Com a finalidade de salvar a pele da afilhada política,
o ex-presidente da República petista pediu ao presidente da Câmara dos
Deputados que segure os pedidos de impeachment que se encontram em poder deste,
que tem competência para deferi-los ou mandá-los para o arquivo.
O apelo, em caráter reservado, foi feito em
Brasília e demonstra a preocupação do petista com os avanços do processo de
impeachment, principalmente por força da pressão popular, com o que ele está convencido
de que a petista nunca esteve tão perto de ser impedida de concluir seu
mandato.
O pedido de impeachment mais esperado pela imprensa
tem as assinaturas de um jurista que foi também fundador do PT e de outro
jurista de renome, que foi ministro da Justiça no governo tucano.
O referido pedido tem o apoio de partidos da
oposição, entre os quais o PSDB e o DEM, e de dissidentes da base aliada, como
o PMDB, partido da preferência do PT.
Na avaliação do ex-presidente, se um processo assim
começar a tramitar na Câmara, será muito difícil conter a pressão das ruas e
haverá, no dizer dele, um “golpe” no país,
com risco até de ser provocada convulsão social.
O petista entende que a situação da presidente é “gravíssima” e o governo precisa, mais do
que nunca, do apoio do PMDB para que ela consiga aprovar o pacote fiscal e
terminar o mandato.
Por enquanto, alguns pedidos de impeachment contra
a petista já foram despachados para o arquivo, mas cabe ao presidente da Câmara,
que se encontra rompido com o governo, decidir, em primeira instância, se concorda
ou não com a sequência do martírio da presidente, quanto ao posicionamento da
espada de Dâmocles na cabeça dela, fato que se traduz em horrorosa situação de
desespero para os petistas, que nunca teve tão criticado e repudiado.
O peemedebista tem afirmado que serão rejeitados os
pedidos de impeachment e, ao que parece, em consonância com a preconcebida ideia
de que a oposição venha depois apresentar, ao final desse tormentoso processo
de avaliação, recurso ao plenário da Câmara para conseguir o seu objetivo de
judiar pesado com a petista.
Para o ex-presidente, não existe nada que comprove
o envolvimento da presidente em crime de responsabilidade pela corrupção na
Petrobrás e muito menos pelas pedaladas fiscais, que consistem em manobras
contábeis para transformar o saldo financeiro deficitário em resultado positivo,
sendo considerados procedimentos irregulares, por contrariarem as diretrizes
pertinentes à boa e regular aplicação de recursos públicos, como exigência
normal no âmbito da administração pública.
O governo faz mágica para tentar convencer os
críticos de que a atual crise econômica não pode ser usada para fortalecer o
movimento em prol do seu impeachment, que tem muitos pontos em conspiração ao
contrário, a começar pela enorme insatisfação do povo contra o desgoverno do
país, que tem sido marcado pela indiscutível demonstração de reorganização das
estruturas da administração e da falta de reação às mazelas que somente se
intensificam no âmbito político, econômico e administrativo, sempre com enorme
prejuízo para os interesses da nação.
O
ex-presidente confia nos bons resultados da recente reforma do ministério,
diante da ampla mudança da equipe, porque o objetivo dela é propiciar espaço no
primeiro escalão para “quem tem voto”,
ou seja, quem pode ajudar a aprovar o ajuste e quem vai trabalhar para barrar o
impeachment.
É incrível como o petista-mor adora
fazer as coisas às escondidas, tudo em defesa de seus interesses pessoais ou
partidários, como nesse caso de trabalhar em surdina para tentar salvar a sua
pupila da guilhotina e, via de consequência, o seu futuro político.
A
questão do impeachment poderia muito bem se enquadrar no conceito de que o
governante deveria ser afastado automaticamente pelo povo sempre que o seu
plano de governo se tornasse verdadeiro desastre tanto para o país como para a
população, como no presente caso, em que a presidente vem administrando o país
por meio de políticas contrárias às suas metas de campanha.
No
caso específico da presidente petista, ela certamente preenche com absoluta
vantagem os requisitos para ser afastada do cargo, em razão de ter sido eleita
com base em programa de governo prometendo transformar o Brasil numa verdadeira
maravilha, com inflação controlada, pleno emprego, juros civilizados,
recuperação das perdas salariais, investimentos em obras públicas, além de ter
garantido apurar os casos de corrupção e mandar prender os envolvidos, mas
disso foi implementado.
Ou
seja, a petista teria garantido, por certo com respaldo em script de
marqueteiro, que o país seria completamente diferente do que se encontra agora,
em estado de extrema penúria, onde os serviços públicos despencaram a nível
horrível de qualidade, a economia tem os indicadores mais sofríveis dos últimos
tempos, tendo levado o país à terrível recessão, onde as consequências são
drásticas para os brasileiros, por trazerem desemprego, redução da renda,
desindustrialização, retirada do capital estrangeiro, aumento da inflação,
dificuldade do consumo e do crédito, violenta redução da arrecadação,
inexistência de investimentos público e privado, além de tantas outras
dificuldades impingidas ao povo, que ainda é compelido a pagar a fatura dos
desacertos do governo.
Todas
essas deficiências são decorrentes exatamente da culpa pela má gestão da
presidente petista, que foi incapaz de adotar as medidas necessárias a se
evitar que toda desgraça tenha, enfim, acontecido justamente em dissonância com
as promessas de campanha.
Há
que se notar ainda que as irregularidades na Petrobras são mais do que
suficientes para macularem a administração da petista, em razão de que dinheiro
sujo pode ter servido para custear as campanhas políticas dela, em evidente
ferimento aos princípios da moralidade, legalidade e dignidade, que devem
imperar na administração pública.
Urge
que os brasileiros se conscientizem sobre a premência de repudiar e contestar
as manobras políticas que visem aos arranjos de bastidores na tentativa de garantir
a permanência do poder de governante reconhecidamente incapacitado para o desempenho
de cargos públicos da maior relevância da nação, com a implicação de
imensuráveis prejuízos para os interesses dos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 08 de outubro de 2015
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