A ministra das Relações Exteriores da Venezuela anunciou
que seu país iniciará hoje os procedimentos pertinentes à sua retirada da
Organização de Estados Americanos (OEA), depois que a entidade convocou e
promoveu reunião de chanceleres sem o aval venezuelano.
Ela disse que “Amanhã,
tal como indicou o presidente Nicolás
Maduro, apresentaremos a carta de denúncia à OEA e iniciaremos
um procedimento que demora 24 meses”.
A aludida saída já era esperada depois que a
chanceler daquele país ameaçou deixar a OEA, caso a organização realizasse a referida
reunião, que objetivava demonstrar reação do governo à crescente pressão
internacional, para conter a grave crise na Venezuela.
A chanceler venezuelana afirmou que o governo do
seu país foi forçado a tomar essa atitude, pelo que deixa claro, como tentativa
da OEA e dos “governos regionais
conservadores” de derrubar o presidente venezuelano.
Depois de tanto tempo, essa deve ser a primeira medida que demonstra um pouco de sensatez do tirano presidente venezuelano, por guardar inteira compatibilidade com a completa desorganização e desestruturação de um país que não pode ser considerado como nação, sob a concepção do Direito Internacional, diante da confusão e da balbúrdia reinantes naquele país, impossibilitando realmente a sua continuidade como membro de qualquer organização séria e capaz de promover a salutar integração entre nações responsáveis e respeitadoras dos direitos humanos e dos princípios democráticos.
É muito estranho que o governo venezuelano comete as piores
atrocidades e truculências contra a oposição e o povo daquele país, com medidas
violentas e desrespeitosas aos princípios humano e democrático, e ainda tem a
indignidade de acusar a OEA de querer derrubá-lo, deixando muito clara a sua
insensatez no trato de situação bastante delicada, que compromete seriamente as
relações diplomáticas entre a Venezuela e as demais nações integrantes dessa
organização, que apenas procura cumprir seu papel institucional de não fechar
os olhos e ficar alheia às barbaridades cometidas por governo tirânico,
desumano e antidemocrático.
Diante
das lastimáveis condições que a Venezuela se apresenta para mundo, sob a
estrutura de uma nação completamente destruída e em ruína, que vem sendo
comandada com mão-de-ferro por verdadeiro ditador, sob a inspiração do desprezo
aos direitos humanos e aos princípios democráticos, não faz o menor sentido que
esse país integre qualquer organização séria e responsável, sob pena de
desmoralizá-la por parte de quem não se comporta com a dignidade de verdadeiro
país merecedor do respeito e da dignidade como tais, à vista da indiscutível destruição
ocorrida ali, justamente por incompetência de governança e extremo abuso de
autoridade, que têm ultrapassado os limites da sensibilidade e da sensatez de
equilíbrio, racionalidade e civilidade.
Também
não merece participar de organização alguma o país que submete seu povo aos
piores maus-tratos quanto à privação de alimentos, remédios e demais serviços
públicos essenciais, em flagrante desrespeito aos princípios humanitários e
demonstração de absoluta irresponsabilidade perante os direitos universais.
Causa
enorme perplexidade se verificar que um país em visível estado de desgraça
generalizada, ainda tenham simpatizantes e defensores, em especial os sempre
respeitáveis militares, dando apoio irrestrito à mediocridade, à maluquice e à
insanidade de tirano despreparado e arrogante, que é absolutamente incapaz de
reconhecer sua truculência contra a população indefesa, fragilizada e desprotegida,
que clama pela volta do país à ordem, à paz e à harmonia, tendo por base o
respeito aos direitos humanos e aos salutares princípios democráticos.
Diante
da situação de extremo caos reinante na Venezuela, convém que as nações
mundiais, no contexto da ONU, promovam, com urgência, efetivas medidas no
sentido de demonstrar ao ditador venezuelano que seu país poderá ficar isolado
do resto do mundo, em termos de relações comerciais e diplomáticas, enquanto
perdurar esse estado deplorável, periclitante e de calamidade pública, em que o
império da violência é alimentado, de forma bestial, pelo próprio governante,
como forma de demonstrar força bruta contra a fragilizada e impotente
população, o que contribui para a completa degeneração dos princípios humanitários
e de civilidade, a justificar, excepcionalmente, a aplicação de tal penalidade exemplar. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de abril de 2017
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