terça-feira, 18 de abril de 2017

Desumanidade

Ignorando as profundas crises que se alastram no país, de dimensão imensurável, o presidente da Venezuela ordenou às Forças Armadas Bolivarianas que promova a dispersão, por todo o país, dos movimentos contrários ao massacrante regime socialista, em antecipação ao novo protesto convocado pela oposição ao governo ditatorial, a realizar-se em âmbito nacional, nesta quarta-feira.
De acordo com informação prestada pelos meios de comunicação oficial, a ordem do mandatário ao exército é "de defender a Revolução Bolivariana", que teve início pelo seu predecessor, em 1999.
Segundo o comunicado oficial, a determinação do presidente é de que "Desde o primeiro toque de alvorada, a partir do primeiro cantar do galo, as Forças Armadas estarão nas ruas dizendo: 'Viva a Revolução Bolivariana'".
Anteriormente, as autoridades da Venezuela detiveram 470 pessoas no decurso dos protestos antigovernamentais, realizados no início deste mês.
Em demonstração de completo inconformismo com a malsinada revolução, o país foi tomado por uma série de manifestações, realizadas nos últimos dias, notadamente depois que o Supremo Tribunal de Justiça venezuelano ter dado golpe no sentido de assumir as funções da Assembleia Nacional, que tem o controle da oposição, embora, por decisão do presidente, que assume as funções dos Poderes Executivo e Judiciário, essa medida anticonstitucional foi cancelada, diante dos gigantescos protestos da opinião pública internacional, fato que não contribuiu para arrefecer as tensões sociais, que demonstram força contra o regime troglodita e tirano, visivelmente contrário ao interesse público.
No auge das manifestações, já houve morte e prisões de pessoas contrárias ao sistema socialista/comunista, que foi capaz de levar o país à ruína e à bancarrota econômica, com inflação que supera os 600%, em clara demonstração de nação fragilizada, em termos de produção de suas necessidades básicas, à vista da generalizada escassez de toda ordem, com reflexos incalculáveis para os venezuelanos, que estão indo às ruas para demonstrar o seu repúdio ao governo insensível à destruição dos princípios humanitários.
Ao meio desse completo flagelo social e econômico, o presidente ainda tem a insensatez de ordenar a defesa de revolução tão monstruosa contra a dignidade do ser humano e o pior é que mais insensíveis ao caos são os apoiadores dessa infame e desprezível revolução, que merece ser destruída o mais rapidamente possível, para o bem dos venezuelanos e dos princípios humanitários e democráticos.
É visível a arrogância de governo absolutamente incompetente, desastrado e degenerado, em tentar defender medíocre devassadora revolução completamente ditatorial e inconsequente, que foi capaz de impingir à população muito sofrimento com a gigantesca escassez de alimentos e remédios e ainda transformando o país em líder e recordista mundial de violência e criminalidade.
Mesmo diante de tanta destruição, inclusive dos direitos humanos e dos princípios democráticos, ainda existe quem concorde com esse estado de completa degeneração dos conceitos de governabilidade, o que demonstra total insensibilidade do ser humano para com o seu semelhante.
Convém que as nações sérias e evoluídas democraticamente tenham a grandeza de repudiar os maus-tratos impostos pela dita Revolução Bolivariana à população venezuelana, mostrando que seus métodos não condizem somente com os princípios humanitários, mas notadamente democráticos, à vista das péssimas condições desumanas impostas aos cidadãos daquele pais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 18 de abril de 2017

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