No
discurso de encerramento da caravana realizada no Estado de Minas Gerais, o
líder-mor do PT esbravejou, entre tantos e diversificados assuntos, que, toda
vez que a direita tenta usurpar o poder, ela procura “destruir moralmente os seus adversários. Foi assim com Juscelino Kubitschek. Depois, essa gente não deixou João
Goulart tomar posse. Eu sou mais paciente do que o Getúlio. Mais paciente que o
Goulart. E talvez eu seja paciente tanto quanto o JK. Porque diziam que ele não
poderia ser candidato, nem ganhar, nem tomar posse, e que se ele tomasse posse,
tirariam. Os golpistas nesse país que fizeram a desgraça que disseram que era
culpa da Dilma e do PT, tiraram a Dilma e agora o que estamos percebendo é que
eles levaram o país a uma situação de deterioração”.
O
político voltou a defender que gasto em educação é investimento e condenou o
atraso que a sociedade brasileira sofreu com os governos anteriores em relação
à área educacional.
Ele
disse que “Vocês têm que levantar a
cabeça para saber o que está acontecendo no Brasil. Quando criaram PEC que
proíbe gastos em saúde e educação, quando querem a privatização da Petrobras e
acabar com a indústria de óleo e gás, eles praticam um aborto nesse país. Vão
tirar os royalties do pré-sal para a educação”.
Ao dizer, em brados, que
estão “destruindo”
o Brasil, o político reafirmou que pode ser candidato em 2018, nestes termos: “Se o PT não tiver alternativa, se a esquerda
não tiver alternativa, eu posso ser candidato. Isso porque eu já provei uma
vez, e quero provar pela segunda vez, que esse país só dará certo, a economia
só dará certo, o dia que a gente tiver consciência de que nós temos que incluir
os pobres no centro da economia. O Brasil será o país que a gente quiser, e não
o que o Temer quiser, não o que o Meirelles quiser”.
O
político insistiu na cobrança de pedido de desculpas por parte da Polícia
Federal e da Operação Lava-Jato, nestes termos: “Eu quero que eles peçam desculpa para mim, ao povo brasileiro. Quero
que eles digam o que eles encontraram na minha casa, quando invadiram a minha
casa. Eles encontraram foi excesso de vergonha na cara de Lula e de Marisa”.
Em
conclusão, o político fez a garantiu de que, se ganhar as eleições, vai
convocar referendo revogatório para anular o que ele considera retrocessos
promovidos pelo governo: "Porque
eles destruíram a legislação trabalhista. Quer resolver o problema da
Previdência? Primeiro, caia fora, Temer”.
A
história recente é muito rica em mostrar quem realmente tem procurado destruir
moralmente seus adversários, por meio de agressões e críticas diretas,
inclusive inventando situações que são inverossímeis, mas com a finalidade de
detoná-los completamente, como ocorreu fartamente na última eleição
presidencial, quando os adversários foram acusados pela autoria de fatos
absurdos, todos inventados por marqueteiros, que não tinham o menor pudor de
criar mentiras e disseminar nos programas eleitorais, de rádio e televisão.
Realmente,
os brasileiros precisam, com urgência, levantar as cabeças para saber que as
graves crises atuais enfrentadas pelo povo advêm da malsinada gestão petista,
que deixou o governo, pela porta do fundo do Palácio do Planalto, deixando
legado drástico de rombos nas contas públicas, dívidas públicas astronômicas e
impagáveis, taxa de desemprego de 14 milhões de trabalhadores,
desindustrialização, queda de arrecadação, completa falta de investimentos em
obras, ausência absoluta de reformas da conjuntura e da estrutura do Estado,
entre outras deficiências que levaram as agências de classificação de risco a
declararem a perda no grau de investimento do Brasil, fazendo com que o capital
estrangeiro retornasse para seus países de origem, deixando o Brasil em
dificuldades de investimentos, por falta de recursos.
Ao
invés de procurar se explicar e justificar contra as acusações e denúncias que
tramitam nos Tribunais, pelas suspeitas da prática de crimes graves, entre os
quais de corrupção passiva, organização criminosa, obstrução de Justiça,
lavagem de dinheiro e tráfico de influência, como fazem os homens públicos
honrados e dignos, nos termos dos deveres cívico e legal, na forma de prestação
de contas sobre seus atos na vida pública, o político deu agora para exigir que
Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal,
evidentemente reconhecendo seus erros, peçam desculpas a ele e aos brasileiros,
em evidente absurda inversão da ordem natural dos fatos, uma vez que os
processos estão sendo instruídos com base nos princípios da legalidade e da
constitucionalidade, segundo os quais as denúncias somente são aceitas se
existirem nos respectivos processos elementos consistentes sobre a
materialidade dos fatos inquinados de irregulares.
Não
há a menor dúvida de que essa injustificável tentativa de distorcer a verdade
dos fatos não passa de insensatez absolutamente inaceitável, diante do fato de
que as irregularidades havidas, que são palpáveis e indiscutíveis, à vista da
confirmação de testemunhas, demonstrativos, planilhas, documentos comprovando,
nos termos da lei, a materialização dos fatos ilícitos, cuja autoria é
atribuída ao político, por ter se beneficiado de serviços e benefícios
realizados em imóveis que, mesmo não estando registrados em seu nome, estavam
destinados e ocupados por ele e sua família, a exemplo do sítio de Atibaia,
onde foram encontrados roupas, objetos pessoais dele e da família, parte do
material transportado da mudança de Brasília, a evidenciarem que as reformas
teriam sido realizadas em atendimento pessoal do político e isso não há dúvida,
diante do resultado das investigações promovidas pela força-tarefa da
Lava-Jato.
O
político precisa se conscientizar de que governar o país nas circunstâncias
atuais não é tão fácil como no passado, quando outrora existia conjuntura
totalmente diferente, principalmente pela inexistência de alta taxa de
desemprego e de rombos nas contas públicas, em que a precariedade da economia
obrigou o governo atual a adotar medidas de contenção e ajustes tendentes a
combater justamente as mazelas oriundas da gestão petista, quer queira ou não,
porque é sabido que as ruindades reclamadas pelo político não foram criadas
pela gestão atual, mas sim pelo governo da sucessora dele, que deixou o país na
penúria.
Não
passa de tremenda balela a afirmação de que
“Isso porque eu já provei uma vez, e quero provar pela segunda vez, que esse
país só dará certo, a economia só dará certo, o dia que a gente tiver
consciência de que nós temos que incluir os pobres no centro da economia. O
Brasil será o país que a gente quiser, e não o que o Temer quiser, não o que o
Meirelles quiser”, porque, com a economia ainda andando a passos de
tartaruga, ninguém vai consertá-lo no grito e os brasileiros também precisam
ficar espertos para não caírem em promessas absurdas, acalentadas por ideias
alopradas, sem consistência e sem fundamento, diante das atuais circunstâncias,
que são completamente dissonantes de tempos idos, onde existia configuração
econômica favorável às políticas que resultados em razoável sucesso.
Os
brasileiros não podem menosprezar o que aconteceu em 2014, quando houve a
promessa do PT, para garantir a reeleição da ex-presidente, dita aos eleitores que
não havia o que mudar na economia, mas tudo não passava de ilusão, de mentira, eis
que as lideranças petistas já sabiam que seriam necessários fortes ajustes
fiscal e econômico, para, pelo menos, minimizar os drásticos efeitos da crise
que grassava na economia, conforme foi reconhecido pelo seu principal líder,
que disse, verbis: “As pessoas se sentiram traídas porque aquilo
não era o que a gente tinha prometido na campanha”. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 3 de novembro de 2017
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