domingo, 19 de novembro de 2017

Os dilapidadores da idoneidade

O senador tucano mineiro disse que a "falência da política" é a responsável pela pré-candidatura do apresentador global ao Palácio do Planalto, tendo ele declarado, ipsis litteris: "É um pouco da falência da política, do momento de desgaste generalizado pelo qual passa a política. O Luciano é um sujeito muito capaz, inteligente, mas agora é preciso conhecer o que ele pensa sobre as mais variadas questões que demandam a posição de um homem público. O tempo é que vai dizer se ele está ou não preparado para esta missão". 
Causa espécie diante do fato de que o então amigo apresentador, mesmo tendo prestado importante apoio ao tucano, na eleição presidencial de 2014, agora tem essa amizade questionada, graças ao tempo político, que tem o condão de mudar o sentimento das pessoas.  
O apresentador global vem intensificando sua candidatura à Presidência, conforme mostra a sua participação com líderes do PPS, para discutir cenários eleitorais e a filiação ao partido de membros do movimento Agora!, do qual participa e trata de eventual candidatura do próprio apresentador. 
A opinião de pessoas que participaram das reuniões é de que as conversas foram proveitosas e promissoras.
No que se refere aos próprios destinos eleitorais em 2018, o tucano disse que "estará nas urnas" no ano que vem.
Ele não quis adiantar o cargo que pretende se candidatar, mas afirmou não haver "cogitação" de tentar vaga na Câmara dos Deputados, conquanto o presidente do PSDB mineiro tenha dito que o senador deverá concorrer ao Senado Federal ou ao governo de Minas Gerais.
Diante da tamanha estripulia protagonizada pelo muito “esperto” político das Alterosas, chega a ser risível que ele tente se passar como modelo de moralidade, ao declarar a falência da política pelo simples fato do possível ingresso à vida pública de pessoa da intimidade dele, dando a entender que a devassidão que grassa no mundo político não tem nada a ver com o que faz ou deixa de fazer. 
Em princípio, o senador tucano não tem moral para falar sobre o ingresso do apresentador na política, que nunca esteve tão carente de sangue novo e de oxigenação, diante do processo degenerativo e de aviltamento imposto pelos corruptos profissionais, que se locupletaram em nome da política.
O próprio político mineiro é um dos maiores responsáveis pela falência e degeneração da política brasileira, diante das negociatas, alianças espúrias, envolvendo vergonhosos fisiologismo e desvio de recursos públicos, sempre em nome do enriquecimento ilícito, da conquista do poder e da perenidade nele, além do explícito propósito da dominação das classes política e social, em detrimento da satisfação do bem comum e do interesse público.
          A verdade é que nem o senador mineiro e a maioria esmagadora dos políticos brasileiros têm o mínimo de credibilidade para se manifestar sobre a qualidade do momento político e muito menos sobre o ingresso de força jovem nas atividades político-partidárias, cabendo exclusivamente ao povo dizer se é importante ou não a mudança, a substituição dos atuais representantes dos brasileiros, considerando que, pior do que isso, é impossível e qualquer ingresso de cidadão de boa vontade certamente que será benéfico para o país.
Em síntese, a verdadeira falência da política mesmo é o homem público ser flagrado negociando "empréstimo" transportado em mala recheada de dinheiro e ainda continuar nos holofotes da imprensa, atraindo as luzes para si, como se nada tivesse acontecido de anormal e de dissonante com os princípios republicano e democrático, criticando possível mudança de ares nas sujeiras impregnadas no atual cenário político.
O mais grave e deplorável de tudo isso é se perceber que, apesar da inadmissível traição ao povo mineiro e brasileiro, ainda há a maligna insinuação de que pessoa com índole indecorosa pretende se candidatar a cargo nobre da República, se fosse normal a esculhambação dos princípios da ética, da moral, do decoro, da dignidade, entre outros que são essenciais no exercício de cargos públicos eletivos.
Os brasileiros, atentos aos salutares princípios republicano e democrático, a par da consciência cívica e de brasilidade, precisam avaliar, com o máximo de rigor, a índole dos homens públicos tupiniquins, não permitindo que aqueles que são contumazes dilapidadores dos conceitos de idoneidade e conduta moral continuem na vida pública, a tripudiarem da dignidade do povo, de quem emana o poder delegado a pessoas insensatas e irresponsáveis, imaginando que a população não passa de um bando de ingênuos e desinformados. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 19 de novembro de 2017

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