Um deputado federal, eleito pela Paraíba, e
ex-ministro declarou que “Não existe fato
algum que possa ser objeto de apresentação de impeachment, que é um impedimento
que para ser caracterizado se necessita de um fato concreto e não há esse fato.
Na minha opinião, o que existe é um anseio de alguns setores de oposição, que
querem se valer desse instrumento para tentar tirar a presidente do governo. Isso
não existe num regime presidencialista, o governante não pode ser retirado do
posto simplesmente porque está atravessando um momento difícil de avaliação na
sua gestão. Isso é característica do parlamentarismo, onde o Parlamento se
reúne e em sua maioria destitui e nomeia um novo Primeiro Ministro, o que não é
o nosso caso. Nessa visão, meu sentimento é esse. Não existem as condições
necessárias para um pedido de impedimento da presidente da República”.
É lamentável que o parlamentar paraibano tenha mentalidade
apenas preconcebida quanto à falta de fato concreto para ensejar o impeachment
da presidente da República, sob o simplista argumento de que há anseios de
alguns setores da oposição que insistem no afastamento da petista do Palácio do
Planalto.
Não há dúvida de que se trata de visão
eminentemente estreita, sob a ótica de quem não quer enxergar a realidade dos
fatos bastante divulgados pela imprensa, consistentes nas irregularidades
patenteadas nas pedaladas fiscais, onde a presidente se beneficiou da maquiagem
das contas públicas, que foram sempre apresentadas com saldos confortavelmente
em conformidade com os limites previstos nas diretrizes orçamentárias, quando,
na verdade, elas
seriam deficitárias caso não fossem usados, de forma indevida e estrategicamente, o artifício do alongamento do pagamento das contas pelo governo, que teve o respaldo dos cofres de bancos públicos para ele se passar por bom pagador.
seriam deficitárias caso não fossem usados, de forma indevida e estrategicamente, o artifício do alongamento do pagamento das contas pelo governo, que teve o respaldo dos cofres de bancos públicos para ele se passar por bom pagador.
Ressalte-se que as irregularidades pertinentes às
pedaladas fiscais são objeto de julgamento pelo Tribunal de Contas da União,
com grande possibilidade de se confirmar o abuso da presidente quanto à
inobservância dos limites orçamentários e financeiros estabelecidos na
Constituição Federal, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei de Responsabilidade
Fiscal, ensejando a prática de crime de responsabilidade fiscal.
Também pesa sobre a responsabilidade da presidente
o possível recebimento de dinheiro de propina da Petrobras para o financiamento
da campanha à reeleição dela, fato que contraria a legislação de regência do sistema
eleitoral, cujo processo é objeto de julgamento pelo Tribunal
Superior Eleitoral, acaba de autorizar ampla investigação sobre as contas da campanha da petista.
Superior Eleitoral, acaba de autorizar ampla investigação sobre as contas da campanha da petista.
Ou seja, em ambos os caos já há motivos mais do que
suficientes para o impeachment da presidente, tendo em vista que as irregularidades
são graves, justamente por contrariarem os princípios, sobretudo, da legalidade
e probidade que são fundamentais e inarredáveis na administração pública.
Além dessas gravíssimas e comprometedoras irregularidades,
ainda existe outro fato que o parlamentar também omitiu de propósito, que é igualmente
de extrema dificuldade para os interesses nacionais, por consistir em
administração deletéria, prejudicial e perniciosa aos brasileiros e diz
respeito à forma ineficiente e incompetente como o país vem sendo administrado
pela presidente, à vista das terríveis precariedades dos serviços públicos
prestados à população, onde há carência gritante na saúde, na educação, na
segurança pública, nos transportes, no saneamento básico, na infraestrutura, entre
outras mazelas próprias das deficiências de quem teve desastroso desempenho nas
políticas econômicas, cujos malévolos resultados e indicadores conduziram o
país à trágica recessão, com suas funestas consequências, tais como desemprego,
redução da renda dos trabalhadores, diminuição de arrecadação, alta da
inflação, juros altos, inexistência de investimentos, debandada do capital
estrangeiro, desindustrialização, entre tantas dificuldades que justificam sim
o afastamento do mais importante cargo do país de quem demonstra absoluta falta
de condições de ter evitado que a nação fosse conduzida à situação tão
desastrosa e altamente prejudicial aos interesses dos brasileiros.
Na verdade, pesam sobre os ombros da petista não
somente as horríveis crises política, econômica e administrativa, mas também os
vexatórios sentimentos de descrédito e de desconfiança da sociedade,
manifestados nas pesquisas de opinião pública, que desaprovam a atuação da
presidente em índice superior a 70%, batendo todos os recordes de desaprovação
dos governos anteriores, conquanto a aprovação dela situa-se em baixíssimos
10%, o que é bastante sintomático para evidenciar que, para o bem do país e dos
brasileiros, o afastamento da petista do Palácio do Planalto é medida que se impõe,
por ser altamente benéfica para os interesses nacionais, principalmente porque
a sua continuidade no governo apenas materializa a certeza de que as crises
tenderão ao recrudescimento para contribuir com maiores prejuízos para a nação.
O
deputado paraibano deveria demonstrar sensibilidade política e consciência
cívica para opinar e se expressar com a autenticidade de homem público e como
verdadeiro representante do povo, no sentido de avaliar a atuação da presidente
exatamente com base nos atributos dela, inerentes à realidade dos fatos
desastrosos para o interesse dos brasileiros e do país, que são,
indiscutivelmente, de extrema calamidade e capazes de justificar seu
afastamento da Presidência da República, pelo deletério e pernicioso conjunto
da sua obra, que se traduz no melancólico legado do desgoverno, que deveria,
para o bem da nação, terminar o quanto antes melhor.
Os brasileiros precisam se conscientizar, com
urgência, sobre a perversidade e os malefícios dos políticos beneficiários de
regalias e influências propiciadas pelo poder, em atendimento às satisfações
pessoais e às conveniências políticas, em defender a continuidade das
indiscutíveis ineficiência e incompetência na administração do país, mesmo quando
o estado de cataclismo seja visível e irrefutável, como acontece com relação ao
desgoverno que é realidade incontestavelmente prejudicial aos interesses da
sociedade. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de outubro de 2015
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