Um deputado federal pelo PSDB-SP afirmou que, na
sua avaliação, há, na Câmara dos Deputados, 284 votos favoráveis ao pedido de
impeachment da presidente brasileira, número ainda menor do que os 342 votos
necessários para aprovar a matéria, enquanto a petista conta com a fidelidade
de 150 deputados.
O tucano também previu que a Câmara deve
deferir o pedido de afastamento da petista ainda neste mês e que o seu
julgamento pelo Senado Federal deverá começar no mês de novembro próximo.
Ele disse que, mesmo que o presidente da Câmara
indefira os pedidos de impeachment, a oposição poderá utilizar a faculdade
de impetrar recurso em plenário, na forma prevista no Regimento Interno da Casa,
em cuja circunstância, bastará apenas a maioria simples para aprovar o
deferimento, ou seja, 51% dos presentes: "Acho que quando iniciarem as manchetes no dia seguinte de que iniciou o
processo, temos clareza de que os que faltam (para chegar aos 342) vão aparecer".
Pelos cálculos do tucano, em que pesem os recentes
movimentos de explícito afago ao PMDB feitos pela petista, em lotear mais
ministérios para a agremiação, ainda há 20 deputados do partido que devem votar
a favor do impeachment: "Por
mais que pareça que ela está ganhando fôlego, nossa visão é de que ela não ganha.
A tendência é piorar".
Na avaliação do parlamentar, sempre que a
presidente tira um partido de sua equipe, para ampliar o espaço do PMDB, a
legenda descartada migra para a oposição, de modo que a tentativa de arrumação
pontual, a estrutura do governo tende a desandar, como um castelo de areia.
O congressista disse ter esperança na "receptividade absoluta" da
sociedade, com relação ao impeachment da presidente, mesmo porque "não tem sentido falar em golpe. Não
estamos cassando para o PSDB assumir. Se for cassado (o mandato da
petista), quem a assume é o vice dela (do
PMDB). Não se pode tratar como golpe
um preceito institucional como o impeachment”.
Ele concluiu a avaliação sobre o impeachment, dizendo
que “A união de juristas, como o advogado
Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, em torno do tema deu mais ‘robustez’
ao pedido.”.
Não
existe nada mais ridículo e esdrúxulo, no momento, do que se alegar que a elite
não suporta a ideia de ter perdido o poder, tendo em vista que o cerne da
questão não é a pessoa que governa, mas sim a forma como ela vem administrando
os negócios dos brasileiros, que tem sido a mais desastrada possível, conforme
mostram os resultados da economia, o desempenho político-administrativo e tudo
o mais a indicar o despreparo e a desqualificação técnico-especializada da
presidente.
Não
há negar que o país se encontra em situação periclitante e de calamidade,
perdendo a confiança dos investidores, pela desaprovação das agências de
classificação de risco e tornando cada vez mais difícil a recuperação econômica,
cuja insensibilidade do governo tem como alternativa simplista de aumentar
tributos, de forma obcecada e insana, castigando pesadamente ainda mais a
população, como se ela, e não ele, fosse culpada pelas trapalhadas da
administração do país.
Nesse
caso, o governo foi o único culpado e responsável, por ter gastado de forma
descontrolada e ainda provocado imensurável rombo nas contas públicas, cuja
fatura foi indevidamente apresentada coercitivamente para o povo pagar, embora
ele já seja obrigado a arcar com o ônus de uma das maiores cargas tributárias
do mundo, que a insensibilidade governamental ainda acha pouco, mesmo com a
indiscutível realidade das precariedades dos brasileiros.
De
sã consciência, ninguém aguenta conviver com tanta incompetência e ineficiência
injustificáveis, quanto mais em se tratando que a máquina pública continua
inchada, inoperante e inútil, por ser a principal causa de toda tragédia imposta
às estruturas do Brasil.
Diante
dos imensuráveis prejuízos de toda ordem, notadamente moral, financeira, de
credibilidade e tudo o mais de ruim para o país e os brasileiros, é inacreditável
como se demora tanto para a tomada de medidas preventivas e cautelares importantes
em favor dos interesses da nação, quando deveria haver o cuidado da
antecipação, como forma de se evitar mal maior aos brasileiros.
A
decisão pertinente ao impeachment já devia ter sido tomada bem antes da perda
de investimento, que se traduziu em verdadeiro desastre para os interesses
nacionais, principalmente por refletir situação fora da realidade econômica, em
evidente desarranjo das contas do país.
Como
o Brasil se encontra em completo estado de penúria, com recessão, desemprego,
desindustrialização, falta de investimentos público e privado, juros altos,
inflação nas alturas e tantas mazelas que foram causadas pelas desastradas e perdulárias
políticas adotadas pelo governo, não há alternativa senão o imediato
afastamento da presidente do Palácio do Planalto, de modo que o novo estadista
tenha sensibilidade suficiente para administrar o país com o verdadeiro senso de
extremas competência e responsabilidade, procurando observar, com imprescindível
rigor, os salutares princípios da dignidade, moralidade, honestidade,
legalidade, transparência, responsabilidade, entre outros da administração
pública, necessários à boa e regular aplicação dos recursos públicos.
Nessa
linha de sensatez e da ansiada competência gerencial, o novo governante precisa
se conscientizar sobre a primazia do zelo e do cuidado de se evitarem as
espúrias negociatas para a formação de ministérios, na forma das indecentes
coalizões de governabilidade, por meio das quais os órgãos e as entidades
públicos são loteados, de forma espúria, entre políticos normalmente
desqualificados e despreparados, que estão muito mais interessados em se
aproveitar politicamente da situação e se beneficiar das regalias e influências
propiciadas pelo poder, em absoluto detrimento dos verdadeiros interesses
nacionais, à vista da situação de calamidade dos serviços públicos atualmente prestados
à população, conforme a insatisfação generalizada da população contra o visível
desgoverno.
Os
fatos do cotidiano mostram que já foram exauridas as possibilidades de o país
continuar sendo administrado nas atuais condições da maior temeridade e
precariedade, por terem sido inobservados e ultrapassados, há bastante tempo,
os saudáveis princípios da competência e da eficiência, absolutamente imprescindíveis
na governança da nação com as grandezas e potencialidades do Brasil, cujo povo clama
por urgentes mudanças nos sistemas perdulários e retrógrados de gerenciamento,
de modo que novas mentalidades da gestão pública propiciem estímulo às estruturas
e aos instrumentos capazes de contribuir para a retomada do desenvolvimento do
país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 1º de outubro de 2015
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