O
apresentador global, depois de algum tempo, para melhor refletir com familiares
e amigos, concluiu que declina, em definitivo, de concorrer à Presidência da
República, no próximo ano.
Em
artigo publicado no jornal Folha de
S.Paulo, o comunicador afirma que, “com
a mesma certeza de que neste momento não vou pleitear espaço nesta eleição para
a Presidência da República, quero registrar que vou continuar, modesta e
firmemente, tentando contribuir de maneira ativa para melhorar o país.”.
No
texto, o apresentador invocando a Odisseia, de Homero, declarou que “nos últimos meses estive amarrado ao mastro,
tentando escapar da sedução das sereias”.
O
global afirmou ainda que a candidatura dele não tinha apoio de familiares e
amigos e que se considera mais “útil e
potente para ajudar meu país e o nosso povo a se mover para um lugar mais digno,
ocupando outras posições no front nacional”.
Enquanto
ele estava estudando os prós e os contra à sua candidatura, vários foram os encontros
e as conversas, entre outros, com políticos, empresários, artistas,
intelectuais e magistrados, para tratar dos projetos e entendimentos
relacionados com a árdua campanha que precisaria implantar, para convencer os
eleitores de que ser presidente do país é coisa seríssima e de suntuosa
responsabilidade, diferentemente do que pensa a atual classe política, que,
naturalmente, está muito mais preocupada com a conquista do poder em si, sem o
sentir do peso sobre seus ombros da calamitosa situação por que passam os povos
pobres, praticamente desassistidos dos essenciais serviços públicos de
incumbência do Estado.
Nesse
seu périplo, o Global chegou a receber carta branca do PPS, caso quisesse se
filiar àquele partido, mas acabou desistindo após insensato ataque do maior
político da atualidade, que disse que "gostaria
de concorrer com alguém com o logotipo da Globo na testa", logo depois
que o comunicador disparou nas pesquisas sobre avaliação quanto à aceitação como
candidato à Presidência da República, superando todas às expectativas
político-eleitorais, para quem é iniciante na política.
As
palavras do petista podem ter sido a senha que o Global precisava para definir
o seu destino político, por elas acenarem que que precisaria superar algo que
muitos políticos inexperientes não conseguiram se desvencilhar das situações
embaraçosas normalmente criadas por quem emprega tática e estratégias
maquiavélicas para estorvar, embaralhar, de propósito, os caminhos daqueles que
estiverem bem cotados na corrida eleitoral, mas normalmente são sucumbidos pela
artilharia pesada dos ferinos e mortais disparos certeiros e nem sempre
inevitáveis, ante as sapiências malignas costumeiramente postas em ação nas
campanhas eleitorais, a exemplo da pequena mostra, que acertou em cheio o
objetivo dela, com a ameaça de que candidato global não terá vida de galã, não,
nas próximas eleições.
Na
verdade, o apresentador de televisão mostrou seu apurado caráter cívico, de não
se submeter ao jogo sujo que começava a ser preparado, antes mesmo da largada à
corrida presidencial, em enorme caldeirão próprio dos políticos que levam a
vida a ganhar eleição acusando e destruindo seus adversários, por meio de
dossiês extraídos do submundo da política.
Certamente
que, para esses políticos de índole perversa e maligna, a desistência do
apresentador é contabilizada como estrondosa vitória, mas, por certo, o Brasil
teve retumbante derrota, antes mesmo do começo da campanha presidencial, em
razão da sentida ausência de pessoa que demonstra ser diferente dessa velharia
política, que se aferra ao poder e faz o diabo para conquistá-lo e permanecer
nele, como razão da vida política.
O
estrondoso prejuízo se faz presente nessa notícia pela extraordinária e notória
possibilidade de o apresentador ter deixado, com sua atitude, de inserir no
cenário político sangue genuinamente imune às altíssimas contaminações e
impurezas, que tanto infectam e enxovalham as atividades políticas com alto
teor de poluição, principalmente no que se refere à banalização da corrupção e
das alianças/coalizões espúrias, normalmente formalizadas por conveniência
pessoal e partidária, conforme mostram os fatos do cotidiano, que são
transparentes e insofismáveis.
É
evidente que o apresentador de televisão seria, de logo, bombardeado e detonado
nas suas bases, justamente porque ele não aceitaria se misturar no caldeirão da
podridão que grassa na política tupiniquim, uma vez que o seu propósito seria
trabalhar para purificar, depurar, tudo aquilo que existe do mais emporcalhado
que se pode imaginar na política.
Certamente
que o global viria para dá choque de oxigenação de competência e eficiência no
sistema político-administrativo que se acha ultrapassado, arcaico, falido e
completamente prejudicial aos interesses nacionais, porquanto, na forma
vigente, ele atende perfeitamente à conveniência da atual classe dominante, que
resiste às urgentes mudanças e reformas pertinentes à modernização, ao
aperfeiçoamento e à reestruturação, como forma de se obter a retomada do tão
ansiado caminho do desenvolvimento socioeconômico do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de novembro de 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário