segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Impiedosa crueldade aos nordestinos

Um deputado estadual da Paraíba denuncia o corte de verba do orçamento do Exército e de outras ações que prejudicam a região do Nordeste, que enfrenta o quinto ano consecutivo de terrível estiagem, tendo como consequência a falta de água, em razão da impiedosa seca dos mananciais.
Em todas as regiões do Nordeste, os relatos dão conta de que a situação é calamitosa, diante da gigantesca dificuldade para o abastecimento dos reservatórios que se encontram invariavelmente secos, quando não são abastecidos por carros-pipa, na maioria deles sob a responsabilidade do Exército.
Em muitas localidades, já é normal o enfrentamento de perversos e rigorosos racionamentos, para se evitar o iminente adiamento colapso no abastecimento, caso as chuvas demorem a chegar nos próximos meses, mas o governo federal, ao invés de beneficiar os nordestinos, pode contribuir para piorar ainda mais a situação deles, caso se confirme o corte de recursos denunciados pelo parlamentar paraibano.
O mencionado deputado faz referência à declaração recente do comandante do Exército, que se queixava do corte do orçamento para a instituição, que deixou a corporação sem condições para a execução de importantes trabalhos, entre tantos esse de suma importância de distribuição de água nas regiões carentes do Nordeste.
Diante do fato, o deputado paraibano disse: “Ora, se o comandante (do Exército) vem se queixar de corte e afirma que o trabalho de distribuição de água feito pelo Exército, no Nordeste, está comprometido, devemos ficar ainda mais preocupados, porque hoje o trabalho de distribuição de água pelo Exército é o que garante o mínimo de abastecimento para milhares de pessoas que não têm alternativa para receber água senão dos carros-pipa”.
O parlamentar lembrou o descaso do governo com a região, em especial no que se refere ao combate à seca, uma vez que há verdadeiro abandono do importante e principal empreendimento para o Nordeste, representado pelo majestoso projeto de transposição do Rio São Francisco, que não há previsão segura quanto à sua inauguração e efetiva operação.
          Segundo o deputado, o fato é que, “Apesar dos apelos e da urgência da obra, a gente não tem do Ministério da Integração qualquer informação sobre quais medidas estão sendo tomadas para resolver o abandono da obra da transposição pela construtora Mendes Júnior, no Eixo Norte, nos trechos 3, 4 e 8, na chamada Meta 1, que compreende toda aquela região de Terra Nova até Salgueiro. A construtora abandonou o projeto desde junho passado e até agora nada de concreto foi feito para resolver essa questão”.
É absolutamente inconcebível que a insensibilidade e a irresponsabilidade administrativas sejam incapazes de perceber a gravidade da crise que assola o Nordeste, cujo sertanejo padece em razão da crônica falta de água, causada exatamente pelo descaso dos governos federal, estaduais e municipais, que nada fazem de concreto e efetivo para solucionar em definitivo a escassez do precioso líquido.
A verdade é que algum alento que ainda aparece na região não passa de medida paliativa para minorar o sofrimento da população, mas mesmo assim ainda corre o risco de paralisação, caso se confirme o corte em apreço.
Agora, cortar verba do orçamento do Exército, exatamente no programa pertinente ao abastecimento de água, constitui medida insana, inominável e extremamente irresponsável, porque demonstra a potencialização do descaso e da somenos importância ao povo nordestino, que não merece tamanha ingratidão por parte do governo, que tem o dever constitucional de criar condições favoráveis ao abastecimento de água aos sertanejos, que não podem ser sacrificados por medidas de extrema irresponsabilidade, porque elas afetam a integridade física e a saúde de milhões de brasileiros.
O governo precisa rever, com urgência, a medida que objetiva o corte de recursos destinados ao abastecimento de água para os nordestinos, porque ela representa não somente irresponsabilidade administrativa, mas crime contra os sertanejos, que não podem pagar pelas incompetências orçamentária e administrativa, diante da indiscutível imprecisão no corte de verba considerada mais que prioritária e extremamente imprescindível à vida dos nordestinos. Acorda, Brasil! 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 14 de novembro de 2016

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