O ex-presidente da República petista afirmou que
"Eu sei o que fizemos pelo Brasil.
Não faço política atrás de agradecimento. Político é assim, não espere
agradecimento. O melhor agradecimento é deitar com sua consciência tranquila
todo dia e é o que eu faço. Fiz o que era justo para meu país".
O petista, sem citar denúncias específicas, reclamou
da imprensa, nestes termos: "Este
país está vivendo um momento inusitado. Um momento de ódio, onde as pessoas não
precisam nem ser julgadas e as manchetes condenam antes das pessoas saberem se
tem processos. Muita gente fica nervosa e irritada e temos que nos perguntar o
que está acontecendo".
O ex-presidente, ao dizer que não espera por
agradecimento, dá a entender que o governo dele foi o suprassumo das governabilidades
e que o seu legado teria sido algo extraordinário e revolucionário, quando não
existe absolutamente nada a se comemorar como obras petistas, porque não houve
a inauguração de nenhum monumento público de porte nem mesmo a promoção de
reformas de nada para, pelo menos, contribuir para o desenvolvimento da nação.
Ao contrário, o governo do petista ficará marcado nos
anais da República por muitas tragédias prejudiciais ao interesse público,
entre as quais são destaques e marcantes os famigerados escândalos do mensalão
e do petrolão; as espúrias alianças com políticos da pior espécie, com a
finalidade de consolidar a absoluta dominação política e a perenidade no poder;
a implantação do excrescente fisiologismo na administração pública, com o mesmo
objetivo citado antes; a inauguração de obras em países comandados por
ditadores, construídas com recursos dos tolos dos brasileiros, quando, no
Brasil, os portos, as estradas, os hospitais, os transportes, os presídios, as
escolas etc. estão sucateados e à míngua, pela falta do dinheiro mandado para o
exterior e depois perdoado o seu pagamento, em clara evidência de
irresponsabilidade administrativa, sem que ninguém tivesse sido condenado pelos
crimes de lesa-pátria decorrentes disso; entre tantas mazelas que ressoam a
todo instante como a marca da destruição de governo prejudicial aos interesses
do país e dos brasileiros.
É bem provável que o ex-presidente se envaideça dos
programas sociais de seu governo, que nada mais são do que o cumprimento de
políticas de Estado que qualquer governo mediano teria executado, possivelmente
com as devidas competência e eficiência quanto ao cadastramento, controle e
fiscalização, somente permitindo o pagamento de benefícios às famílias
efetivamente carentes, em harmonia com a institucionalização do programa Bolsa
Família, que também não o teria transformando em projeto com viés eleitoreiro e
populista, conforme evidencia o resultado do último pleito presidencial, quando
as regiões dominadas pela prevalência da distribuição de renda foram generosas
nas urnas, em favor da candidata oficial, comprovando o peso da recompensa do
eleitorado ao pagamento dos benefícios em causa.
O ex-presidente precisa se conscientizar de que,
enquanto no seu governo houve tentativa da priorização da distribuição de
renda, que é importante em um país constituído de bolsões de pobreza, as demais
políticas públicas foram ridicularmente menosprezadas, cujas consequências são
refletidas na precariedade dos serviços públicos prestados à população,
conforme evidenciam a realidade dos fatos e as avaliações dos organismos
internacionais, a exemplo do Índice de Desenvolvimento Humano, que posiciona o
Brasil, em termos sociais, bem distante dos países evoluídos e muito próximo
das nações sem expressão econômica, fato que indica o baixo nível da
competência administrativa do governo, que não teve capacidade para avaliar e
investir nas políticas efetivamente prioritárias, permitindo que a distorção de
planejamento imperasse na sua gestão e causasse dificuldades e desequilíbrio
entre os mecanismos de desenvolvimento.
Possivelmente o ex-presidente ainda não tenha tido
tempo para conhecer o velho adágio segundo o qual “quem semeia vento, colhe
tempestade”, que é exatamente o que o PT vem colhendo como merecido fruto de
tanto seus filiados disseminarem o ódio, principalmente nas pessoas de suas
principais lideranças, que bradam aos quatro cantos que odeiam a burguesia, por
ela ser possuidora dos piores predicativos, justamente porque ela não comunga na
sua cartilha, por meio da ideologia populista e caudilhista, que estão
contribuindo, de forma efetiva, para o trágico caos da administração do país.
O ódio dos brasileiros significa certamente o
resultado esperado de décadas de discurso de intenso ódio contra seus opositores
e com o maior menosprezo àqueles que pensam diferentemente do petismo, como se
a democracia obrigasse ao compartilhamento dos mesmos pensamentos e ideias, de
cunho absolutamente de conveniência política, como forma de dominação absoluta
do poder.
Há
enorme dificuldade para os homens públicos identificarem os motivos que levam ao
ódio desenvolvido no seio da população, principalmente porque entre eles
inexiste a sensibilidade capaz de captar a ansiedade social e de auscultar o
sentimento de repúdio às hipocrisias; às sistêmicas e endêmicas corrupções; à
incompetência gerencial dos recursos públicos; às espúrias coalizões de
governabilidade, com o exclusivo propósito da absoluta dominação da classe
política e da perenidade no poder; aos financiamentos de obras no exterior,
normalmente em ajuda a países comandados por ditadores; às inescrupulosas
fidelizações parlamentares à pessoa da presidente do país, em espúrio
loteamento de ministérios e empresas estatais, para a materialização da
blindagem da petista contra a abertura do processo de impeachment dela; às crônicas
resistências às reformas das estruturas das instituições públicas e dos
mecanismos inerentes aos processos produtivos, impedindo o desenvolvimento
social, político, econômico e democrático; enfim, aos gritos da população sobre
a péssima qualidade, quando prestados, dos serviços públicos, motivo da sua
permanente insatisfação, que nunca será sentida nem ouvida pelo governo, que se
faz de mouco aos ensurdecedores e estridentes clamores sociais, que são
transformados, com total justiça, em ódio, assimilado e não compreendido por
quem faz questão de ignorar as causas de tanta insatisfação.
O ex-presidente pode ter suas razões
para dormir de consciência tranquila, mas, com absoluta certeza, os brasileiros
têm montanhas de motivos para não conseguir dormir, por causa da sua consciência
perturbada, que vem sofrendo com terríveis pesadelos, decorrentes da trágica
situação de penúria pela qual o país foi conduzido pelo governo, que não teve
capacidade para evitar, entre tantas precariedades, a perniciosa recessão
econômica, com as horrorosas consequências de desemprego, redução da renda,
desindustrialização, juros altos, inflação galopante, descontrole das contas
públicas, debandada dos investidores estrangeiros, inexistência de
investimentos em obras, descrédito na gestão pública, além de muitas mazelas
que simplesmente são capazes de atormentar e intranquilizar os brasileiros
trabalhadores, enquanto o ex-presidente tranquilamente zomba de quem vem passando
por amarguras e dificuldades.
O petista precisa saber que o ódio dos brasileiros é
consequência da desastrada administração do país, cujo governo petista
simplesmente conseguiu quebrar as estruturas das instituições públicas
brasileiras, que tiveram reflexos diretos nos sistemas político, econômico e
administrativo, permitindo inclusive que as agências de classificação de risco
rebaixassem o grau de investimento do Brasil, considerando os títulos
brasileiros como "lixo", ou seja, a incompetência da gestão pública contribuiu
para que os brasileiros conscientizados sobre as crises que grassam no país e
os investidores estrangeiros deixassem de confiar nas políticas públicas do
governo brasileiro, ante o conjunto do malogro da gestão pública, que passa por
completa degeneração e descrédito.
O ódio dos brasileiros é simplesmente o reflexo da
contextualização das maldades e precariedades causadas à nação e aos
brasileiros pelas incompetências, deficiências e mazelas administrativas, sob a
exclusiva tutela do governo perdido, desorientado e gastador, que não tem o
menor pudor de infringir as salutares normas constitucionais e legais que
disciplinam as diretrizes orçamentária e financeira do país, em clara afronta
ao juramento presidencial de posse sobre o compromisso de respeitar, cumprir e
fazer cumprir a Constituição e as leis do país, além de causar enormes prejuízos
aos interesses nacionais.
Ao que se pode intuir, as declarações do ex-presidente
refletem naturalmente o verdadeiro espírito permeado com o sentimento próprio
da onipotência de quem acha que a sua gestão extrapolou a excelência da
governabilidade e teria sido algo tão excepcional e excedível merecedor do
eterno reconhecimento dos brasileiros, quando os eventuais resultados positivos
foram suplantados com vantagem pelas mazelas que refletiram muito negativamente
na economia, no desenvolvimento humano e na prestação dos serviços públicos. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 25 de outubro de
2015
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