No
momento, o maior político brasileiro se destaca por ser réu em cinco processos
e figurar como personagem principal das delações premiadas de executivos da
Odebrecht divulgadas em vídeo, mas, mesmo assim, ele disse que, se alguém
provar um "erro" que tenha
cometido larga a política e, ao mesmo tempo, afirmou que, caso deixem, será
candidato à Presidência da República, no ano que vem.
O
político disse que “Não é possível que
essas pessoas não tenham dó de levar tanta gente à miséria outra vez, de fazer
o povo descer do degrau que eles conquistaram. Então, isso me deixa revoltado, mas ao mesmo tempo me deixa estimulado.
Eu não sei o que vai acontecer comigo. O dado concreto é o seguinte: eu tô na
disputa. Vou disputar se me deixarem
disputar e vou provar que esse país pode voltar a ser feliz.”.
Com
relação às novas denúncias sobre atos irregulares atribuídas à sua autoria, ele
disse que não vai "rir nem chorar",
por considerá-los inverossímeis e irreais, argumentando ainda que "a delação tem que ser provada".
Ele
ressaltou que “Cada acusação dessa mexe
com meu brio, mexe com minha honra e eu sinto muito mais disposição de brigar,
eu não nasci para parar no meio do caminho. O dia que alguém provar um erro meu ou 10 reais ilícitos na minha vida
eu paro com a política."
O ex-presidente tem direito sim de ser candidato ao
cargo máximo do país, mas à luz do bom senso e da razoabilidade não fica bem
para ele tratar agora, de fora prematura e intransigente, da sua candidata.
Convém que, antes de tudo ele precisa provar a sua
inculpabilidade com relação aos fatos irregulares cuja autoria lhe é atribuída,
principalmente no que diz respeito aos cinco processos que ele já responde,
como réu, na Justiça, onde as denúncias fazem referência aos pesados crimes de
lavagem de dinheiro, corrupção passiva, organização criminosa, obstrução à
Justiça, tráfico de influência, por serem dissonantes, à toda evidência, com os
conceitos de idoneidade e de conduta ilibada.
Os aludidos conceitos são exigências previstas na
Cartas Magna, que precisam ser comprovadas para o exercício de cargos públicos,
notadamente o de presidente do Brasil, cujo pretendente também precisa provar,
em princípio, plena ausência de mácula com respeito à prática de atos na vida
pública, a exemplo desses que estão aparecendo amiudamente na imprensa.
Pensar diferentemente disso não parece se pretender
contribuir para o aperfeiçoamento das práticas políticas, conquanto é
conveniente que todo cidadão tenha a sensatez de representar o povo somente
depois de preencher os salutares requisitos de conduta ilibado e de nenhuma
suspeita da prática de deslize na vida pública, à luz do ordenamento jurídico
que orienta a construção e a consolidação da pátria alicerçada nos princípios
constitucional e legal.
Aliás, não se pode olvidar que esses princípios de
salvaguardas moral e legal são rigorosamente observados nos países sérios,
civilizados e desenvolvidos democraticamente, como demonstração de permanente
consolidação dos princípios democráticos.
Para o bom nome do Brasil e a pureza da sua imagem
de país digno, convém que o ordenamento jurídico e o sistema político, que se
encontram defasados da realidade mundial, sejam reformulados, aperfeiçoados e
modernizados, com urgência, notadamente para se permitir a cristalina oxidação
das atividades político-administrativas, com foco na plena satisfação do
interesse público, a par de não permitir que o cidadão envolvido com a Justiça,
respondendo a processo, participe de pleito eleitoral, diante da relevância aos
princípios da ética, moral, legalidade, entre outros que devem ser a ele
atribuído, com o acréscimo da obrigatoriedade da prévia comprovação da sua
inculpabilidade nos casos denunciados, como forma de satisfazer, na sua
plenitude, as regras essenciais exigidas para o bem comum, que não pode dá guarida
senão aos brasileiros imunes às suspeitas de ilicitudes. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de abril de 2017
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