domingo, 26 de novembro de 2017

O real saber do povo

O líder-mor do PT afirmou que "não vai ser difícil" ganhar as eleições presidenciais de 2018, mas defendeu que os partidos de esquerda promovessem mudança de estratégia, com a finalidade de barrar as propostas do governo, em tramitação no Congresso Nacional.
Na avaliação dele, a oposição está fragilizada e lamentou que não tenha conseguido barrar o impeachment da sua sucessora e propostas que representam retrocesso, em relação aos avanços das gestões petistas, em especial a que se refere à reforma trabalhista.
O petista disse que "Éramos contra a reforma trabalhista, e ela aconteceu. Éramos contra a Previdência, e se não tomarmos cuidado, vai acontecer".
Ele pontificou que o governo é "fraco" e ainda se submete "aos interesses do mercado. Nenhum presidente fraco é respeitado. Os congressistas que estão votando pelo desmonte não têm compromisso conosco. Nunca vi tanto deputado reacionário, tanto troglodita, e se não tomarmos cuidado vai piorar na próxima eleição".
O ex-presidente declarou que é preciso se evitar a aprovação da reforma da Previdência, que "está acontecendo concomitantemente com o desmonte da Petrobras. Não tenho mais idade de ficar criando movimento 'fora Temer' e ele estar dentro, de ficar gritando não vai ter golpe e ter golpe. Vamos ter que parar de gritar e evitar que isso aconteça mesmo. Isso não pode continuar acontecendo debaixo da nossa barba.".
Segundo o petista, estão querendo desmontar a Petrobras, porque "eles não são políticos, são usurpadores. Eles não têm compromisso com o povo brasileiro. Querem fazer o desmonte. Destruir o BNDES, a Eletrobrás, a Caixa, desmontar a cidadania.".
O político disse que, se não fosse pela sua teimosia e a do PT, ele não teria chegado à Presidência da República e que provou que era possível a esquerda transformar este país, citando melhorias no salário, na educação e na própria inserção do Brasil no exterior.
Ele afirmou que "Deixamos de falar 'fino' com os Estados Unidos. Tiramos o país do mapa da fome.", tendo lamentado que o sonho que a gestão petista sonhou "infelizmente está sendo aos poucos desmontado. Estava tudo preparado para o Brasil se tornar a 5ª economia do mundo.".
Percebendo que as esquerdas vêm perdendo força, o político apelou pela unificação da esquerda no país, tendo incentivo a candidatura de uma deputada estadual gaúcha à presidência da República.
Sobre as eleições, o político disse que "Não podem dizer que Lula é de extrema esquerda, que Jair Bolsonaro é de extrema direita, e que é preciso achar o caminho do meio. Quem convive com Bolsonaro sabe quem ele é, que é mais do que extrema direita, mas ele também tem direito de ser candidato.".
Concluindo seu pensamento, o político disse ainda que “Somente partidos com legado terão chance de vencer a próxima eleição presidencial, e lembrou que PT e PCdoB construíram um forte legado nos últimos 30 anos, desde a campanha presidencial de 1989. Por isso, temos que governar o país sem querer ser governante. A gente tem que ouvir o povo, o povo sabe. Nós só temos que ter coragem de perguntar.
O político defendeu ainda a regulação dos meios de comunicação e distribuição de riquezas, tendo afirmado que "Quero meios de comunicação onde todos possam se manifestar." Com informações do Estadão Conteúdo.
Durante o governo petista, foram feitas duas reformas da previdência e o rombo no sistema só aumentou, exatamente porque elas não passaram de meros paliativos, sem qualquer medida saneadora no seu bojo, que não passou do aumento da cobrança da contribuição, incluindo os proventos dos aposentados do serviço público.
O político não pode esquecer, de maneira alguma, quem realmente contribuiu diretamente para quebrar a Petrobrás, porque foi exatamente nos governos recentes que houve o aparelhamento da estatal, com pessoas de “confiança” de partidos políticos (PT, PMDB e PP, responsáveis pelas indicações das diretorias) e a gigantesca e incontrolável roubalheira dos cofres da petrolífera, conforme consta das investigações promovidas pela Operação Lava-Jato.
Parece até brincadeira que haja insinuação de que a Petrobrás esteja sendo desmontada, quando se sabe que ela quase foi para a tumba durante os governos recentes, depois dos desfalques protagonizados pela quadrilha comandado, segundo o Ministério Público, por importante político, que não teve sensibilidade para assumir as responsabilidades pelo tsunami ocorrido na petrolífera, que somente agora, depois de gerenciamento prudencial e eficiente começa a contabilizar lucros, depois de anos seguidos de extraordinários prejuízos.
Ao dizer que "não vai ser difícil" ganhar as eleições, o político, no mínimo, se acha o todo-poderoso e ainda tem o dom de menosprezar a capacidade dos demais concorrentes à Presidência da República, como se o povo não tivesse pouco de discernimento para compreender a verdadeira história sobre os tristes acontecimentos ocorridos em passados recentes no país e as figuras dos principais envolvidos.
É preciso sim perguntar ao povo o que ele acha do atual quadro político, exatamente porque o poder emana dele e ele já está exausto das promessas não cumpridas pelos aproveitadores na vida pública, que levaram o tempo apenas mentindo e enganando a população, à vista da péssima prestação dos serviços públicos da incumbência do Estado, enquanto outros também roubaram bastante e desviaram dinheiro público para seus bolsos e os cofres de partidos políticos, com a finalidade de custear campanhas milionárias para a permanência, ad aeternum, no poder.
          É muitíssimo importante que a vida pregressa dos candidatos, na vida pública, seja precisamente avaliada, de modo que o seu voto seja dado àquele que melhor se identifique com as causas nacionais.
Nessa avaliação, é importante que seja ignorada a priorização do quesito que tenha por mote a primazia de que "ele leva, mas faz", porque isso não se harmoniza com os princípios da dignidade e da probidade que o país precisa para a moralização da administração pública, que já foi demasiadamente sacrificada por nefastos homens públicos que desprezaram o verdadeiro sentimento de interesse da população e procuraram a valorização da sua personalidade, com evidente uso da máquina pública, em proveito pessoal e partidário.
Tudo isso tem muito a ver com a consciência dos brasileiros, que é obrigado, nesse caso, em atenção à sua responsabilidade cívica, a refletirem e avaliarem, com os devidos cuidado e rigor, as reais qualidade e capacidade político-administrativas dos candidatos a cargos públicos eletivos, no sentido de se aquilatar o que eles podem realmente fazer em benefício do país e do povo, ou seja, estritamente em consonância com a defesa do interesse público, que, à toda evidência, tem sido sacrificado em nome de causas estranhas às suas verdadeiras finalidades. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 26 de novembro de 2017

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