O jornal americano New York Times, a par de
entender que as mudanças empreendidas pela petista são "esforço para conseguir apoio às suas medidas
de austeridade enquanto enfrenta pedidos por sua saída", que a reforma
ministerial reafirma o poder do antecessor e padrinho político da presidente brasileira,
que teria emplacado um "confidente"
seu como titular da Casa Civil.
O jornal disse que o PMDB, que é o partido do
presidente da Câmara dos Deputados, "o
principal crítico de Dilma e que tem o poder de decidir sobre os pedidos para
iniciar os procedimentos de impeachment contra Dilma.”, foi contemplado com
o cobiçado Ministério da Saúde e passou a comandar mais seis pastas.
A reportagem afirmou que, "Nos bastidores da troca, seu poderoso antecessor, Luiz Inácio Lula da
Silva, está reafirmando seu poder ao emplacar um confidente, Jaques Wagner,
como ministro da Casa Civil. Ao mesmo tempo, o PMDB... está aumentando seu
poder".
Segundo o jornal, as mudanças "refletem como Dilma está lutando para
remontar uma coalizão fragmentada", enquanto PT e PMDB sofrem com o
escândalo de corrupção na Petrobras, sob investigação na Operação Lava-Jato.
Na ótica do NYT, a petista é uma "líder cercada", e cita economistas
que afirmam que as medidas resultarão apenas em "economias simbólicas", já que o déficit do Orçamento "inchou" em meio a uma grave crise
econômica.
Para o jornal, "Ao dar mais poder ao PMDB, Dilma tenta construir apoio no Congresso
para a aprovação de cortes de gastos controversos defendidos pelo ministro da
Fazenda, Joaquim Levy".
A reafirmação do poder
político do petista-mor somente atesta a fragilidade político-administrativa da
presidente brasileira, que é incapaz de promover mera reforma ministerial por
iniciativa e vontade próprias, conforme mostram os fatos, em que o
ex-presidente foi e é reconhecido como principal protagonista na efetivação do
novo ministério, que tem as suas cara e mãos, dando a entender que ele, que já
mandava como autoridade parda, agora certamente irá mandar ainda mais no
governo, que padece de competência, autoridade e autonomia.
Além da indevida e
inadmissível ingerência do petista-mor, que é gravíssima para a autoridade da
presidente do país, ante a absurda permissividade de o Brasil poder ser
comandado paralelamente também por quem não foi eleito e, por isso, não tem
representatividade nem legitimidade para tanto, em demonstração de indevida e
absurda inversão de valores e de extremo desvio de finalidade quanto ao fiel
cumprimento das funções presidenciais previstas na Constituição Federal, fato
que confirma a generalizada desmoralização administrativa do país.
Nunca na história política do
país um estranho tem tanto poder de influenciar nas decisões nacionais, o que o
faz sem a menor legitimidade, se aproveitando da incompetência, fragilidade, de
quem já demonstrou que não tem condições para governar, com a devida
eficiência, os interesses nacionais.
Não à toa que o país passa por
graves crises, com a economia esgarçada e sinalizando para terrível recessão,
com as trágicas consequências de desemprego, inflação alta, juros nas alturas,
total descontrole das contas públicas, redução de arrecadação,
desindustrialização, debandada do capital estrangeiro, enfim, inexistência de
investimentos público e privado e demais mazelas que foram capazes de turbinar
o descrédito e a desconfiança na atuação da presidente, que realmente não
consegue fazer nada sozinha e o pouco que tem feito resulta nas precariedades
que é o seu verdadeiro governo, representado por fatos lamentáveis,
preocupantes e desalentadores.
É induvidoso que as mazelas do
governo, demonstradas com irretocável esplendor, têm o condão de deixar as
pessoas conscientizadas sobre as gravidades e as penúrias da gestão pública
cada vez mais acreditando piamente que a continuidade da petista na administração
do país somente aumentará as dificuldades e os prejuízos causados aos
interesses nacionais.
É indiscutível que a concessão
de poder a quem deveria estar bem distante do Planalto não passa de estratégia
maquiavélica como marketing político, para pôr em evidência político que
pretende voltar triunfante à Presidência, no próximo pleito.
Trata-se de intromissão
indevida que seria mais do que constrangedora para a presidente da República,
caso se tratasse de país sério e de governo responsável, em que as instituições
devem ser valorizadas com o mando, o governo, sendo exercido exclusivamente pelo
titular do cargo, evidentemente se ele tivesse competência e sensibilidade para
assim proceder, em respeito aos milhões de votos depositados nas urnas em seu
sufrágio.
Os brasileiros precisam se
conscientizar sobre a real gravidade por que passa a nação, uma vez que a
presidente cada dia demonstra que não consegue governar sozinha e muito menos sem
o auxílio de quem não tem legitimidade para participar das decisões nacionais,
cujos reflexos são deveras prejudiciais à administração do país, à vista das
precariedades que estão infernizando a qualidade de vida da população, diante
dos resultados extremamente deficientes e deficitários, a denunciar a má gestão
dos recursos públicos e a necessidade de urgentes mudanças no comando do país.
Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 07 de outubro de 2015
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