quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O impeachment mais provável?

Um deputado federal pelo PSDB-SP afirmou que, na sua avaliação, há, na Câmara dos Deputados, 284 votos favoráveis ao pedido de impeachment da presidente brasileira, número ainda menor do que os 342 votos necessários para aprovar a matéria, enquanto a petista conta com a fidelidade de 150 deputados.
O tucano também previu que a Câmara deve deferir o pedido de afastamento da petista ainda neste mês e que o seu julgamento pelo Senado Federal deverá começar no mês de novembro próximo.
Ele disse que, mesmo que o presidente da Câmara indefira os pedidos de impeachment, a oposição poderá utilizar a faculdade de impetrar recurso em plenário, na forma prevista no Regimento Interno da Casa, em cuja circunstância, bastará apenas a maioria simples para aprovar o deferimento, ou seja, 51% dos presentes: "Acho que quando iniciarem as manchetes no dia seguinte de que iniciou o processo, temos clareza de que os que faltam (para chegar aos 342) vão aparecer".
Pelos cálculos do tucano, em que pesem os recentes movimentos de explícito afago ao PMDB feitos pela petista, em lotear mais ministérios para a agremiação, ainda há 20 deputados do partido que devem votar a favor do impeachment: "Por mais que pareça que ela está ganhando fôlego, nossa visão é de que ela não ganha. A tendência é piorar".
Na avaliação do parlamentar, sempre que a presidente tira um partido de sua equipe, para ampliar o espaço do PMDB, a legenda descartada migra para a oposição, de modo que a tentativa de arrumação pontual, a estrutura do governo tende a desandar, como um castelo de areia.
O congressista disse ter esperança na "receptividade absoluta" da sociedade, com relação ao impeachment da presidente, mesmo porque "não tem sentido falar em golpe. Não estamos cassando para o PSDB assumir. Se for cassado (o mandato da petista), quem a assume é o vice dela (do PMDB). Não se pode tratar como golpe um preceito institucional como o impeachment”.
Ele concluiu a avaliação sobre o impeachment, dizendo que “A união de juristas, como o advogado Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, em torno do tema deu mais ‘robustez’ ao pedido.”.
Não existe nada mais ridículo e esdrúxulo, no momento, do que se alegar que a elite não suporta a ideia de ter perdido o poder, tendo em vista que o cerne da questão não é a pessoa que governa, mas sim a forma como ela vem administrando os negócios dos brasileiros, que tem sido a mais desastrada possível, conforme mostram os resultados da economia, o desempenho político-administrativo e tudo o mais a indicar o despreparo e a desqualificação técnico-especializada da presidente.
Não há negar que o país se encontra em situação periclitante e de calamidade, perdendo a confiança dos investidores, pela desaprovação das agências de classificação de risco e tornando cada vez mais difícil a recuperação econômica, cuja insensibilidade do governo tem como alternativa simplista de aumentar tributos, de forma obcecada e insana, castigando pesadamente ainda mais a população, como se ela, e não ele, fosse culpada pelas trapalhadas da administração do país.
Nesse caso, o governo foi o único culpado e responsável, por ter gastado de forma descontrolada e ainda provocado imensurável rombo nas contas públicas, cuja fatura foi indevidamente apresentada coercitivamente para o povo pagar, embora ele já seja obrigado a arcar com o ônus de uma das maiores cargas tributárias do mundo, que a insensibilidade governamental ainda acha pouco, mesmo com a indiscutível realidade das precariedades dos brasileiros.
De sã consciência, ninguém aguenta conviver com tanta incompetência e ineficiência injustificáveis, quanto mais em se tratando que a máquina pública continua inchada, inoperante e inútil, por ser a principal causa de toda tragédia imposta às estruturas do Brasil.
Diante dos imensuráveis prejuízos de toda ordem, notadamente moral, financeira, de credibilidade e tudo o mais de ruim para o país e os brasileiros, é inacreditável como se demora tanto para a tomada de medidas preventivas e cautelares importantes em favor dos interesses da nação, quando deveria haver o cuidado da antecipação, como forma de se evitar mal maior aos brasileiros.
A decisão pertinente ao impeachment já devia ter sido tomada bem antes da perda de investimento, que se traduziu em verdadeiro desastre para os interesses nacionais, principalmente por refletir situação fora da realidade econômica, em evidente desarranjo das contas do país.
Como o Brasil se encontra em completo estado de penúria, com recessão, desemprego, desindustrialização, falta de investimentos público e privado, juros altos, inflação nas alturas e tantas mazelas que foram causadas pelas desastradas e perdulárias políticas adotadas pelo governo, não há alternativa senão o imediato afastamento da presidente do Palácio do Planalto, de modo que o novo estadista tenha sensibilidade suficiente para administrar o país com o verdadeiro senso de extremas competência e responsabilidade, procurando observar, com imprescindível rigor, os salutares princípios da dignidade, moralidade, honestidade, legalidade, transparência, responsabilidade, entre outros da administração pública, necessários à boa e regular aplicação dos recursos públicos.
Nessa linha de sensatez e da ansiada competência gerencial, o novo governante precisa se conscientizar sobre a primazia do zelo e do cuidado de se evitarem as espúrias negociatas para a formação de ministérios, na forma das indecentes coalizões de governabilidade, por meio das quais os órgãos e as entidades públicos são loteados, de forma espúria, entre políticos normalmente desqualificados e despreparados, que estão muito mais interessados em se aproveitar politicamente da situação e se beneficiar das regalias e influências propiciadas pelo poder, em absoluto detrimento dos verdadeiros interesses nacionais, à vista da situação de calamidade dos serviços públicos atualmente prestados à população, conforme a insatisfação generalizada da população contra o visível desgoverno.
Os fatos do cotidiano mostram que já foram exauridas as possibilidades de o país continuar sendo administrado nas atuais condições da maior temeridade e precariedade, por terem sido inobservados e ultrapassados, há bastante tempo, os saudáveis princípios da competência e da eficiência, absolutamente imprescindíveis na governança da nação com as grandezas e potencialidades do Brasil, cujo povo clama por urgentes mudanças nos sistemas perdulários e retrógrados de gerenciamento, de modo que novas mentalidades da gestão pública propiciem estímulo às estruturas e aos instrumentos capazes de contribuir para a retomada do desenvolvimento do país. Acorda, Brasil!
          ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 1º de outubro de 2015

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