado de entidade pública, em troca da imunidade
quanto à abertura de processo de impeachment da presidente, dando a entender
que ela se encontra igualmente enlameada com toda espécie de sujeira fétida,
por se submeter a procedimento altamente questionável e censurável, pois, ao
contrário, ela seria a primeira a não aceitar que essa excrescência sequer
fosse imaginada, quanto mais negociada dentro dos palácios, como noticia a
reportagem.
As crises política, econômica e
administrativa são tão sérias e graves que foram capazes de tirar do prumo as
consciências das pessoas que têm o dever de agir e atuar com seriedade,
dignidade e responsabilidade públicas, causando terríveis prejuízos aos
interesses públicos, que têm sido vilipendiados e menosprezados em benefícios
de causas pessoal e partidária, contrariando os princípios democrático e
republicano.
Os brasileiros precisam reagir, com o mais
veemente repúdio, contra medidas altamente prejudiciais aos princípios da
moralidade, dignidade e honorabilidade que devem imperar na República, exigindo
que os homens públicos evitem promover acordo que possa abonar, de forma
vergonhosa e deprimente, graves atos de corrupção, manchando em definitivo o
restante da dignidade que ainda resiste aos escândalos do mensalão e do
petrolão e aumentado ainda mais a podridão e a desmoralização no âmbito da
administração do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de outubro de 2015
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