O
presidente brasileiro afirmou, em reunião no Palácio do Planalto com líderes de
partidos governistas na Câmara dos Deputados, que continuará se empenhando pela
reforma da Previdência, mas ressalvou que a proposta pode não ser aprovada
"em todo o conjunto".
O
peemedebista espera obter "avanços",
possibilitando que o futuro governo possa promover "uma nova revisão", diante da resistência que a reforma da
Previdência vem sofrendo na Câmara, até mesmo entre parlamentares da base do
governo, que entendem que somente será possível a aprovação de texto “enxuto”.
O
presidente declarou que "Ela (a
reforma da Previdência) é a continuação
importante, fundamental, para, digamos, uma espécie de fecho das reformas que
estamos fazendo. Eu quero dizer que eu continuarei me empenhando nela. Embora
você não consiga fazer todo o conjunto do que a reforma previdenciária propõe,
mas quem sabe nós conseguimos dar o avanço, até certo ponto que permita a quem
venha depois, mais adiante, fazer mais adiante uma nova revisão da Previdência
Social".
O
líder do PMDB, na Câmara, disse que o debate sobre a reforma da Previdência
precisa ser reiniciado, porque antes das denúncias contra o presidente,
apresentadas pela Procuradoria Geral da República e rejeitadas pela Câmara, o
governo tinha votos para aprová-la, mas, "A realidade é que o quadro hoje não é esse. O governo não tem votos
para votar uma PEC, o quórum qualificado de 308 votos".
Enquanto
se discute o que fazer, o presidente do país entende que continuará insistindo
na aprovação dessa importante reforma para a nação, na forma da proposta
enviada ao Congresso, no ano passado, que já foi aprovada por comissão
especial.
O
presidente disse ainda que a reforma da Previdência não é dele, mas sim do
governo, que é “governo compartilhado”.
O
presidente foi categórico em afirmar que se a sociedade e o Congresso Nacional não
quiserem aprovar a reforma, “paciência.
Eu continuarei a trabalhar por ela (a
reforma). Eu sei da importância, como
todos sabemos, da importância da reforma previdenciária”.
Ele
disse que “Não é uma coisa de futuro, é
uma coisa para já” e que “muitos”
querem derrotar a reforma da Previdência, por suporem que a derrubando, estarão
derrotando o governo, que “Não é verdade
(derrubando a reforma), derrotam o Brasil”.
O
presidente afirmou que o governo teve "coragem"
para formatar a reforma da Previdência e que, se não fosse "aquela coisa desagradável" (as
denúncias da Procuradoria Geral da República contra ele, rejeitadas pela
Câmara), o governo já teria aprovado as mudanças, que acabaram prejudicando o
país.
Não
obstante, o líder no governo na Câmara garante que "A base está junta, a base está aliada. É importante que você tem temas
que, muitas vezes, são temas mais difíceis, que é questão que envolve
Previdência, os líderes ficaram de reunir as suas bases, discutir dentro das
bases, para a gente fazer uma reavaliação. Mas a gente tem a necessidade da
aprovação da Previdência".
É
bastante difícil para se compreender o motivo pelo qual o governo não consegue
convencer sua base para aprovar as reformas imprescindíveis ao aperfeiçoamento
das instituições e ao desenvolvimento do país.
Compete
ao governo tão somente a obrigação de indicar, de forma estritamente correta e
necessária, que determinada matéria precisa ser aprovada pelos motivos tais e
quais, mostrando ao Congresso a relevância e a imperiosidade dela para o
interesse nacional, inclusive os impactos negativos no orçamento ou no que o
valha, caso ela não seja aprovada, à vista dos reflexos inevitáveis que
surgirão, justamente em face da omissão do Legislativo.
Ou
seja, o caso é da maior singeleza, bastando que o Executivo detecte o problema,
o real gargalo que impacta diretamente a gestão pública, mostrando, de forma
técnica e detalhada seus reflexos, se for o caso, no orçamento e aonde possa
interferir e prejudicar, e comunicar o fato ou os casos ao Congresso, para o
fim da análise da sua competência, inclusive cumprir a sua obrigação de
saná-lo, independentemente de base aliada ou não, por se tratar que
normalmente, com o rombo da Previdência, que diz respeito à nação, ao Estado,
que é permanente, e não ao governo, que
é provisório.
No
Estado Democrático de Direito, compete ao Executivo, principal executor dos
orçamentos públicos, avaliar o desempenho das receitas e despesas e, conforme o
caso, propor ao Congresso os aperfeiçoamentos que forem julgados necessários, em
conformidade com fluxo de caixa do Tesouro, ficando este com a responsabilidade
de aprovar ou não as mudanças propostas pelo governo, que não pode ser
condenado se suas reivindicações não forem aprovadas.
Há de se convir que somente nas republiquetas os parlamentares se acham no direito de imaginar que prejudicar o governo, por deixar de aprovar medida por ele apresentada, não causa prejuízo ao interesse público, principalmente quando há o envolvimento de matéria que afeta diretamente o Orçamento da União, como no caso da Previdência e de outras reformas que são indispensáveis aos equilíbrios fiscal e econômico do país.
Há de se convir que somente nas republiquetas os parlamentares se acham no direito de imaginar que prejudicar o governo, por deixar de aprovar medida por ele apresentada, não causa prejuízo ao interesse público, principalmente quando há o envolvimento de matéria que afeta diretamente o Orçamento da União, como no caso da Previdência e de outras reformas que são indispensáveis aos equilíbrios fiscal e econômico do país.
Agora,
caso o Congresso ficar com essa picuinha de boicotar os projetos do governo,
por motivos de desgaste, ideologias ou outros que não venham ao caso, a culpa pela
omissão, pela rebeldia ou por qualquer outra forma de boicote, passa a ser
atribuída e transferida automaticamente para o Legislativo, que deixou de
chancelar, com os devidos e indispensáveis aperfeiçoamentos, segundo a sua
visão, as medidas extremamente necessárias ao interesse nacional, a exemplo da
reforma da Previdência que, se verdadeira a notícia do governo, apresenta rombo
que precisa ser saneado, com a maior brevidade possível, porque isso é matéria
de interesse nacional e não de governo.
Urge
que o Congresso Nacional, no âmbito da sua incumbência constitucional, tenha a
responsabilidade cívica de analisar e aprovar, com a relevância que for
imprimida, como no caso da reforma da Previdência, os projetos e as reformas
encaminhadas pelo governo, levando-se em conta tão somente a satisfação do bem
comum e do interesse público, com embargo das questões de ordem ideológica,
partidária ou quaisquer outras motivações contrárias às causas nacionais. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 8 de novembro de 2017
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