Certa
feita, um ex-ministro petista, ao se afastar do governo, afirmou, com o peito
estufado, que a gestão petista não é formada por "ladrões" e que "os
que cometeram erros foram devidamente
punidos. A imensa maioria dos nossos companheiros, ministros e assessores
trabalha aqui por amor, para servir. Nós não somos ladrões...".
O
ex-ministro afirmou ainda que estava voltando para sua casa sem "levar desaforo" e que os petistas
que erraram pagaram pelo erro, numa referência indireta aos presos no mensalão,
tendo a certeza de que "Cada um dos
companheiros que cometeu erro foi punido e pagou um preço. Isso espero que se
torne o novo padrão, republicano, seja quem esteja no governo”.
Na
ocasião, em referência à citação de um senador tucano, que teria dito que
perdeu a eleição para uma “organização
criminosa”, associando o PT a uma quadrilha, o ex-ministro disse que,
"Para aqueles que disseram que
ganhamos (a reeleição de Dilma) como
quadrilha, quero dizer que essa é nossa quadrilha, porque para eles pobre é uma
quadrilha. Para alguém que disse que
perdeu as eleições para uma quadrilha, essa é a nossa quadrilha, a dos pobres".
O
petista afirmou que o PT se mantém fiel à realização de "mudanças das condições de desigualdade do país. É por conta dessa gente (os
mais pobres) que ganhamos as eleições. É
por conta desse tipo de mudança (social)
que ganhamos as eleições".
O
ex-ministro também elogiou o "uso do
aparelho do Estado" pelo PT, desde o ano de 2003, garantindo políticas
sociais, tendo afirmado que "Nosso
governo conseguiu fazer o essencial que é fazer a mudança fundamental da lógica
de uso do aparelho do Estado. O
sentimento que tenho nesse momento é de profunda gratidão, de profunda 'gracias
a la vida' (em referência à música da chilena Violeta Parra). É uma gratidão naturalmente enorme ao
nosso companheiro Lula".
O petista diz que volta para casa sem levar
desaforo, o que é muito bom e natural para as pessoas civilizadas, que não devem ficar
caladas quando são ofendidas por alguma acusação, principalmente quando elas
têm inteira razão, mas parece que o ex-ministro pode ter incorrido redondamente em erro, à vista
das revelações feitas pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pela Justiça
Federal, que já afirmaram que o PT é realmente partido de criminosos,
inclusive apontado o ex-presidente como o chefão de todo esquema criminoso, que
já foi enquadrado nos crimes de organização criminosa, tráfico de influência,
corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Agora, a generalização não parece ser a atitude mais
adequada, no caso em foco, quando o petista afirma que, como se o clamoroso
escândalo da Petrobras já tivesse sido devido e definitivamente esclarecido,
com a apuração das responsabilidades e a imputação de valores a serem
ressarcidos aos cofres da estatal, uma vez que muitos companheiros ainda
poderão ser incluídos no rol dos envolvidos no esquema criminoso.
Caberia ao petista apontar aqueles que roubaram os
cofres da estatal e são muitos, principalmente integrantes do partido dele,
sendo que muitos já foram presos e outros tantos podem infestar os recintos
prisionais do país, que não comportam mais guardar tantos ladrões de colarinho
branco, também de outros partidos.
Os fatos mostram que o ex-ministro se enganou
redondamente, quando teria dito que seu partido não era formado por ladrões, porque
a afirmação dele contraria as investigações da Operação Lava-Jato, que a põem
por terra, uma vez que muitos companheiros já foram presos, a exemplo de três
ex-tesoureiros e outros figurões, inclusive um ex-ministro da fazenda, com
grande possibilidade de um ex-presidente vir a ser trancafiado, por
envolvimento em corrupção, já tendo sido qualificado como réu pela Justiça,
como sendo o comandante da quadrilha, da organização criminosa, que o petista
refutava como inexiste, mas ela existe na opinião do Ministério Público.
Embora o ex-ministro tenha se gabado garantindo que
"Não somos ladrões", o
ex-diretor de Abastecimentos da Petrobras tem versão diferente, por ter
afirmado que o ex-tesoureiro do partido dele, que se encontra preso, exigia o
pagamento de propina, obviamente ilegal, de 3% dos contratos da estatal para os
cofres do partido, tendo por finalidade o financiamento das campanhas
eleitorais milionárias e possivelmente outros arranjos espúrios.
Os fatos mostram que realmente há configuração de clara roubalheira de recursos públicos, por meio dos esquemas criminosos perpetrados pelo petrolão, e quem assim procede se enquadra na
definição de ladrão, nos termos da legislação penal, estando também caracterizada
a prática de atos ilegítimos, diante da apropriação indébita de dinheiro público, em claro detrimento dos interesses nacionais e afronta aos princípios da
honestidade, moralidade e dignidade, entre outros, que são exigidos nas
atividades político-administrativas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de novembro de 2016
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