O maior político brasileiro comentou, a propósito da
possibilidade de o ex-ministro da Fazenda de seu governo fechar delação
premiada com a força-tarefa da Operação
Lava-Jato, que, no alto da sua pose de se considerar o homem mais
honesto do país, a colaboração dele pode “prejudicar
muita gente, menos ele”.
Entrementes, o político afirmou “ter certeza” de que o ex-homem
forte do seu governo não fará acordo com os procuradores, em que pese ter se
prontificado ao juiz de Curitiba que está “disposto
a contar tudo“ e a abrir caminho que “pode render mais um ano de Lava-Jato”.
O petista disse que, “Se tem alguém que sabe tudo sobre mim, esse é o nosso homem lá de
cima. Eu não tenho preocupação com nenhuma delação. (O ex-homem forte) foi meu companheiro por 30 anos, é uma das
figuras mais inteligentes desse país. Ele já é maior de idade. Eu tenho
certeza absoluta de que não vai fazer delação. Ele pode contar tudo o que sabe,
mas tenho certeza que pode prejudicar muita gente, menos eu”.
Na ocasião, ele também aproveitou para declarar que
será candidato à Presidência da República, em 2018, pedir votos à população e
dizer que não há plano B no PT.
Em conclusão, o político disse que “Antes eu tinha dúvida, mas hoje eu
tenho certeza: quero ser presidente outra vez. Vou pedir ao povo
brasileiro a licença para votar em mim. Para mim, não tem plano B”,
tendo afirmado que se encontra tranquilo de que não será impedido de concorrer,
embora ele seja réu em cinco ações penais e, se ele for condenado
em segunda instância, até o ano que vem, ele será enquadrado na Lei da
Ficha Limpa.
Ocorre que, nas últimas semanas, à vista dos
depoimentos do empreiteiro da OAS e de delatores da Odebrecht, o
partido dele passou a fazer
análises internas sem o seu líder máximo na disputa do próximo ano.
Não
se sabe ainda com base em que o ex-presidente se diz imune às carradas, às
avalanches, aos tsunamis de acusações, muitas das quais respaldadas em provas
coligidas e juntadas aos autos, a exemplo das denúncias feitas pelo Ministério
Público e aceitas plenamente pela Justiça.
Já
passou da hora de a verdade vir à tona e de se mostrar se o político é ou não culpado
pelos fatos irregulares cuja autoria lhe é atribuída, muitos dos quais com
altíssimos graus de culpabilidade, como as reformas que beneficiaram os questionados
imóveis que são de amigos, mas um dos quais vinha sendo usado por ele, à vista
da existência de objetos pessoais dele e da sua família.
Um
homem probo e idôneo jamais é acusado, por mínimo que seja, de ter participação
de atos irregulares e, mesmo que seja, é do seu dever legal, na qualidade de
homem público, de se empenhar em mostrar a sua inculpabilidade, como
normalmente acontece com os políticos dos países sérios, civilizados e
evoluídos democraticamente.
No
caso do petista, convém, na qualidade de homem público, que ele se digne a
provar junto à Justiça a sua inocência, porque, por enquanto, há muitas
acusações e denúncias contra a sua honestidade e nenhuma contestação ainda
aceita pela Justiça.
Não
há dúvida de que os brasileiros anseiam por que o petista consiga comprovar as
suas reiteradas declarações, afirmando ser o homem mais honesto da face da
Terra, haja vista que o verdadeiro homem público não pode realmente ter
qualquer mácula na prática de atos ou atividades públicos, sob pena de haver,
no futuro, flagrante incompatibilidade com o exercício de cargos públicos. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de abril de 2017
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