sábado, 26 de novembro de 2016

O fim de um ditador

Morre o homem mais emblemático do mundo, que foi o líder máximo da ideologia revolucionária de Cuba e governou seu país por 48 anos com mão de ferro, tendo se afastado do poder por motivo de doença, em 2006, mas nunca deixou de comandar seu país.
O líder cubano morto foi considerado, por muitos, como uma lenda da esquerda latino-americana e, por outros tantos, como o ditador sanguinário e implacável, tendo deixado como deplorável legado, após quase cinco décadas de seu comando em Cuba, um dos últimos regimes comunistas do mundo, que teve como exemplo a terrível decadência social, política, econômica, democrática, entre outras, que contribuíram para distanciar o país das conquistas da humanidade.
O líder que desaparece teve o destemor para desafiar o poderio de Washington, capital dos Estados Unidos da América, por meio de imaginável revolução socialista, marxista-leninista, que resistiu até seus últimos dias.
Cuba participou, sob o comando do seu ex-líder, do momento mais angustiante da Guerra Fria, quando foi convertida em santuário da esquerda, inspiração e sustentação de grupos armados que enfrentaram regimes de direita e sangrentas ditaduras, então financiadas pelos Estados Unidos, com o objetivo de frear os avanços do comunismo.
Foi quando houve os atropelados das liberdades civis e do direito de realização de greves pelos sindicatos, os fechamentos dos jornais independentes e as perseguidas às instituições religiosas, além da remoção dos opositores do caminho do ditador, com as mais cruéis condenações de execuções, prisões e exílio forçado.
Muitos cubanos, não suportando o regime infernal, fugiram do país para a Flórida, que fica a poucos quilômetros próximos da costa da ilha.
          Entidades contrárias ao regime da ditadura calcularam que cerca de 12 mil pessoas morreram nas mãos do governo cubano, o que mostra o alto grau de perversidade ditatorial e de insensibilidade humana.
O destino dos cubanos sempre foi comandado com pulso firme e forte pelo ex-ditador, que é avaliado por seus opositores como tirano que eliminou as liberdades individuais e sociais, submeteu os cubanos às penúrias econômicas e nunca admitiu a decadência da ilha, de onde partiram mais de 1,5 milhão de pessoas para o exílio, com destino a Miami, nos Estados Unidos.
Não obstante, para seus fiéis seguidores, evidentemente aqueles que estão fora de suas perversidades, o ex-líder cubano sempre foi verdadeiro paradigma de justiça social e de solidariedade no terceiro mundo, o que muito evidencia o baixo nível dos que o avaliam somente sob o prisma do esporte e dos níveis de saúde e educação, sem se atentar para os demais componentes da governança, em especial para os sentimentos de liberdade do homem, que são essenciais como princípio para o crescimento social, principalmente por meio do usufruto dos direitos humanos e dos princípios democráticos.
Logo após o anúncio da morte do maior cubano, os líderes mundiais se expressaram com profundo pesar, com manifestação de enaltecimento para quem o mundo perdeu personalidade extraordinária, possivelmente muito mais pelo que representa o nome como personalidade planetária, mas jamais sem a avaliação sobre seus verdadeiros legados de perversidade e crueldade que foram capazes de destruir as esperanças de uma nação, conforme mostra o estado catastrófico do país e de seu povo.
Mandatários do mundo e autoridades disseram a respeito do ex-líder cubano: "gigante da história da humanidade"; "Realmente dói a partida do comandante, do gigante da história da humanidade"; "entrará para a história"; "Fidel Castro foi uma das figuras históricas do século passado e sintetizou a Revolução Cubana. Com a morte de Fidel Castro, o mundo perdeu um homem que era um herói para muitos"; "um líder pela dignidade e justiça social em Cuba e na América Latina."; "A morte de Fidel Castro marca o fim de uma era para Cuba e o começo de uma nova era para o povo de Cuba"; "a despeito de suas convicções e ideologias políticas, foi um homem que marcou a história mundial.”, entre tantas manifestações colocando o gigante ditador cubano nas nuvens, como se ele tivesse sido estadista respeitado e humanista, quando o seu perfil não passa de personagem desprezível que desrespeitou os comezinhos princípios humanitários.  
O famoso ditador que se despede do mundo pode ser considerado a mais expressiva figura humana que precisa passar para a história como verdadeiro símbolo horroroso que os líderes mundiais devem abominar, notadamente pelo seu monstruoso legado de dominação absoluta, representada pela falta de respeito aos direitos humanos e aos princípios democráticos, fazendo com que Cuba esteja a ano-luz de atraso e de subdesenvolvimento, sob terrível ferrolho social, político, econômico e democrático, graças à imponência do egoísmo ditatorial que foi capaz de destruir as esperanças de um povo, conforme mostra o estado de total precariedade socioeconômica, evidenciada pelo semblante do seu povo e pelas paisagens desoladoras do país.
Pobre povo que teve a desdita de ter sido comandado por ditador sanguinário, que foi capaz de mandar matar seus opositores e de impor regime totalitário sob a égide do ideário sociocomunista, onde prevalecia e ainda prevalece a total falta de respeito aos direitos humanos e aos princípios da democracia, bem assim de acesso aos avanços e às conquistas da humanidade, permitindo que seu povo permanecesse em absoluta estagnação, confinado em uma ilha isolada do resto do mundo, privada dos ares de liberdade e da modernidade, em contraposição aos princípios de civilidade e humanismo. Acorda, Brasil! 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 26 de novembro de 2016

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