Já
se fala que o prejuízo do Brasil com o calote dado pela Venezuela deve aumentar
de forma significativa nos próximos meses, uma vez que há a avaliação de que a
perda pode ficar entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões.
O
ministério da Fazenda se recusou a informar, de forma oficial, a exposição do
Brasil à Venezuela, sabendo que parte importante dos recursos devidos se refere
a créditos à exportação avalizados pelo Tesouro Nacional, por meio do Fundo de
Garantia à Exportação, o que vale dizer que, no caso de calote, o banco aciona
o seguro e o dinheiro sai do Orçamento do próprio governo brasileiro, algo que
jamais deveria ter acontecido, por haver nesse fato generosidade injustificável
por parte dos governos de então.
Até
o momento, a Venezuela já deixou de pagar uma parcela, no valor de US$ 262
milhões desses créditos, no âmbito do CCR (convênio de pagamentos e créditos
recíprocos), que funciona como câmara de compensação entre os bancos centrais
de 12 países latino-americanos.
A
parcela está vencida desde setembro, e o Brasil tentou enviar missão a Caracas
para negociar, mas o governo balivariano se esquivou e não marcou data para a
reunião.
Como
alternativa possível nesses casos, o Brasil então comunicou o calote ao Clube
de Paris, que reúne governos credores e do qual faz parte há um ano, para
tentar receber o dinheiro de volta em conjunto com outros países.
Segundo
técnicos do governo brasileiro, a dívida total da Venezuela com o Brasil, no
âmbito do CCR, chega a pouco mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,31 bilhões, no câmbio dos
últimos dias).
Boa
parte desses valores se relaciona com as obras sob a execução das construtoras
Odebrecht e Andrade Gutierrez, envolvidas na Operação Lava-Jato, na Venezuela,
que foram financiadas pelo BNDES.
Graças
à aproximação entre o ex-presidente mentor do bolivarianismo e o ex-presidente
petista, o BNDES emprestou o valor de US$ 3,2 bilhões para a Venezuela, desde
2002.
Os
dois países chegaram até a anunciar parceria - que não chegou a se concretizar -
entre a Petrobras e a PDVSA, para a construção da refinaria de Abreu e Lima, em
Pernambuco, cuja obra teve que ser executada sozinha pela estatal brasileira.
Não
obstante, os financiamentos do BNDES continuaram sendo liberados no governo da
petista afastada, até o início de 2016, quando a Venezuela deixou de depositar
as garantias necessárias para operar o CCR, por causa da deterioração da sua
economia, quando também o Brasil interrompeu a concessão de novos créditos.
Além
do valor de US$ 1 bilhão registrado no CCR, há a estimativa de ser do valor entre
US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões a dívida não paga pela Venezuela, às empresas
brasileiras.
Nesse
cálculo, inclui-se desde importação de alimentos até pagamentos de passagens
para as companhias TAM e GOL, que operavam voos regulares para Caracas.
Diante
das dificuldades para o recebimento de valores, as empresas brasileiras
abandonaram o mercado venezuelano, nos últimos anos, e o comércio bilateral
minguou.
Em
2008, no auge das transações comerciais entre os dois países, o Brasil exportou
o valor de US$ 5,15 bilhões para a Venezuela, mas, de janeiro a outubro deste
ano, foram exportados somente o valor de US$ 388 milhões.
Diante
da situação calamitosa da Venezuela, resta aos brasileiros cobrarem de quem
autorizou os empréstimos, em valores expressivas, que poderiam ter sido
aplicados no Brasil, por terem deixado de aplicar os recursos dos brasileiros
no próprio país, para que as obras pertinentes fossem da exclusiva serventia da
população brasileira.
A
Venezuela atingiu o auge da precariedade administrativa, à luz das graves
crises social, moral, política, econômica, entre outras que somente contribuem
para piorar a situação de seu povo, que vive à mercê da incompetência do
governo, que não consegue mais sequer pagar suas dívidas, muitas delas
relacionadas com a importação de alimentos, remédios e gêneros de primeira
necessidade, que antes já eram racionados e agora eles vão deixar de entrar no
país, em definitivo, justamente diante do calote declarado pelo presidente, que
deixou de pagar seus credores, exatamente em razão da falta de recursos.
A
situação daquele país se torna preocupante porque o regime bolivariano promoveu
torniquete no setor econômico, de modo a dificultar a produção interna de
alimentos e produtos essenciais ao suprimento das necessidades da população,
que não tem a quem recorrer, diante do controle absolutista do Estado, que nada
produz e ainda controla a economia com mão-de-ferro, impedindo o normal fluxo
da produção e da comercialização desses produtos.
Agora
chega a ser risível que essa situação de extrema monstruosidade, em termos de
desprezo ao ser humano, que, em última análise, sobra para o povo, tem o apoio
e o beneplácito das esquerdas levianas, insensatas e insensíveis tupiniquins,
que não se cansam de elogiar o esbanjamento de democracia existente na
Venezuela, mesmo com o governo massacrando a população, inclusive privando-a
dos direitos humanos e dos princípios democráticos.
Os
atos ditatoriais são mostrados no dia a dia, que agora se materializam com o
bilionário calote aplicado ao Brasil, que concedeu empréstimo àquele país
graças à amizade existente entre os governos venezuelano e brasileiro, ficando
claro que os governos socialistas brasileiros jamais poderiam ter financiado
obras nem para aquele país e muito menos para as outras nações comandadas por
governos ditatoriais, uma vez que as obras pertinentes deveriam ter sido
realizadas aqui no país, porque elas iriam suprir as gigantescas necessidades
dos próprios brasileiros.
Esse
fato precisa ser devidamente investigado pelo Congresso Nacional, para, se for
o caso, imputar-se responsabilidades aos agentes públicos que autorizaram os
financiamentos e causaram enormes prejuízos aos brasileiros, diante da urgente
necessidade de reparação de inaceitável desvio de recursos públicos para países
da simpatia dos então presidentes brasileiros, em total desprezo ao regramento
jurídico pátrio, que obriga o prévio assentimento do Parlamento brasileiro para empréstimo externo. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de novembro de 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário