O
ex-presidente da República petista tem sido protagonista de inserções em
propaganda de seu partido, para exibição durante a programação das emissoras de
televisão. Entranha-se que, nas duas peças de propaganda, não há menção à
presidente do país.
Com
30 segundos de duração, os dois vídeos destacam o combate à fome e à pobreza,
os programas sociais do governo e criticam os políticos que querem chegar ao
poder “custe o que custar”.
Em
um dos vídeos, o ex-presidente diz que o Brasil é capaz de superar qualquer crise
e aponta ascensão social, a par de também mencionar programas como Minha Casa,
Minha Vida e Programa Universidade para Todos (ProUni).
O
petista afirma: “Pensem comigo: um país
que em apenas 12 anos saiu do mapa da fome da ONU, colocou mais de 40 milhões
de brasileiros na classe média, bateu recorde na geração de empregos e fez
programas como o Minha Casa, Minha Vida, o Prouni e o Fies, é capaz de vencer
qualquer crise. Um país que fez tanto em tão pouco tempo tem que acreditar na
força do seu povo. Foi por isso que lutei e vou continuar lutando hoje e sempre”.
Em
outro vídeo, um locutor questiona os telespectadores sobre se “Os políticos que querem desestabilizar o
governo estão interessados em beneficiar a população ou só querem tirar
proveito da crise? Afinal, quem garante um caminho mais seguro? Um governo
eleito democraticamente ou aqueles que querem chegar ao poder custe o que
custar?”.
Enquanto
isso acontece no PT, o PSDB veiculou no seu programa partidário que “está na hora” de o PT “pagar pelos próprios erros” e, em uma
das falas, o ex-presidente da República tucano afirma que este é o momento de a
presidente petista ter “grandeza” e
pensar o melhor para o Brasil.
Não
há dúvida de que quem vive do passado e ainda sobrevive a duras penas é museu,
que tem sua importância na história do mundo, mas a menção aos fatos do passado
recente, como é feita com ênfase pelo ex-presidente, não contribui em absolutamente nada
para a solução das graves questões que dominaram o governo, sem que não haja
competência e capacidade para remover os obstáculos que impendem o
desenvolvimento social e econômico.
Os
homens públicos ultrapassados e alheios à realidade nacional precisam se
conscientizar de que o povo depende, para viver, no momento, de condições sociais
e econômicas satisfatórias, principalmente com a existência de empregos, custo
de vida baixo, crédito facilitado e barato, inflação baixa, produtividade em
alta, enfim, economia em desenvolvimento, em contraste com o que vem ocorrendo
no governo, e não com base em fatos acontecidos no passado, que devem servir,
agora, tão somente como elementos estatísticos, que não contribuem, à toda
evidência, em nada para melhorar as condições de vida da população ou nem mesmo
como perspectivas para a melhoria da governabilidade.
O
simples fato de mencionar que o governo petista foi capaz de matar a fome dos brasileiros
e de ter conseguido múltiplas façanhas não muda em nada a trágica situação
político-administrativa da atualidade. Ao contrário, porque referência a
resultados auspiciosos de outra gestão somente suscita mais dúvida quanto e como
governo que se diz tão competente no passado recente foi extremamente capaz de
quebrar, em tão pouco tempo, o Brasil e, de lambuja, desarranjar as estruturas
econômico-financeiras da Petrobras, a empresa mais importante do país.
Não
pode haver nada mais medíocre e ridículo do que político ultrapassado e fora do
contexto tentando justificar a decadência do governo, responsável por graves
erros do presente, piores indicadores econômicos, irregularidades na aplicação
de dinheiro público, desmoralização do país e descrédito da sociedade pela
gestão petista, com a realização satisfatória de obras do passado recente, como
se isso tivesse o condão de transformar as precariedades e deficiências administrativas
em algo diferente e alentador, quando isso demonstra exatamente a falta de
capacidade para se praticar algo correto, produtivo, eficiente e competente, de
modo a não se permitir que o país estivesse mergulhado na recessão, com ameaça
de impeachment da presidente, justamente por causa da sua demonstração de
incapacidade para solucionar as terríveis dificuldades econômicas, políticas,
morais e administrativas.
Os
brasileiros precisam se conscientizar de que as mentalidades dos homens
públicos impregnadas com fatos do passado não podem merecer qualquer
credibilidade no presente, tendo em vista que agora o governante é da mesma
corrente política, porém com pensamento gerencial obsoleto e absolutamente
incapaz de evitar a trágica situação de precariedade dos sistemas político,
econômico e administrativo, com o país padecendo diante de terrível recessão e
suas perniciosas consequências, em enorme desarranjo das políticas de
incumbência do Estado e extrema dificuldade para a retomada do desenvolvimento
do país. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de outubro de 2015
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