O
papa disse acreditar que a proibição de mulher se tornar padre na Igreja
Católica é para sempre e nunca será alterada, cujo comentário foi considerado
como um dos mais definitivos sobre o tema.
A
matéria foi suscitada a propósito de o papa ter sido recebido, na Suécia, por
uma mulher, na condição de chefe da Igreja Luterana, ocasião em que surgiu a
pergunta de jornalista se ele pensa que a Igreja Católica irá permitir que
mulheres sejam ordenadas nas próximas décadas.
Prontamente,
o papa respondeu que “São João Paulo 2º
teve a última palavra clara sobre isto e assim fica, assim fica”, em referência
ao documento de 1994 assinado pelo nominado papa, que trancou a porta à entrada
de mulher como padre. O Vaticano disse que o assunto faz parte infalível da
tradição católica.
Diante
da pressão do repórter ao papa, com a pergunta de que: “Mas nunca? Nunca?”, o pontífice respondeu: “Se lermos cuidadosamente a declaração de São
João Paulo 2°, as coisas vão nesta direção”.
O
papa tinha afirmado antes que a porta para ordenação de mulher está fechada,
mas apoiadores de mulher como padre nutrem esperança de que futuro papa possa
muda esse entendimento, em especial em razão da falta de padres no mundo.
Uma
das alegações da Igreja Católica é de que a mulher não pode ser ordenada porque
Jesus Cristo teria escolhido apenas homens como seus apóstolos, mas críticos dessa
ideia afirmam que o Mestre só seguia as normas da sua época, dando a entender
que elas precisam ser atualizadas.
À
toda evidência, o entendimento do papa é mais uma reafirmação de que a Igreja
Católica, mesmo perdendo milhões de seguidores, permanece estagnada na história
contemporânea, quando deveria ter a compreensão de que os tempos de mudanças e
de conquistas da humanidade não podem ser ignorados, em nome de mera ideologia
que evidencia prejudicial aos planos da instituição, que têm dificuldade em
repor os padres que se afastam do sacerdócio, por motivos diversos.
A
concepção sobre a capacidade do ser humano não se mede pela sexualidade, se
homem ou mulher, mas sim por sua condição de pessoa, que pode e tem reais
condições de compreender as vicissitudes sociais, que estão bem acima dos
dogmas e das leis canônicas, que devem e precisam ser atualizados em harmonia
com a modernidade dos novos tempos de infindáveis conquistas, conforme os importantes
conhecimentos hauridos pela humanidade, que trouxeram os benefícios para
melhorar as condições de vida do ser humano, que não pode ficar condicionado ao
pensamento do Mestre dos mestres, quando sabiamente estabeleceu suas regras em
consonância com as condições de vida da sua época.
Agora,
cabe aos homens da nossa história ter a capacidade, inteligência e lucidez de
compreender que a convivência humana deve se adequar à nova realidade, que é
bem diferente do início do cristianismo, que precisa acompanhar a evolução da
humanidade, sob pena de ter mesmo que conviver com as numerosas perdas de seu
rebanho, que certamente não concorda com métodos antagônicos à nova dinâmica da
vida, agora sob novos parâmetros de modernidade, que não podem ser desprezados
tão somente porque alguém, no seu tempo, teve entendimento pessoal que não deve
ser contrariado pelo resto do rebanho.
Certamente
que as interpretações pessoas podem ser importantes, mas a compreensão do
rebanho precisa ser também levada em consideração, sob pena de a falta de
sintonia com a realidade contribuir muito mais para prejudicar do que
beneficiar a união dos seguidores do cristianismo, que cada vez mais perdem o
encanto quanto à sua religiosidade, justamente diante da dissonância existente
entre a estagnação da Igreja Católica e os avanços conseguidos pela humanidade,
onde seus princípios gerais foram modernizados e adaptados à realidade de novos
conceitos de convivência com as regras atualizadas para bem servir o homem.
A
Igreja Católica, ao negar a evolução da história, na palavra de seu líder maior
na Terra, ignora exatamente a vontade de Deus, que tem o poder de patrocinar a
riqueza das descobertas e inovações feitas por sua perfeita criatura: o homem.
Não
fosse a generosidade da vontade criativa de Deus, não haveria evolução e
modernidade e o homem continuaria adotando os mesmos métodos existentes no
início do cristianismo, onde somente se confiava ao homem a primazia da doutrinação
cristã, como se a mulher não tivesse capacidade suficiente para compreender as
ansiedades do ser humano.
Na
realidade, a concepção papal sobre a exclusão, em definitivo, da mulher puder
ser ordenada padre ou “padriza” não condiz com os ensinamentos cristãos de amor
e união ao semelhante, porque isso significa exatamente não haver discriminação
ou exclusão, quanto mais no diz respeito à disseminação dos princípios
instituídos por Jesus Cristo, no sentido de aumentar o seu rebanho ao redor do
mundo e mulher, que tem a primazia de ser mãe, teria plenas condições de
desempenhar também esse importante papel de evangelização.
A
Igreja Católica precisa se conscientizar de que a modernidade é a forma
universal que tem como propósito beneficiar a humanidade, sob todos os
conceitos capazes de contribuir para o desenvolvimento do ser humano, fato que
enseja a permanente transformação do pensamento arcaico e ultrapassado de que
não se pode mudar dogma ou outra forma de entendimento instituídos à época do
início do cristianismo em algo moderno e útil à humanidade, porque, ao
contrário disso, há verdadeira negação à bondade de Deus de se permitir que o
poder da evolução da sua criatura possa revolucionar a ciência, a tecnologia e
demais instrumentos a serviço do homem. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 06 de novembro de 2016
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