Um venezuelano de 64 anos, aposentado, diz que a cesta
do governo chega uma vez por mês na sua casa, que contém, basicamente, arroz,
macarrão, óleo e feijão, como ajuda que garante o futuro do presidente
venezuelano no cargo, e ele ainda diz, pasmem, que "Se não fosse pelo governo, morreríamos de fome".
A ideia que o governo transmite para o povo, junto
com a entrega da cesta subsidiada, pela qual ele paga centavos, é a de que "Se a oposição tivesse poder, tiraria o pouco
que temos.", ou seja, tiragem farsesca da tirania que não passa de enganador
do povo, para se manter à frente de ditadura deprimente.
As reservas estrangeiras da Venezuela chegaram ao
menor nível, em 15 anos, depois da condução desastrada da economia, e isso
obrigou o governo a escolher entre agradar credores ou eleitores, que não
conseguem comprar carne ou leite e outros produtos básicos.
As cestas do governo se tornaram tão importantes
para a sobrevivência das pessoas que atrasos tendem a desencadear protestos
violentos, uma vez que a população não tem emprego nem outra alternativa para
comprar nada.
A obtenção de novos recursos pelo país está cada
vez mais difícil, diante da piora da reputação do governo venezuelano e das
sanções impostas pelos EUA, que proibiram americanos de receber novos títulos
como parte da reestruturação.
O governo daquele país convocou credores para a discussão
dos novos termos do pagamento da sua dívida, que já não vem sendo paga aos credotes,
como o Brasil.
A Venezuela tem como opção o adiamento do colapso
fiscal, na tentativa de se manter o controle dos ativos produtores de petróleo
e usar US$ 9,7 bilhões em reservas para importações e assegurar a entrada de
comida e itens básicos, evitando com isso o colapso total.
Um parlamentar da oposição disse que "É muito mais uma jogada política do que
financeira. Eles precisam de algum
tipo de alívio, de fluxo de caixa. Não há outra maneira de financiar as
importações.''.
A situação da Venezuela é bastante preocupante,
porque, desde que foi assumido o poder, em 1999, os líderes bolivarianos
estavam no auge junto da alta de preços do petróleo, fato que ajudava a pagar
os credores, mas não houve reformas para suportar a gigantesca queda do preço
do barril e a economia sinaliza que o governo não tem de onde cortar mais
gastos e muito menos de criar receita, que já atingiu o limite.
Segundo a consultoria Datanalisis, de Caracas, as
importações caíram de US$ 66 bilhões, no auge do preço do petróleo, em 2012,
para aproximadamente US$ 15 bilhões neste ano, o que vale dizer que houve
expressiva queda de arrecadação de mais de ¾, ou seja, algo em torno de 78%, em
cinco anos.
Estudos concluíram que os adultos da Venezuela perderam,
em média, quase 9 kg no ano passado, por causa da escassez de alimentos e o
aperto da população é visível, diante do arroxo da economia, que tem como
alternativa o racionamento de alimentos, sendo distribuído à população somente
o mínimo do essencial, como é mostrado pela imprensa.
Não obstante, os apertos e as privações são
atribuídos pelos socialistas às dificuldades causadas por ataque capitalista
armado, empresários e opositores políticos, muito menos por má gestão do
governo, que controla tudo com extremo rigor, principalmente a economia e o
povo.
Por meio dos programas de distribuição de cestas
básicas, o presidente bolivariano tenta manter sua influência sobre a população
pobre, que ainda tem sido a base de apoio aos socialistas, que insistem em não
reconhecer o fracasso da Revolução Bolivariana.
Os bens subsidiados não são colocados em supermercados
ou lojas estatais, mas sim distribuídos diretamente à população leal ao governo,
por meio de cestas, para se evitar a revenda e as filas enormes.
Uma senhora disse que se trata de chantagem do
governo: "Muita gente aqui vota só
por medo de perder a cesta.".
O
governo afirma ter desembolsado quase US$ 72 bilhões para cobrir empréstimos e
pagamentos de principal e juros de títulos desde que o presidente assumiu o
cargo, há quatro anos, mas após o pagamento final na semana passada, o
presidente sugeriu que esses recursos seriam mais úteis se direcionados a
programas sociais, ou seja, mais uma má justificativa para o calote e a má
gestão.
O que se pode esperar de
nação cujo povo vive sob a trágica esperança de receber pobre e limitada cesta
de alimentos e que o governo cada vez mais se comprime, em termos econômicos, visivelmente
incapaz de pagar seus credores, sob o risco de deixar de importar, por falta de
recursos, os produtos que integram aquela cesta ainda mantém o povo sob
cabresto?
Os fatos mostram, à toda evidência, que a Revolução
Bolivariana é o retrato fiel da decadência de uma nação, representada pela
falência das instituições, a par da incompetência e ineficiência da
administração do país, que mergulhou em queda livre no abismo, levando consigo
seu povo, que perdeu a dignidade e a esperança de vida, diante da distribuição da miséria
e da exigência do sacrifício, em nome da terrível igualdade na pobreza e na
ausência de dignidade.
Convém
se atentar que o Brasil caminhava de mãos dadas e a passos largos no mesmo
caminha da escuridão a que se encontra aquele país, cujos líderes se comungavam
na mesma cartilha ideológica, conquanto o governo tupiniquim ainda alimentava
forte política de financiamento para obras públicas naquela nação, quando elas
deveriam ser realizadas aqui, para o benefício dos brasileiros, mas,
felizmente, essa desgraça foi evitada com o afastamento de governo que apenas
enxergava seus interesses, em detrimento da verdadeira vontade dos brasileiros
de boa vontade, que anseiam tão somente pelo desenvolvimento socioeconômico do
país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de novembro de 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário