O Ministério da Defesa, comandado por um comunista,
exonerou o Comando Militar do Sul, que fizera duras críticas, porém realistas, ao
governo e aos políticos, a par de ter sido realizada, em quartel sob sua
jurisdição, homenagem póstuma a um chefe da repressão na ditadura.
O militar exonerado é um general dos mais
respeitados comandantes do Exército, que foi transferido para a Secretaria de
Finanças, considerado cargo burocrático. A mudança de comando foi incluída em
pacote amplo de remanejamentos de postos militares, mas a exoneração do general
foi a única motivada por evento político.
Em recente palestra, o general disse que "a maioria dos políticos de hoje parece
privada de atributos intelectuais próprios e de ideologias, enquanto dominam a
técnica de apresentar grandes ilusões. A
mera substituição da PR (presidente da República) não trará mudança significativa no 'status quo'. A vantagem da mudança
seria o descarte da incompetência, má gestão e corrupção".
A situação do general ainda piorou quando outro general
sob seu comando promoveu homenagem póstuma a ex-coronel que teria participado
de repressão no regime militar.
Diante da sequência de fatos, o ministro da defesa houve
por bem avisar previamente à presidente do país sobre a medida, por ter
considerado que o general teria perdido a condição de comando.
Não há dúvida de que a exoneração poderá servir de teste
político para o comandante da Defesa, principalmente porque ele é do PC do B,
partido que se notabilizou durante a ditadura, por promover guerrilha contra o
governo militar.
Trata-se, fora de dúvida, de represália explícita
contra o militar que teve coragem e dignidade de peitar, no bom sentido, com
destemida bravura, o ferrolho imposto aos militares pelo governo, por ele ter
falado a pura e sublime verdade sobre a realidade de fatos nacionais, mostrando
aos seus pares e ao país que, na atualidade, é vergonhoso o militar se acovardar
por trás dos muros dos quarteis, se omitindo diante da situação de vexame e de humilhação
pela qual os militares foram enquadrados na cartilha socialista, sem direito a
se expressar com a dignidade atribuída aos brasileiros.
O certo é que a exoneração de valoroso general
evidencia que o governo não suporta que a verdade seja dita nos quarteis ou por
quem é merecedor de respeito e de credo nos dias atuais, diferentemente dos
homens públicos, que são desacreditados e reprovados no desempenho de seus
cargos, por serem incapazes de exercer com dignidade os cargos públicos
eletivos, muitos dos quais são reprovados por expressivo percentual superior a
70%, em clara demonstração de que a sua permanência no governo contraria
parcela significativa dos brasileiros, que não suporta mais o altíssimo índice
de incompetência e de destruição do patrimônio nacional.
Diante das crises que maculam, de forma indelével,
o desempenho do governo, a exoneração em tela é clara demonstração da
insensibilidade da presidente do país e do ministro da Defesa de não aceitarem
a verdade sobre a realidade dos fatos, que nem precisa ser general e muito
menos militar para exprimi-los com a precisão e correção como ele foi capaz de
dizê-la, em alto e bom som, para que as autoridades do país saibam o exato
sentimento que os brasileiros têm sobre a performance delas, ou seja, de que,
no dizer do general, parcela expressiva dos políticos não possui
intelectualidade própria nem ideologias, mas eles são pródigos na disseminação
de ilusões e que possível a mudança da mandatária do país surtirá efeito praticamente
nulo, diante da paridade da qualidade ínsita dos homens públicos, mas a mudança
de governo poderá ser capaz de contribuir para o afastamento da incompetência, má
gestão e corrupção, que estão destruindo o patrimônio material, moral e legal dos
brasileiros.
Urge que os homens públicos tenham a sensibilidade
e a humildade de enxergar a real precariedade da administração do país,
reconhecendo suas fragilidades e deficiências que têm sido capazes de
contribuir para potencializar os mecanismos que estão levando a nação para o fundo
do poço, justamente pela incapacidade de se perceber que a integração nacional depende
da unificação de pensamentos dos brasileiros, não importando que eles sejam
civis ou militares, porque os interesses da nação prevalecem sobre as causas
pessoais e partidárias. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de outubro de 2015
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