quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Premência de mudanças estruturais

É indiscutível que a transformação da sociedade mais desigual da face da terra tem a contribuição dos governantes tupiniquins, por promoverem políticas exatamente com esse propósito de sempre existir segregação racial e econômica, para estabelecer distinção entre pobres e ricos, pretos e brancos, instruídos e não instruídos etc., notadamente com a finalidade de atender, inexplicavelmente, às conveniências pessoais, partidárias e políticas.
          A manutenção de políticas claras de desigualdade social cuida de nutrir, ainda em pleno século XXI, inadmissível racismo, secular indiferença com os miseráveis, tolerância com os injustiçados, comodismo pela aceitação da existência de legião de pobres que realizam trabalho escravo e desumano em troca de salários aviltantes, tudo isso com a ancestral complacência da classe política dominante, que ainda tem espaço na sua agenda para fomentar, sem o menor pudor, atos de corrupção envolvendo recursos públicos, como se as atividades públicas não tivessem a sublime finalidade de cuidar exclusivamente da consecução e satisfação do interesse público.
Os fatos mostram, com bastante prodigalidade, a degeneração dos homens públicos que, com raríssimas exceções, aproveitam as autoridades próprias dos cargos públicos eletivos para a materialização de seus objetivos políticos, tendo por escopo a facilitação de medidas que visem ao atendimento de interesses por conveniência política, em benefício próprio ou de terceiros mancomunados entre si para a realização de atos delituosos em aproveitamento, entre outros, de regalias e recursos públicos, tudo influenciado com a aproximação com o poder.
A corrupção na Petrobras espelha com propriedade esse quadro de decadência na administração pública e, somente por pura sorte, foi descoberto o mar de sujeira fétida no subterrâneo da estatal, evidentemente contando com a competência das investigações da Operação Lava-Jato, que conseguiu apurar e revelar a podridão jamais imaginável, mostrando que os ladrões do dinheiro público também estavam encastelados nos partidos políticos, no Executivo, no Legislativo e em outras ramificações acolitadas pela classe dominante, porque aquela estatal era e é comandada pelo governo, que, em princípio, tem o dever constitucional de zelar e cuidar pela preservação dos recursos da principal empresa brasileira.
A classe política dominante já deu cabal demonstração de que a sua índole não tem nada a ver com a moralidade e a defesa do interesse público, à vista dos fatos do dia a dia, que são reveladores da incúria e do desprezo à res publica.
Os fatos mostram que o Brasil não merece ser comandado pela atual classe política dominante, porque o resultado da administração dos recursos públicos é o pior possível, inclusive com a condução do país para o lamaçal da recessão, com seus efeitos extremamente maléficos, como desemprego, redução de renda, inflação em alta, descontrole das contas públicas, juros nas alturas, drástica diminuição de arrecadação, desindustrialização, debandada dos investimentos estrangeiros e, principalmente, impossibilidade de investimentos público e privado, ou seja, não adianta ficar minimizando e contemporizando, em benefício da classe política, visto que a sua permanência no comando da nação somente trará maiores dificuldades e prejuízos para o país e os brasileiros.
Convém que haja abrangente e profunda mudança da classe política, com a eliminação de todos que foram protagonistas do caos que grassa com muita perversidade no governo, ante a evidência das graves crises que predominam na administração do país.
A sociedade precisa se conscientizar, com a máxima urgência, de que a única conduta que pode contribuir para salvar as instituições brasileiras e a da uníssona defesa dos interesses do Brasil, a ser necessariamente feita pelos brasileiros, independentemente de ideologias partidárias.
Já está mais do que provado que o conjunto de ideias de esquerda, de direita ou de lado que for somente conseguiu levar o país à recessão, à falência, à desmoralização, ao retrocesso e principalmente à desunião de seu povo, diante do bestial culto à intolerância e à desagregação dos conceitos de harmonia, confraternização e progresso, que foram terrivelmente suplantadas a partir da implantação dos projetos de absoluta dominação e de perenidade no poder, a qualquer custo e com o emprego de fins que justificam os meios, inclusive com o menosprezo aos salutares princípios da dignidade e da nobreza que devem permear a administração do país, que precisa de urgentes mudanças, para que suas estruturas sejam aperfeiçoadas, modernizadas e adaptadas à real finalidade da consecução do bem comum. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de outubro de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário