Conforme pesquisa CUT/Vox Populi, o ex-presidente da
República petista desponta como favorito para vencer a próxima eleição
presidencial, em todos os cenários de primeiro e segundo turnos, de acordo com o Estadão.
A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 10 do
fluente mês e divulgada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), que é
entidade umbilicalmente ligada ao Partido dos Trabalhadores.
Em possível disputa com o senador tucano, o petista
aparece com 44% das intenções de voto, contra 9% do tucano. Em dezembro do ano
passado, pesquisa apontou que o petista teria 37% dos votos, contra 13% do
senador mineiro. Já o deputado federal ex-militar, do RJ, subiu de 7% para 11%
na mesma comparação, enquanto a ambientalista se manteve com apenas 10% e o
ex-governador do Ceará teve 4% dos pesquisados.
Se o governador de São Paulo fosse o opositor do
petista, este também venceria com 45% dos votos; contra 12% do deputado
ex-militar; 11% da ambientalista; 6% do governador tucano; e 4% do
ex-governador do Ceará.
Em disputa com o prefeito de São Paulo, do PSDB, este
teria 5% das intenções de voto, enquanto o petista atingiria 45% e a
ambientalista e o ex-militar chegariam a 11% das intenções de voto.
A pesquisa também fez simulações de eventual
segundo turno e o petista venceria em todos os cenários, a começar contra o
prefeito de São Paulo, que seria 53% a 16%. Contra o governador de São Paulo, ele
teria 51% contra 17%. Se o candidato fosse o senador tucano, o ex-presidente
levaria 50% contra 17%. Já se a oponente fosse a ambientalista, o petista venceria
por 49% a 19%.
Em simulação de voto espontâneo, quando os
entrevistados apontam em quem votariam sem que sejam citados previamente os nomes,
o petista teria 36% das intenções de voto; o prefeito de São Paulo aparece com
6%; o tucano mineiro com 3%; a ambientalista com 2%; o ex-presidente tucano e o
governador de São Paulo com 1%.
Em que pese a pesquisa mostrar vitória em todos os
cenários, 66% dos entrevistados disseram que o ex-presidente teria cometeu
erros, mas fez "muito mais coisas
boas pelo povo e pelo Brasil".
A pesquisa revela que 58% dos entrevistados acham
que a vida melhorou com o governo dos petistas; outros 13% disseram que piorou;
e 28% responderam que nem melhorou, nem piorou.
Os autores da pesquisa em apreço esclarecem que
foram ouvidas 2.000 pessoas, em 118 municípios dos Estados e do Distrito Federal.
À toda evidência, a presente pesquisa mostra que muitos brasileiros
não têm vergonha na cara nem a menor pressa para exigir mudança a ser operada
no atual quadro político, completamente desacreditado e cercado de múltiplas suspeitas
da prática de atos deletérios e contrários ao interesse público, sendo que
alguns políticos cotados para ganhar a eleição presidencial não conseguem sair
das páginas policiais diárias, sob permanente acusação de comandar e se
beneficiar de esquema criminoso, para desvio de recursos para partidos
políticos e bolsos de importantes inescrupulosos homens públicos.
Causa espanto se verificar que aqueles que são favoráveis a
que o Brasil volte a ser comandado por político que não consegue se
desvencilhar das investigações objeto da Operação Lava-Jato, em clara
demonstração de que o país merece a continuidade das organizações criminosas no
centro do poder e o império da impunidade, em evidência de que o retrocesso
político-administrativo faz parte de um povo sem brio e sem caráter, por
preferir apoio políticos que já demonstraram total desprezo à dignidade e às
boas condutas na vida pública.
O Brasil mostra, com o resultado dessa pesquisa, que tem
parte da população absolutamente sem vergonha e sem caráter, por continuar
apoiando os políticos destituídos de idoneidade e dignidade na vida pública, à
vista de seu envolvimento em uma série de casos suspeitos de irregularidades, que
não condizem com a representatividade política.
É lamentável que a presente pesquisa se preste a estimular
a classe política que, mesmo participando de casos de corrupção, conforme mostram
as delações e as investigações, ainda se acha com direito a continuar como
salvadora da pátria, quando, ao contrário, ela somente merece o desprezo dos
brasileiros, pelo tanto de destruição e de danos causados ao povo, diante das
montanhas de recursos desviados dos programas de incumbência do Estado.
Se o resultado da
pesquisa em causa for verdadeiro, este país pode fechar as portas também para o
mundo, porque a opinião pública internacional tinha a esperança de que as
investigações da Lava-Jato pudessem transformar a nação campeão de corrupção em
uma pátria séria, sadia, decente, digna e honesta, principalmente com a
eliminação sumária da vida pública dos maus políticos, notadamente aqueles que
sempre estiveram no olho do furação das suspeitas e denúncias sobre práticas de
atos irregulares, na forma das roubalheiras de que tratam o mensalão e o
petrolão, que foram capazes de movimentar os maiores esquemas de desvios de
recursos públicos da história.
Caso
os fatos irregulares tivessem acontecidos em país com o mínimo de seriedade,
civilidade e evolução humana e democrática, os políticos envolvidos com as
imoralidade, desonestidade e indignidade já estariam eliminados, em definitivo,
das atividades públicas, presos e condenados ao ressarcimento dos prejuízos
causados aos brasileiros, como forma não somente de moralização dos princípios
da administração pública, mas também como lição exemplar e pedagógica para as
novas gerações de homens públicos, que precisam aprender que as funções
públicas exigem sobretudo respeito aos conceitos de legalidade, idoneidade,
dignidade e demais condutas que se harmonizem exclusivamente com a satisfação
do interesse público. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de abril de 2017
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