O líder-mor do PT afirmou que "não vai ser difícil" ganhar as
eleições presidenciais de 2018, mas defendeu que os partidos de esquerda
promovessem mudança de estratégia, com a finalidade de barrar as propostas do
governo, em tramitação no Congresso Nacional.
Na
avaliação dele, a oposição está fragilizada e lamentou que não tenha conseguido
barrar o impeachment da sua sucessora e propostas que representam retrocesso,
em relação aos avanços das gestões petistas, em especial a que se refere à
reforma trabalhista.
O
petista disse que "Éramos contra a
reforma trabalhista, e ela aconteceu. Éramos contra a Previdência, e se não
tomarmos cuidado, vai acontecer".
Ele
pontificou que o governo é "fraco"
e ainda se submete "aos interesses
do mercado. Nenhum presidente fraco é
respeitado. Os congressistas que estão votando pelo desmonte não têm
compromisso conosco. Nunca vi tanto deputado reacionário, tanto troglodita, e
se não tomarmos cuidado vai piorar na próxima eleição".
O
ex-presidente declarou que é preciso se evitar a aprovação da reforma da
Previdência, que "está acontecendo
concomitantemente com o desmonte da Petrobras. Não tenho mais idade de ficar criando movimento 'fora Temer' e ele
estar dentro, de ficar gritando não vai ter golpe e ter golpe. Vamos ter que
parar de gritar e evitar que isso aconteça mesmo. Isso não pode continuar
acontecendo debaixo da nossa barba.".
Segundo
o petista, estão querendo desmontar a Petrobras, porque "eles não são políticos, são usurpadores.
Eles não têm compromisso com o povo
brasileiro. Querem fazer o desmonte. Destruir o BNDES, a Eletrobrás, a Caixa,
desmontar a cidadania.".
O
político disse que, se não fosse pela sua teimosia e a do PT, ele não teria
chegado à Presidência da República e que provou que era possível a esquerda
transformar este país, citando melhorias no salário, na educação e na própria
inserção do Brasil no exterior.
Ele
afirmou que "Deixamos de falar
'fino' com os Estados Unidos. Tiramos
o país do mapa da fome.", tendo lamentado que o sonho que a gestão
petista sonhou "infelizmente está
sendo aos poucos desmontado. Estava
tudo preparado para o Brasil se tornar a 5ª economia do mundo.".
Percebendo
que as esquerdas vêm perdendo força, o político apelou pela unificação da
esquerda no país, tendo incentivo a candidatura de uma deputada estadual gaúcha
à presidência da República.
Sobre
as eleições, o político disse que "Não
podem dizer que Lula é de extrema esquerda, que Jair Bolsonaro é de extrema
direita, e que é preciso achar o caminho do meio. Quem convive com Bolsonaro sabe
quem ele é, que é mais do que extrema direita, mas ele também tem direito de
ser candidato.".
Concluindo
seu pensamento, o político disse ainda que “Somente
partidos com legado terão chance de vencer a próxima eleição presidencial, e
lembrou que PT e PCdoB construíram um forte legado nos últimos 30 anos, desde a
campanha presidencial de 1989. Por isso, temos que governar o país sem querer
ser governante. A gente tem que ouvir o povo, o povo sabe. Nós só temos que ter
coragem de perguntar.
O
político defendeu ainda a regulação dos meios de comunicação e distribuição de
riquezas, tendo afirmado que "Quero meios de comunicação onde todos
possam se manifestar." Com informações do Estadão Conteúdo.
Durante o governo petista, foram feitas duas reformas da
previdência e o rombo no sistema só aumentou, exatamente porque elas não
passaram de meros paliativos, sem qualquer medida saneadora no seu bojo, que
não passou do aumento da cobrança da contribuição, incluindo os proventos dos
aposentados do serviço público.
O político não pode esquecer, de maneira alguma, quem realmente
contribuiu diretamente para quebrar a Petrobrás, porque foi exatamente nos
governos recentes que houve o aparelhamento da estatal, com pessoas de “confiança”
de partidos políticos (PT, PMDB e PP, responsáveis pelas indicações das
diretorias) e a gigantesca e incontrolável roubalheira dos cofres da
petrolífera, conforme consta das investigações promovidas pela Operação Lava-Jato.
Parece até brincadeira que haja insinuação de que a
Petrobrás esteja sendo desmontada, quando se sabe que ela quase foi para a tumba
durante os governos recentes, depois dos desfalques protagonizados pela
quadrilha comandado, segundo o Ministério Público, por importante político, que
não teve sensibilidade para assumir as responsabilidades pelo tsunami ocorrido
na petrolífera, que somente agora, depois de gerenciamento prudencial e
eficiente começa a contabilizar lucros, depois de anos seguidos de extraordinários
prejuízos.
Ao
dizer que "não vai ser difícil"
ganhar as eleições, o político, no mínimo, se acha o todo-poderoso e ainda tem
o dom de menosprezar a capacidade dos demais concorrentes à Presidência da
República, como se o povo não tivesse pouco de discernimento para compreender a
verdadeira história sobre os tristes acontecimentos ocorridos em passados recentes
no país e as figuras dos principais envolvidos.
É
preciso sim perguntar ao povo o que ele acha do atual quadro político,
exatamente porque o poder emana dele e ele já está exausto das promessas não cumpridas
pelos aproveitadores na vida pública, que levaram o tempo apenas mentindo e enganando
a população, à vista da péssima prestação dos serviços públicos da incumbência
do Estado, enquanto outros também roubaram bastante e desviaram dinheiro
público para seus bolsos e os cofres de partidos políticos, com a finalidade de
custear campanhas milionárias para a permanência, ad aeternum, no poder.
É
muitíssimo importante que a vida pregressa dos candidatos, na vida pública,
seja precisamente avaliada, de modo que o seu voto seja dado àquele que melhor
se identifique com as causas nacionais.
Nessa
avaliação, é importante que seja ignorada a priorização do quesito que tenha
por mote a primazia de que "ele
leva, mas faz", porque isso não se harmoniza com os princípios da
dignidade e da probidade que o país precisa para a moralização da administração
pública, que já foi demasiadamente sacrificada por nefastos homens públicos que
desprezaram o verdadeiro sentimento de interesse da população e procuraram a
valorização da sua personalidade, com evidente uso da máquina pública, em
proveito pessoal e partidário.
Tudo
isso tem muito a ver com a consciência dos brasileiros, que é obrigado, nesse
caso, em atenção à sua responsabilidade cívica, a refletirem e avaliarem, com os
devidos cuidado e rigor, as reais qualidade e capacidade político-administrativas
dos candidatos a cargos públicos eletivos, no sentido de se aquilatar o que
eles podem realmente fazer em benefício do país e do povo, ou seja, estritamente
em consonância com a defesa do interesse público, que, à toda evidência, tem
sido sacrificado em nome de causas estranhas às suas verdadeiras finalidades. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de novembro de 2017
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