Sem
candidatos da oposição, os cubanos elegem seus representantes municipais, cujas
eleições significam a prévia para a substituição do atual ditador da ilha, no
próximo ano, fato que pode representar a primeira mudança geral (de nome e jamais de ideologia política) em quase seis décadas.
Em
uma população de 11,2 milhões, oito milhões de eleitores foram convocados para
eleger por voto direto e secreto 12.515 conselheiros entre os cerca de 30.000
candidatos escolhidos em assembleias de bairro, sendo que a oposição não tem
vez e fica fora desse sistema eleitoral.
A
votação acontece sob sistema político-eleitoral de Poder Popular, que Havana
defende como “o mais democrático e
transparente” e a oposição chama de verdadeira “farsa”, onde somente tem candidatos quem faz parte do brutal regime
socialista.
O
primeiro passo do processo que deve terminar no início do próximo ano – data
ainda por definir – com a eleição do substituto do atual presidente, de 86 anos
e reeleito em 2013 para seu último mandato de cinco anos, iniciando a primeira
eleição geral, em quase 60 anos de governo comunista.
O
sucessor do atual ditador deverá ser o atual primeiro vice-presidente, outro
ditador, que vem sendo preparado, há três décadas, pelo regime comunica, para
assumir o poder, com a certeza de que nada será mudado senão para pior naquela
ilha, que seguirá com a mesma mentalidade totalitária e desumana.
Infelizmente,
o atual ditador seguirá na liderança do país, no comando do principal cargo do
Partido Comunista (PCC), responsável pela brutal fechadura naquela ilha.
O atual mecanismo
eleitoral cubano foi estabelecido em 1959 e tem por base a perpetuação do
sistema socialista implantado pela ditadura, que permanece intocável até os
dias atuais, tendo como princípio eleitoral a realização de eleições em cada
dois anos e meio, para delegados municipais (conselheiros), e em cada cinco anos,
para delegados provinciais (prefeitos) e deputados do Parlamento.
Impressiona
a maneira de se dizer que o voto não é obrigatório em Cuba, mas é como se
fosse, porque constitui ato obrigatório de “reafirmação
revolucionária”, o que vale dizer que o abstencionismo é politicamente
desaprovado e há punição para os antipatriotas, que são controlados e punidos,
em caso de ausência às urnas.
A
imprensa, sob intenso controle do Estado, tem a incumbência de manter permanente
campanha para estimular o voto dos cubanos.
Um líder
cubano disse que “Estar presente nessas
eleições, ir em virtude do chamado que sempre nos fez, também é uma linda e
sincera homenagem a Fidel”.
O
presidente do Parlamento cubano convocou os cubanos a “votarem maciçamente em resposta ao presidente (americano) que está dizendo tantas besteiras sobre nós”.
Acontece
que Cuba e Estados Unidos restabeleceram relações diplomáticas em 2015, após meio
século de ruptura política e confronto, mas o relacionamento voltou a ser tenso
com a chegada do atual presidente à Casa Branca, que praticamente anulou os
acordos de aproximação assinados por seu antecessor
Três
organizações de oposição falharam em sua tentativa de nomear cerca de 550
candidatos independentes para conselheiros, tendo o governo implementado,
segundo um líder de oposição, “uma bateria
de atos de violação em todos os casos da Lei Eleitoral e da Constituição”,
para evitar a nomeação de candidatos independentes, incluindo prisões temporárias
e processos “legais” por diversos motivos.
Isso
é que se pode chamar de verdadeira “democracia”, onde, praticamente há eleições
constantes, para a renovação dos integrantes do Partido Revolucionário, em que
são eleitos somente os candidatos escolhidos e indicados pelo próprio sistema,
apenas para se confirmar a continuidade da ditadura imposta pelo regime
socialista/comunista e que a oposição é absolutamente ignorada e banida do
processo eleitoral.
Trata-se
de eleições de cartas marcadas, em que os eleitos são aqueles previamente
aprovados e chancelados pela situação que comanda, com mão-de-ferro, os
cubanos, que, além de não puderem se manifestar livremente nas eleições, em
atenção ao salutar princípio cívico democrático, também não têm o direito à
individualidade, porque a regra central da revolução cubana é exatamente o
absoluto controle sobre as pessoas e tudo que lhes diz respeito.
Há
claro e completo desrespeito aos sagrados direitos humanos, que foram banidos em
Cuba, há quase sessenta anos, em demonstração de descompasso daquele país com a
evolução da humanidade, que passou por significativos processos saudáveis de
revolução em todos segmentos, em especial nos campos da ciência e da
tecnologia, a qual ainda não chegou à nação caribenha, diante do império do totalitarismo
que não permite que seu povo seja liberado da escravidão e da estagnação no
tempo, permanecendo ainda na era da escuridão do atraso da história mundial,
diante da proibição de acesso às nações civilizadas e modernas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de novembro de 2017
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