segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Antipatriotismo

O Ministério das Relações Exteriores vem demonstrando preocupação com possível plano de pedido de asilo do ex-presidente da República petista, com a finalidade de safar-se das investigações da Operação Lava-Jato, que foram intensificadas, ultimamente.
Por ocasião de encontro entre o ministro da referida pasta e o presidente da República, foi apresentada pormenorizada análise de fuga do mencionado político, que, de forma estratégica, teve início com o recurso que ele apresentou à Organização das Nações Unidas, onde foram expostos fatos, segundo ele, que constituem perseguição política e isso já seria suficiente para a criação de condições favoráveis ao pedido de asilo a algum país amigo, o que teria sido interpretado como possível incursão que, se bem-sucedida, poderia se transformar em verdadeiro desastre diplomático para o governo, caso os fatos não sejam devidamente esclarecidos pelo Itamaraty.
De acordo com reportagem da revista VEJA, divulgada no mês de março último, pessoas mais próximas do petista já discutiam a ideia de levar a família do ex-presidente para a Itália, haja vista que a esposa dele e seus filhos têm passaporte italiano.
Na avaliação do chancelar, o petista ainda tem bastante capacidade para fazer barulho no exterior, caso resolva assumir a condição de asilado político, tendo como principal papel de denunciar que teria sido vítima da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal, em que pesem os fatos vindos à tona evidenciarem que as suas queixas certamente cairão por terra, ante o peso da sua gravidade, em termos de irregularidades.
É evidente que o ex-presidente corre o risco de terem estampados para o mundo os podres dos governos petistas, tendo em vista que o governo brasileiro é obrigado, em caso de denúncia por parte dele, a contestar os possíveis casos de perseguição, mostrando que a maior e vítima nesse imbróglio é indiscutivelmente o Brasil.
Até parece excelente ideia a de o ex-presidente se exilar em país amigo, porque a mídia passaria a cuidar de matéria que realmente pudesse contribuir para o desenvolvimento do país, deixando de lado os casos policiais envolvendo o político.
Por seu turno, o governo tem que se empenhar ao máximo no sentido de que nenhum recurso em nome dele possa sair do país e o dinheiro que ele tem no exterior seja repatriado com urgência.
Certamente que a saída do ex-presidente para o exterior terá forte impacto na vida política do país, tendo como consequência a confirmação de que ele sai pelas portas dos fundos do país, com medo de ter que ser obrigado a pagar pelos crimes que estão sendo atribuídos a ele, que, por enquanto, são os de corrupção passiva, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Todos os crimes acima são indicativos de completo desprezo aos princípios da honestidade e da dignidade, mas o que se refere à organização criminosa tem o peso mais terrível nos ombros de qualquer cidadão, quanto mais de um ex-presidente do país, porque se trata de mancha indelével que penetra no âmago da personalidade do homem público que tem dignidade, como prova malévola da índole coletiva da prática de crime violento e hediondo contra a administração pública, a exigir punição dura em quem foi capaz de trair a confiança de parte de cidadãos decentes e honestos do país, que acreditou na probidade e na lisura de quem, na verdade, pode ter sido o todo-poderoso que comandava organização criminosa, segundo afirmação do Ministério Público Federal, nos autos que apuram os escândalos perpetrados contra a Petrobras.
Por certo, a derrocada do partido da arrogância que se vangloriava de fazer tudo para os pobres, mas o que teria sido feito apenas atende à própria obrigação de governo, em harmonia com as políticas públicas do país, embora tivesse deixado de fazer as reformas imprescindíveis ao desenvolvimento da nação, poderá ser concluída com a saída do país do petista-mor, em obsequioso asilo, que tem tudo a ver com o desfecho de um período dramaticamente negro para a história do Brasil.
O país teve a desdita de ter sido afundado justamente por quem sempre prometeu transformá-lo em uma nação maravilhosa, com formidável crescimento econômico, progresso social e exemplo de moralidade, mas os fatos mostram dura e insofismável realidade de profundas crises nas áreas social, política, econômica, administrativa, entre outras, em que os princípios ético e moral foram literalmente catapultados para o espaço sideral, por meio dos esquemas criminosos de corrupção, representados pela roubalheira do mensalão e petrolão, cujo protagonismo deflagrou a pior degeneração moral da história republicana, coadjuvada pela estagnação econômica.
As principais evidências da ruína brasileira estão estampadas na recessão econômica e no desemprego, que conseguiram desestruturar por completo o ciclo de desenvolvimento que se delineava para o Brasil, mas os planos de progresso da nação se limitam, no momento, a se estudar as melhores perspectivas de asilo político, como forma de continuar com a maluquice das denúncias de perseguição e de vitimização à pessoa “honrada”, como se fossem o Brasil e os brasileiros os reais causadores da desgraça dos planos políticos que levaram à interrupção prematura das maravilhosas dominação absoluta das classes política e social e perenidade no poder, quando houve a prevalência da ideologia da defesa dos interesses pessoal e partidário, em detrimento das causas nacionais que deveriam, ao contrário, sobrepor aos objetivos de reafirmação partidária.
Agora, seria tremenda indecência alguém que poderia ter contribuído, conforme mostram os resultados das investigações da Operação Lava-Jata, para destruir a nação pedir asilo político exatamente com o propósito de tentar, em primeiro lugar, se safar da prisão e, depois, prejudicar ainda mais a imagem do Brasil, quando os fatos apontam para delituosos esquemas de corrupção que foram implantados no governo afastado para dar sustentabilidade aos injustificáveis projetos, porque antipatrióticos, destinados à plena dominação dos segmentos político e social e à permanência no poder, em cristalina afronta aos salutares princípios da honestidade, moralidade e dignidade, que devem imperar nas atividades político-administrativas. Acorda, Brasil! 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 07 de novembro de 2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário