Enfim, o governo decidiu, com bastante e
imperdoável atraso, autorizar os estudos sobre a pílula conhecida com o nome de
fosfoetanolamina, em apoio necessário à avaliação quanto à eficácia da
substância contra o câncer.
A referida substância estava sendo distribuída pelo
Instituto de São Carlos, órgão vinculado à Universidade de São Paulo, por força
de decisões judiciais, por meio de liminares, à vista da sua fama de ter o
poder de curar diversos tipos de câncer, mas até então a sua eficácia não havia
sido submetida aos devidos testes com humanos, não tendo, por isso, condições
de ser considerada remédio e muito menos reconhecida, em forma de registro,
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por desconhecer seus
efeitos medicamentosos em pacientes.
O objetivo é que a substância passe por testes
pré-clínicos e clínicos com a colaboração da Anvisa, do Instituto Nacional de
Câncer (Inca) e da Fiocruz, embora isso já deveria ter sido processado há
bastante tempo, diante da expectativa que ela possa contribuir para, pelo menos,
minimizar o sofrimento de numerosos pacientes.
Na ocasião, o ministro da Saúde disse que "Estamos colocando à disposição do professor
responsável pela síntese dessa molécula a possibilidade de submeter à
fosfoetanolamina a todos os protocolos para verificar se a substância é ou não
eficaz e por fim a essa celeuma".
Embora possa se tratar de substância capaz de ser
reconhecida como medicação poderosa, com efeito contra terrível mal que causa
tanto sofrimento a infinidade de pacientes que padecem por tão terrível doença,
estranha-se a afirmação de grupo de pesquisadores que desenvolveu a síntese da
fosfoetanolamina de que “Os testes
clínicos não tinham sido concluídos pois havia má vontade por parte da Anvisa”,
que é importante órgão oficial responsável pelo controle e registro de
medicamentos.
A referida informação dá a entender que dirigentes da
Anvisa estavam boicotando de propósito o avanço de importante substância ou
simplesmente desprezando o real significado da vida humana, principalmente dos
pacientes que se desesperam na busca da cura de seus males.
Enquanto isso acontece, o Ministério da Saúde recomenda
que as pessoas não usem a substância até que os estudos sejam concluídos, à
vista do desconhecimento sobre a comprovação da sua eficácia.
Por enquanto, a existência de relatos de cura entre
pacientes que fizeram uso da substância em referência não comprova a sua
eficácia contra o câncer, fato que exige que realmente sejam realizados os estudos
científicos com seres humanos, indispensáveis à aprovação ou não da substância
como medicamento, os quais compreendem os testes clínicos, realizados por meio
de rigorosos planejamento e controle, sob acompanhamento contínuo e permanente dos
pacientes.
É pena que o interesse do governo já venha muito
tarde, o que demonstra a insensibilidade das autoridades públicas para a
solução de questão de suma importância para a vida, que deveria já ter sido
resolvida há bastante tempo, sem necessidade de os pacientes terem que recorrer
à Justiça para fazer uso de substância tão especial.
Com certeza, se esse caso tivesse ocorrido em um
país sério e com um pouco de civilidade, além de os órgãos incumbidos do
controle e registro de medicamentos serem mais atentos à causa da saúde
pública, a sua situação já teria sido resolvida há séculos, por se tratar de
droga que pode realmente ter eficácia no tratamento de doença tão maléfica à
saúde.
A sociedade espera que os estudos sejam concluídos
o mais rapidamente possível, para que a liberação da substância em causa possa
ser usada em larga escala, sob os cuidados do governo, que deverá investir
nesse projeto que pode ser de grande benefício para a população afetada por
grave doença, com embargo da participação da indústria farmacêutica, que sempre
monopoliza a produção e vendagem de medicamentos, inclusive promovendo, se for
possível, boicotes aos estudos de liberação da droga, tendo em vista a
possibilidade de prejuízo à distribuição e venda de medicamentos produzidos por
ela. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de novembro de 2016
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