A Associação Nacional dos Procuradores Municipais
informou que “apenas 4 vaiaram o juiz
federal Sérgio Moro e 800 o aplaudiram de pé”, durante evento realizado em
Curitiba, no Teatro Ópera de Arame.
A entidade revelou preocupação com as informações
de que a palestra de Moro foi cercada por hostilidades e protestos.
Um procurador do município em Curitiba e
coordenador-geral do congresso promovido na capital paranaense, base e origem
da Operação Lava-Jato, declarou que “Moro
foi aplaudidíssimo”.
Ele ressaltou que os quatro manifestantes são
procuradores municipais em Fortaleza e que “O
site O Antagonista mostrou que um deles, o Guilherme (Rodrigues), participou da
manifestação pró-Lula (em março, quando o ex-presidente foi interrogado por
Moro) aqui em Curitiba”.
O coordenador-geral do congresso disse que “esse grupo já vinha preparando” o
protesto. “São quatro procuradores
ligados ao PT e ao PCdoB. Eles acham que Moro acabou com o plano do Lula.
Queriam tirar Moro do XIV Congresso da Associação Nacional dos Procuradores
Municipais. Quatro vaiaram, a grande
maioria levantou-se e aplaudiu de pé o juiz, que fez uma palestra (sobre
corrupção) magnífica. O evento é um sucesso, não houve protestos, nem bem
chegou a ter vaias, apenas desses quatro, que gritaram ‘vergonha’. Entre eles
estava o Guilherme, que coordenou a manifestação pró-Lula, como mostrou o site
O Antagonista. Mas foi só isso.”.
O coordenador do evento dos procuradores destacou
que um ex-prefeito de Curitiba, um dos palestrantes do congresso, “enalteceu todo o trabalho do juiz Sérgio
Moro”.
O coordenador-geral do congresso disse que, desde o
momento em que o magistrado confirmou sua presença no evento, “quatro pessoas, com nome e sobrenome,
anunciavam que queriam fazer a manifestação”, cujo fato foi comentado com ele
sobre a presença dos manifestantes e que poderia haver algum tipo de
manifestação, mas o juiz disse que, “Desde
que não atrapalhe a minha palestra não vejo problema, não me oponho”.
Não é muito comum que procuradores, que, em
essência, têm o dever de defender o interesse público, se oponham, de forma
explícita, ao trabalho de magistrado que objetiva, com sacrifício pessoal e o
mais puro espírito público, a moralização da administração pública e o combate
à corrupção e à impunidade
Esse lastimável episódio dá percepção cristalina sobre
o nível desses profissionais que confundem o privado com o público e que eles
não passam de antiprocuradores e não têm o mínimo direito de ser considerados
servidores públicos, eis que suas atitudes em defesa da devassidão criminosa,
por onde foram desviados recursos públicos, representam exatamente a antítese de
profissionais pagos pelos contribuintes para trabalhar exclusivamente em
benefício do bem comum e do interesse da sociedade e em defesa da dignidade da
administração pública.
Não
que o juiz da Lava-Jato possa ser vangloriado como o suprassumo do Poder
Judiciário, em razão do seu reconhecido trabalho em prol do interesse público,
porque ele apenas cumpre o seu dever como servidor público, como magistrado, pago
para isso, mas termina sendo assim considerado graças à existência de Justiça
que, por muito tempo, sempre ostentou o símbolo de anacronismo, emperramento e
impunidade.
Eis
que, de repente, surgiu aquele magistrado destemido, corajoso, gigante, dinâmico,
capaz, inteligente, trabalhador, esforçado, que lidera, com brilhantismo,
força-tarefa intrépida, com capacidade transformadora dos velhos hábitos da
Justiça, passando a imprimir, em nome da lei, dinâmica jamais vista na
histórica do Poder Judiciário brasileiro, sendo considerado servidor público
que cumpre com notório saber a sua espinhosa missão de defender o patrimônio
dos brasileiros, por meio do implacável combate à corrupção e à impunidade, de
forma imparcial e justa, conforme mostram suas sentenças que são confirmadas à
quase unanimidade pelo tribuna revisor, a segunda instância.
O
resultado de seu trabalho é apenas espantoso e significa gigantesco avanço, em
termos de resultados consistentes e positivos, tendo desvendado teia de
organização criminosa incrustada em partidos políticos e em empreiteiras, com a
finalidade de desviar recursos da Petrobras, conforme mostram as investigações
que dão conta de mais de centena de condenações de corruptos e da recuperação
de milhões de reais para os cofres da estatal.
A
atitude de inconformismo e de insatisfação demonstrada por alguns péssimos procuradores,
apenas por incontestável motivação político-partidária, simboliza o sentimento
de antibrasileiros contrários às medidas eficazes de moralização tão importantes
e necessárias aos interesses nacionais, que, ao contrário, precisam do apoio e
do incentivo dos brasileiros honrados, que acreditam no trabalho sério e
construtivo de profissionais verdadeiramente dignos de integrar as respeitáveis
carreiras de servidores públicos.
É
extremamente lamentável que quatro procuradores sejam contrários ao fantástico
trabalho aplaudido, de pé, por outros oitocentos procuradores presentes ao
congresso em referência, além da convergência de expressiva parcela de
brasileiros nessa forma de estímulo ao trabalho completo de méritos, o que dá a
verdadeira dimensão da mediocridade, bestialidade e imbecilidade daqueles verdadeiros
antipatriotas que defendem, com unhas e dentes, a continuidade da corrupção e
da impunidade na administração pública, evidentemente em benefício de políticos
que traíram a confiança da população, ao integrarem e até liderarem organização
criminosa com essa torpe finalidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de novembro de 2017
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