O ex-presidente da República petista concitou que a
presidente do país saia do gabinete para ir às ruas, porque "Quando as coisas não estão indo muito bem,
não tem remédio senão ir ao encontro do povo.”.
Na avaliação dele, quando se é governo, "É preciso ir ao encontro do povo para
receber oxigênio novo, para ganhar nova motivação e sentido para governar.”.
O
ex-presidente tem toda razão ao sugerir que a sua afilhada vá às ruas, onde
certamente ela receberá o “calor” do povo que a aprova, segundo os resultados
das pesquisas, em menos de 10%.
Com
certeza, ela será aplaudidíssima pelos “excelentes” resultados do governo dela
que somente o petista enxerga, onde se chega à conclusão de que o país se
encontra quebrado, em plena recessão econômica e padecendo com as crises
política, econômica e administrativa, cuja gestão desastrada propiciou que a
nação fosse rebaixada por agências de classificação de risco, tendo uma delas
sentenciado que os títulos brasileiros são "lixo".
O ex-presidente criticou, com dureza, a oposição, em
especial o PSDB, por ser intransigente defensor da tese do impeachment ou a
renúncia da presidente petista. Ele afirmou que "A oposição deveria criar vergonha e deixar a Dilma governar este país.”.
O petista disse que as gestões petistas ajudaram a
reduzir as diferenças sociais no país e é exatamente aí que reside “O ódio que está instalado neste momento no país",
tendo culpado ainda a oposição pelo que considera clima de "baixo astral e baixa autoestima"
que vem tomando conta do Brasil.
O ex-presidente precisa resgatar, com urgência, os
princípios da verdade, sinceridade e dignidade - se é que eles alguma vez
tivessem feito parte da sua índole -, que são instrumentos capazes de ajudar à
avaliação honesta, sensata e equilibrada sobre os fatos, de modo a se evitar
cometer graves injustiças sobre a sua autoria, além de se vislumbrar o
reconhecimento sobre seus próprios erros, sem necessidade de se atribuir, de
forma indevida, a culpa a quem quer que seja sobre os desacertos e fracassos,
que, na realidade, os brasileiros não têm a menor dúvida quem os tenha dado
causa.
Em absoluto, de sã consciência, a oposição não tem
a mínima culpa pela destruição da autoestima do povo, que chegou ao estágio
deplorável onde se encontra graças, obviamente, à trágica situação do país, que
foi conduzido à destruição econômica, política e administrativa, graças à má
gestão de treze anos de governo despreparado, autoritário, antirrepublicano,
antidemocrático e onipotente, que administra o Brasil como se fosse um feudo
seu, cuja máquina pública é loteada entre partidos da sua base de sustentação,
com o compromisso senão para a satisfação de conveniências pessoais e
partidárias, em detrimento dos interesses públicos, como bem comprova a última
reforma ministerial, que foi implementada nos moldes a consolidar a fidelização
à causa em defesa da blindagem contra a abertura de processo de impeachment da
presidente do país.
Deveriam
ter vergonha na cara os homens públicos que implantaram a cleptocracia no país,
descrita por um ministro do Supremo Tribunal Federal, que tem como modelo o
mensalão e petrolão, sendo que este último representa a dilapidação do
patrimônio da Petrobrás, deixando a empresa à beira da falência, pela
descapitalização e condição de passar a ser a maior devedora do mundo;
concederam financiamentos a países da África e América Latina, quando a sua
aplicação do Brasil seria benéficos para os brasileiros; sucatearam os serviços
públicos, ante as suas precariedades em todos os setores, como saúde, segurança,
educação, transportes, infraestrutura, saneamento básico, entre outras
degenerações extremamente prejudiciais aos interesses nacionais.
Também
não condizem com os princípios da dignidade e da nobreza os arraigados
sentimentos do governo e de seu partido segundo os quais os fins justificam os
meios e as leis devam ser maleáveis para que possam atender suas conveniências pessoais
e partidárias, como forma de viabilizar a absoluta dominação da classe política
e a perenidade no poder.
Nem
é possível pedir que o governo tenha vergonha pelo de seus atos de maldade
protagonizada por ele contra o país e o povo, com ressalva para o Bolsa
Família, com suas precariedades de cadastramento e controle, como os casos
deprimentes de corrupção - o mensalão e o petrolão -; as desastradas políticas
de governo, que empurram o país para a horrorosa recessão; as coalizões
espúrias, que contribuíram para a degeneração dos serviços públicos; os
financiamentos de obras no exterior com recursos que fazem muita falta no
Brasil; a gastança que causou rombo nas contas públicas; a falta de reforma das
estruturas do Estado, que tem contribuído para o entrave ao desenvolvimento do
país; entre muitas mazelas prejudiciais aos interesses dos brasileiros, que,
mesmo que o governo tivesse vergonha da sua má gestão, dificilmente as
situações críticas seriam resolvidas, diante da incapacidade demonstrada pela
presidente para sanar as questões que martirizam a nação.
Urge
que os brasileiros se conscientizem sobre o verdadeiro nível dos homens políticos
que os representam, à vista de suas incoerência e irresponsabilidade na
avaliação sobre a realidade dos fatos, sempre distorcida sob a ótica favorável
às suas conveniências e em benefício de seus interesses políticos e em demérito
de seus opositores, que são os injustiçados eleitos como eternos responsáveis
pelas precariedades e degenerações da administração do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de outubro de 2015
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