quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A ilegítima intromissão


O jornal americano New York Times, a par de entender que as mudanças empreendidas pela petista são "esforço para conseguir apoio às suas medidas de austeridade enquanto enfrenta pedidos por sua saída", que a reforma ministerial reafirma o poder do antecessor e padrinho político da presidente brasileira, que teria emplacado um "confidente" seu como titular da Casa Civil.
O jornal disse que o PMDB, que é o partido do presidente da Câmara dos Deputados, "o principal crítico de Dilma e que tem o poder de decidir sobre os pedidos para iniciar os procedimentos de impeachment contra Dilma.”, foi contemplado com o cobiçado Ministério da Saúde e passou a comandar mais seis pastas.
A reportagem afirmou que, "Nos bastidores da troca, seu poderoso antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, está reafirmando seu poder ao emplacar um confidente, Jaques Wagner, como ministro da Casa Civil. Ao mesmo tempo, o PMDB... está aumentando seu poder".
Segundo o jornal, as mudanças "refletem como Dilma está lutando para remontar uma coalizão fragmentada", enquanto PT e PMDB sofrem com o escândalo de corrupção na Petrobras, sob investigação na Operação Lava-Jato. 
Na ótica do NYT, a petista é uma "líder cercada", e cita economistas que afirmam que as medidas resultarão apenas em "economias simbólicas", já que o déficit do Orçamento "inchou" em meio a uma grave crise econômica. 
Para o jornal, "Ao dar mais poder ao PMDB, Dilma tenta construir apoio no Congresso para a aprovação de cortes de gastos controversos defendidos pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy".
A reafirmação do poder político do petista-mor somente atesta a fragilidade político-administrativa da presidente brasileira, que é incapaz de promover mera reforma ministerial por iniciativa e vontade próprias, conforme mostram os fatos, em que o ex-presidente foi e é reconhecido como principal protagonista na efetivação do novo ministério, que tem as suas cara e mãos, dando a entender que ele, que já mandava como autoridade parda, agora certamente irá mandar ainda mais no governo, que padece de competência, autoridade e autonomia.
Além da indevida e inadmissível ingerência do petista-mor, que é gravíssima para a autoridade da presidente do país, ante a absurda permissividade de o Brasil poder ser comandado paralelamente também por quem não foi eleito e, por isso, não tem representatividade nem legitimidade para tanto, em demonstração de indevida e absurda inversão de valores e de extremo desvio de finalidade quanto ao fiel cumprimento das funções presidenciais previstas na Constituição Federal, fato que confirma a generalizada desmoralização administrativa do país.
Nunca na história política do país um estranho tem tanto poder de influenciar nas decisões nacionais, o que o faz sem a menor legitimidade, se aproveitando da incompetência, fragilidade, de quem já demonstrou que não tem condições para governar, com a devida eficiência, os interesses nacionais.
Não à toa que o país passa por graves crises, com a economia esgarçada e sinalizando para terrível recessão, com as trágicas consequências de desemprego, inflação alta, juros nas alturas, total descontrole das contas públicas, redução de arrecadação, desindustrialização, debandada do capital estrangeiro, enfim, inexistência de investimentos público e privado e demais mazelas que foram capazes de turbinar o descrédito e a desconfiança na atuação da presidente, que realmente não consegue fazer nada sozinha e o pouco que tem feito resulta nas precariedades que é o seu verdadeiro governo, representado por fatos lamentáveis, preocupantes e desalentadores.
É induvidoso que as mazelas do governo, demonstradas com irretocável esplendor, têm o condão de deixar as pessoas conscientizadas sobre as gravidades e as penúrias da gestão pública cada vez mais acreditando piamente que a continuidade da petista na administração do país somente aumentará as dificuldades e os prejuízos causados aos interesses nacionais.
É indiscutível que a concessão de poder a quem deveria estar bem distante do Planalto não passa de estratégia maquiavélica como marketing político, para pôr em evidência político que pretende voltar triunfante à Presidência, no próximo pleito.
Trata-se de intromissão indevida que seria mais do que constrangedora para a presidente da República, caso se tratasse de país sério e de governo responsável, em que as instituições devem ser valorizadas com o mando, o governo, sendo exercido exclusivamente pelo titular do cargo, evidentemente se ele tivesse competência e sensibilidade para assim proceder, em respeito aos milhões de votos depositados nas urnas em seu sufrágio.
          Os brasileiros precisam se conscientizar sobre a real gravidade por que passa a nação, uma vez que a presidente cada dia demonstra que não consegue governar sozinha e muito menos sem o auxílio de quem não tem legitimidade para participar das decisões nacionais, cujos reflexos são deveras prejudiciais à administração do país, à vista das precariedades que estão infernizando a qualidade de vida da população, diante dos resultados extremamente deficientes e deficitários, a denunciar a má gestão dos recursos públicos e a necessidade de urgentes mudanças no comando do país. Acorda, Brasil!
          ANTONIO ADALMIR FERNANDES
          Brasília, em 07 de outubro de 2015

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