segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Urgente renovação política

Um apresentador de programa de televisão se transformou, de repente, em verdadeiro fenômeno eleitoral, depois de pesquisa mostrar que ele reúne excelente perfil de bom e capaz gerenciador da coisa pública, na forma da excepcional aceitação de seu nome para a cargo de presidente da República, que se associa à baixa rejeição, cujos requisitos têm sido importantes indicativos para o fortalecimento da sua pré-candidatura.
Em que pese se tratar de manifestação benfazeja quanto à aceitação do seu nome, o próprio apresentador global já anunciou que declina da postulação à Presidência da República, notadamente em razão do alvoroço que esse fato provocou no cenário político, por ter mexido no íntimo da velharia política, diante do abalo causado nas suas estruturas, com o ingresso de candidato descompromissado com a desmoralização do país, que se tornou crônica.
Na atualidade, esse fenômeno eleitoral surge com a força capaz de desestruturar as bases políticas acostumadas com a normalidade do ambiente altamente contaminado e desacreditado da classe política, diante da possibilidade da apresentação de candidato com perfil diferente do que se encontra de podre e poluído.
A verdade é que o eleitor está ávido por alternativa capaz de sair dessa encruzilhada do centralismo e da polarização radical da esquerda e da direita, enquanto a primeira se acha a luz da verdade e o vetor da competência administrativa, cujos resultados conhecidos só sinalizam para péssimos augúrios e nada animador.
Há que se notar que a gestão esquerdista recente deixou legado lamentáveis de rombos nas contas públicas, recessão econômica, exacerbação das dívidas públicas, altas taxas de desemprego, queda na arrecadação,  inflação alta, ausência de investimentos público e privado, desindustrialização, péssima prestação dos serviços públicos, desprezo à infraestrutura, perda do grau de investimento, resistência às reformas conjuntural e estrutural, entre muitas outras precariedades de dimensão alarmante, que foi capaz de contribuir para o gigantesco retrocesso do desenvolvimento socioeconômico, que não pode ficar à mercê da extrema incompetência da atual classe política, que é completamente incapaz de reciclagem, preferindo continuar patrocinando o status quo do obsoletismo, em detrimento da nação e de seu povo.
Ao contrário, o apresentador global, em princípio, tem cara de bom rapaz, que, ao lado da mulher comunicadora global, apresenta-se como a família perfeita e ainda tem a índole de promover ações sociais em seus programas de TV de extenso alcance, fatos que contribuem para se intuir que se trata da pessoa certa no lugar certo e ainda no momento propício, em que o país atravessa crise homérica pela falta de credibilidade entre os homens públicos, à vista do indiscutível desgaste resultante do retrógrado modelo político, que foi transformado em instrumento perfeito para a realização dos objetivos pessoais e partidários, em detrimento das reais finalidades públicas.
A última pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos mostra que o apresentador de televisão é a pessoa mais bem avaliada entre 23 nomes submetidos ao eleitor, com a aprovação de 60% e apenas 32% de reprovação.
É evidente que esse desempenho tem o condão de causar alvoroço e preocupação no seio dos políticos que já contam como favas contadas a vitória eleitoral, imaginando a fidelidade de seus eleitores, a exemplo de candidato que lidera a intenção de voto, que se adiantou para dizer que seu “maior desejo na vida” era “disputar com alguém com o logotipo da Globo na testa”, esquecendo ele que o povo anseia por urgente renovação dos hábitos políticos e nada melhor do que colocar todos os políticos dentro de um caldeirão e submetê-los à trempe capaz de depurar o que realmente possa ser usado em proveito do interesse público, com o que certamente restará muito pouca coisa útil e benéfica à nação.
É preciso sim que o caldeirão eleitoral seja aquecido na temperatura capaz de mexer com os brios dos brasileiros, que não podem permanecer ad aeternum na sua catalepsia política de aceitar que a classe política dominante, com suas mentalidades ideológicas ultrapassadas, continue influenciando nas sucessões eleitorais, quando o país dá visível mostra de que o status quo nada mais é do que forma de retrocesso e descompasso do desenvolvimento.
Segundo a revista ISTOÉ, um marqueteiro teria elaborado plano de campanha para o apresentador, contendo os elementos essenciais de candidato imune aos vícios da política tupiniquim, mostrando que ele seria outsider (puro sangue) na política moderna, ou seja, “o único totalmente imune aos vícios da velha política” e o indivíduo pronto e acabado “da oxigenação política tão acalentada pela população”.
Não obstante, lamentavelmente para os brasileiros, essa notícia vinda do próprio apresentador põe panos quentes nas melhores expectativas para o país, ao afirmar que não vai encarar essa pedreira, certamente por achar que, na atualidade, o conteúdo do caldeirão Brasil vai além das suas capacidades de tolerância e compreensão com essa insuportável classe política dominante.
Uma pessoa ligada ao apresentador disse que “Ele é novo, não é de se deixar seduzir por qualquer canto de sereia, e sabe que não precisa necessariamente se candidatar nesse momento. Como tudo o que fez na vida, Huck está construindo algo sólido e perene, no afã de levar jovens e cabeças pensantes a discutir o Brasil”.
É muito importante a ascensão meteórica do apresentador em causa, por mostrar, em boa hora, o despertar da sociedade, que não aceita mais sintoma errático da atualidade, em que a desmoralização e a desconfiança protagonizadas pelos políticos tradicionais são realidade incontestável, mas eles simplesmente insistem em negar os fatos, que foram e são revelados por instrumentos seguros e avançados de investigação, que não deixam dúvidas quanto à materialidade sobre os casos denunciados e sua negação é absolutamente inadmissível, na atualidade, quando é preciso sempre prevalecer a verdade, que é forma natural apropriada para o relacionamento entre pessoas honestas e civilizadas.
A se confirmarem as excelentes perspectivas com o ingresso do apresentador de televisão na vida político-eleitoral, logo encarando o principal cargo do país, pode-se dizer que a vida pública brasileira se transforma de água para o vinho, de primeira qualidade, cuja oxigenação transcende às melhores expectativas, considerando que o Brasil, com as suas pujantes riquezas humanas e econômicas, com toda sinceridade, não merece, não mais merece mesmo, quadro tão medíocre de homens públicos, com histórico na vida pública riquíssima de fatos que não condizem com a relevância da grandeza da República, que vem há muito tempo implorando por extraordinária mudança, em termos de renovação por mentalidade de estadista que tenha condições de pensar o novo Brasil, por meio de características transformadoras, representadas pela real vontade de reestruturação começada da base, dos alicerces, pensando o país com a ideia de sepultamento das políticas e dos políticos que estão contribuindo, de forma efetiva, para a completa destruição do país, considerando que as mentalidades políticas, ideológicas e administrativas são modelo de retrocesso, arcaísmo, obliquidade e demais adjetivos sinônimos de obstáculos ao desenvolvimento socioeconômico do país.
Os brasileiros precisam realmente refletir exatamente quanto à enorme contribuição nefasta, maléfica, prestada pelos homens públicos com mentalidades medíocres e retrógradas, porquanto as suas influências e os seus poderes têm o condão de impedir a modernidade, o aperfeiçoamento, o avanço de qualidade dos sistemas político-administrativos vigentes, exatamente por eles se adequarem perfeitamente às suas ideologias políticas obsoletas de absoluta dominação das classes política e social e de conquista do poder e de permanência nele, ad aeternum, em forma de consolidação dos vetustos sistemas populista e caudilhista próprios das ultrapassadas republiquetas, que preferem que seu povo seja objeto de permanente dependência de migalhas do Estado.
É preciso sim que haja urgente mudança no sistema político, com o ingresso de brasileiros com espírito público totalmente renovador, com o propósito de revolução das velhas políticas, que somente interessam aos péssimos, interesseiros e aproveitadores políticos que se especializaram em utilizar recursos públicos em benefício pessoal e partidário, em detrimento do interesse público, a exemplo do escândalo do petrolão, cujo resultado tem contribuído para a instabilidade política e a consolidação dos obstáculos ao desenvolvimento socioeconômico do país.   
Urge que os brasileiros se conscientizem sobre a necessidade de renovação na política, de modo que seus representantes políticos sejam escolhidos entre aqueles que demonstrem possuir experiência e conhecimento das atividades político-administrativas, como forma de possibilitar que as suas atuações correspondam de forma adequada aos sentimentos de responsabilidade, zelo, integridade e engajamento cívicos e patrióticos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 27 de novembro de 2017

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