sexta-feira, 7 de abril de 2017

A pista de pouso de areia

Um engenheiro realizou vistoria técnica na pista de pouso do aeroporto de Cajazeiras (PB), concluída recentemente, e chegou à inacreditável conclusão de que, pasmem, ela simplesmente não tem capacidade para suportar pouso de avião a jato, confirmando idêntico diagnóstico anteriormente adiantado pelo governador do estado.
Segundo o especialista em engenharia, as informações sobre a baixa capacidade da estrutura da referida pista foram prestadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), depois de avaliação concluindo que a pista não comporta aeronaves movidas à jato, possivelmente em razão de o seu peso ser incompatível com o material asfáltico empregado na obra.
Embora o engenheiro tenha reconhecido e agradecido – quando deveria ter aproveitado o ensejo para repudiar e lamentar a triste constatação - pelo esforço (inútil) do governador da Paraíba, na tentativa de oferecer condições operacionais às instalações do aludido aeroporto, ele lamentou sobre a impossibilidade de segurança oferecida para o pleno funcionamento das empresas aéreas em Cajazeiras, diante das precárias condições das estruturas da pista, que seriam destruídas, pelo desgaste, em pouco mais de um e meio de uso.
É profundamente lamentável que, em pleno século XXI, onde os avanços tecnológicos e científicos são notórios e extraordinários em todos os setores, ainda se construam pistas de pouso em aeroporto com capacidade para pouso tão somente de avião teco-teco, que nem existe mais, em cristalinos descompasso com a história e total afronta à evolução da humanidade.
Trata-se, na realidade, de esforço absolutamente inútil e de expressivos recursos jogados na lixeira da incompetência administrativa, tendo como consequência enorme frustração para a população ávida por novidades tão importantes para o desenvolvimento da sua maravilhosa cidade.
Diante desse estrondoso fracasso, é imprescindível que sejam apuradas as responsabilidade por tamanho descaso, principalmente se for constatada a participação de recursos públicos em obras dessa magnitude, caso em que os culpados precisam ser condenados à devida reparação dos danos causados à sociedade, em decorrência de terem contribuído para jogar dinheiro pelo ralo do desperdício, uma vez que a obra não tem serventia para a finalidade pretendida, que é propiciar transporte aéreo com qualidade e conforto à população, em consonância com os avanços conquistados pela modernidade também nessa modalidade de transporte.
Uma cidade da grandeza e do porte magistral de Cajazeiras, que representa importante polo de desenvolvimento econômico da Paraíba, já ressente há bastante tempo de serviços de transportes aéreas de primeira qualidade e de eficiência, como forma de consolidar ainda mais a sua posição de destaque da região do interior paraibano.
Convém que a sociedade cajazeirense se esforce no sentido de exigir do governo do Estado urgentes medidas com vistas à capacitação da pista e das demais instalações do aeroporto em condições de pouso das principais linhas aéreas comerciais do país, como forma de se recuperar, o quanto antes, situação absolutamente inadmissível para a atualidade, uma vez que a constatação da falta de condições operacionais da pista tem o condão de denegrir ainda mais a imagem das autoridades incumbidas de executar e fomentar as atividades aeroportuárias no país, pelo fiasco demonstrado com a inauguração de obra sem o atendimento de tão ansiada finalidade do transporte aéreo.
Urge que os cajazeirenses se mobilizem com o intuito de exigir real empenho das autoridades envolvidas com o funcionamento do aeroporto da cidade, de modo que seja possível a efetivação de medidas capazes de solucionar, o mais breve possível, esse terrível desprezo a uma cidade com tamanha capacidade empreendedora da Paraíba, que não pode ter seu povo frustrado e prejudicado pela visível incompetência gerencial e administrativa. Acorda, Cajazeiras!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 7 de abril de 2017

Um comentário:

  1. Até que enfim começaram a acreditar no que eu falei no ano passado sobre a baixíssima capacidade de resistência da pista do aeródromo de Cajazeiras, isso mesmo aeródromo e não aeroporto como acham que é. O PCN da pista é 6, baixíssimo, o curioso é que Patos está em situação idêntica ao aeródromo de Cajazeiras, em Patos o PCN da pista é é 6, ou seja, por enquanto são dois elefantes brancos. Sou Piloto Comercial, Bacharel em Ciências Aeronáuticas portanto, tenho acesso à documentação a respeito dos dois aeródromos, documentação referente ANAC e Força Aérea. Quem desejar informações, tirar dúvidas e cópias dos documentos é só entrar em contato por e-mail cmtedantas@bol.com.br

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