sexta-feira, 17 de novembro de 2017

As alianças espúrias

O ex-governador do Ceará e atual pré-candidato à Presidência da República fez duras críticas sobre o posicionamento de dirigentes petistas que estão defendendo alianças com partidos que apoiaram o impeachment da presidente cassada.
Na opinião dele, o ex-presidente da República petista é o "culpado" pela ascensão do PMDB ao Palácio do Planalto.
O político cearense, que foi ministro da Integração Nacional durante o primeiro mandato do petista, também criticou que o grupo político do ex-presidente "anda confraternizando com essa gente".
O ex-governador cearense declarou que "O PT votou no Eunício para a presidência do Senado. Como é que a gente diz para o povo que houve 'golpe' e, ato contínuo, pratica a contradição de confraternizar com o chefe dos 'golpistas'? O presidente do Senado que praticou o golpe era o Renan Calheiros (PMDB-AL). Não é possível que quem tenha essa fidelidade ao povo doure a pílula. É por que vai ser candidato? Romero Jucá (PMDB-RR) vai ser líder de novo? Meirelles, ministro da Fazenda? Comigo não, violão".
Sobre possíveis alianças para a disputa à Presidência da República, o ex-governador afirmou que "não confraterniza com golpista". Porém, disse que o momento se compara "ao treino livre de Fórmula 1. Tá todo mundo correndo sozinho na pista, conhecendo o circuito. O grid, ou seja, os tempos, só em março". Com informações do Estadão Conteúdo.
Os fatos mostram que, nos últimos governos, as alianças político-partidárias nunca foram feitas em benefício do Brasil e dos brasileiros, mas sim elas tiveram por pressuposto exclusivamente o atendimento e a satisfação dos interesses partidários e pessoais, sempre com o cristalino e decidido propósito da conquista do poder e da dominação das classes política e social, em indiscutível prejuízo da competência e da eficiência na administração pública, conforme mostram os fatos fisiológicos revestidos de incompetência e irresponsabilidades.  
É preciso sim censurar e criticar, com veemência, a atitude dos homens públicos que praticam tais atos de conveniência política, porque eles sintetizam a confirmação da realidade nua e crua, que fortalece, pleito após pleito, a nefasta cultura política tupiniquim, nesse sentido de se atingir os objetivos pessoais e partidários, com emprego de recursos públicos, em clara distorção das autênticas finalidades públicas.
Talvez a crítica feito pelo político cearense, quanto à forma decadente de se fazer política possa ser motivada em razão de ainda ele não ter encontrado alguém disposto a se comprometer com tal prática, mas, se surgir a oportunidade, certamente que ela será imediatamente aceita e formalizada, porque isso é do próprio DNA dos políticos brasileiros.
A partir do momento em que houver conscientização de que as atividades políticas têm exclusiva relação com o bem comum e o interesse público, essa forma espúria de coligação passa a perder sentido, ante a ingente necessidade da valorização das práticas políticas sadias e benéficas ao espírito da moralização, que precisam ser imbuídas dos princípios da seriedade e da legitimidade próprias delas.
Em se tratando de partido que tomou gosto pelo poder, a sede por aliança nada republicana e democrática se encaixa perfeitamente no seu perfil de defensor do fisiologismo vergonhoso e escrachado e dos conchavos próprios dos ensinamentos popularizados da sua ideologia, que tudo se fará para a retomada do poder, não importando os fins para se atingir os meios.
Compete aos brasileiros, em respeito aos princípios da ética, da moralidade, da seriedade, da dignidade e do decoro, sempre indispensáveis nas atividades públicas, não permitirem, por meio do sufrágio universal, que políticos sem escrúpulos e hipócritas, continuem formalizando espúrias alianças políticas visivelmente revestidas de interesses pessoais e partidários, em total dissonância com o interesse nacional, tendo por finalidade tão somente a reconquista do poder e a dominação das classes política e social. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 17 de novembro de 2017

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