Conforme foi noticiado na imprensa, diante de
áudio versando sobre gravação bastante comprometedora, o presidente da República
disse, no mês de maio último, de forma enfática, que "Não renunciarei! Repito: não renunciarei! Sei o que fiz e sei da
correção dos meus atos".
A
aludida declaração acorreu exatamente no dia 18 de maio, porém, conforme
noticia a mídia, agora, o término antecipado de seu governo tinha sido
seriamente discutido nas tensas horas e o presidente chegou a ser gravado de
forma decisiva e comprometedora no porão do Palácio do Jaburu.
Segundo assegura o jornal a Folha de S.
Paulo, assessores do presidente brasileiro confirmaram, em absoluta reserva,
à época, que ele chegou a redigir carta de renúncia ao cargo, mas o texto
acabou nunca vindo a público. Nas hostes oficiais, o presidente nunca teria
cogitado renunciar ao cargo.
Não
obstante, a Folha teve acesso ao
áudio de sessão sigilosa da CPI da JBS que mostra que um dos principais aliados
do presidente afirma ter testemunhado, dentro do gabinete presidencial, a quase
renúncia.
O
interlocutor afirmou que "Ele quase
derrubou o presidente naquele dia 17. O complô era pro dia 18 o presidente
renunciar. Quase conseguiu fazer o presidente renunciar! (eleva a voz) E quem tá lhe falando é quem tava dentro do
gabinete!", diz o aliado do presidente, o relator da CPI, deputado
federal (PMDB-MS), que tem sido um dos mais aguerridos defensores do
peemedebista no Congresso Nacional, por integrar a tropa de choque que liderou
a rejeição das duas denúncias apresentadas pela Procuradoria Geral da República
contra o presidente.
Segundo
a reportagem do citado jornal, o "ele" a quem o defensor do
presidente se refere é um dos donos do grupo JBS, que o gravou no Palácio do
Jaburu.
O
aludido áudio se refere à sessão secreta do dia 18 de outubro, quando a
comissão ouviu o depoimento do advogado e delator da JBS.
Nessa
sessão, o deputado do PMDB sugere que o advogado aconselhe o dono da JBS, seu
chefe, a fazer nova delação, desta feita, para revelar como foi o processo de
negociação e obtenção de provas da colaboração que gerou enorme crise política,
na atual gestão.
É
evidente que a sugestão de nova delação objetiva que o dono da JBS revele os
maus-feitos do então procurador-geral da República, que teria sido mentor do
acordo de colaboração dos executivos daquele grupo empresarial.
Aliados
do presidente do país acreditam que o ex-procurador-geral planejava derrubar o
governo do peemedebista, tendo patrocinado indução e orientação, evidentemente
de forma ilegal, para a produção de provas inverossímeis.
A
reportagem da Folha esclarece que entrou
em contato com o presidente do país e ele negou que tivesse pensado em
renunciar ao cargo, tendo recebido a informação da assessoria de imprensa do
Palácio do Planalto, nestes termos: "Prezada
jornalista, não, isso nunca ocorreu".
É
evidente que o peemedebista, no momento de salvar a pátria, só teve pensamento para
sublinhar o interesse pessoal, não tendo tido a menor preocupação com as causas
nacionais, porque a sua renúncia teria sido excelente oportunidade histórica
para enterrar de vez esse eterno terror de gestão pública com viés de predominância
fisiológica, sem ética nem decoro, com forte indicativo do domínio de
organização criminosa, conforme pontuaram nesse sentido representações da lavra
do ex-procurador-geral da República, que foi enfático em apontar o dedo para as
lideranças do ex-presidente da República petista e do atual presidente do país,
como sendo os líderes das facções delituosas de seus partidos.
Enfim,
os fatos, ainda não investigados, deixam nítida impressão de que realmente houve
poderosa influência de organizações criminosas para que a nação fosse abatida, nas
suas estruturas, para que se atingissem níveis tão deploráveis e caóticos de
governabilidade e fosse mergulhada em profundas crises social, moral, política,
econômica, administrativa, entre outras que tiveram gigantescos reflexos no
crescimento socioeconômico, de modo que a limitada visão política do presidente,
diante das circunstâncias, tem contribuído para dificultar a retomada do
caminho do tão sonhado desenvolvimento do país.
À
toda evidência, o Brasil, com suas grandezas e riquezas humana e econômica,
jamais mereceria passar por momentos tão graves de degradação dos princípios
que norteiam a gestão dos recursos públicos, cujos administradores, nos últimos
tempos, têm sido objeto de acusação de verdadeiros dilapidadores dos cofres públicos,
inclusive com o indicativo dos chefes das organizações criminosas, conforme
mostram representações da iniciativa do ex-procurador-geral da República.
Compete
aos brasileiros honrados a conscientização sobre a necessidade de avaliação
mais criteriosa com relação à escolha de seus representantes políticos,
notadamente com a depuração sobre a vida pregressa daqueles que já têm rico
histórico de mentiras, hipocrisia, demagogia, fisiologismo e outras atitudes
que não condizem com o verdadeiro sentimento de interesse público e de
dignidade na vida pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 13 de novembro de 2017
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