Diante
do impedimento, por decisão judicial, de o principal político petista participar de debate entre candidatos presidenciáveis,
com transmissão pela TV Band, que se encontra preso em Curitiba (PR), pela
prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, muitos eleitores
de bom senso, como não poderiam ser diferentes, discordam da forma inusitada
como são tratadas as atividades políticas
visando à obtenção de objetivos por meios escusos, como a forçação de
candidatura absolutamente impossível, em afronta às regras essenciais, considerado
que o político se enquadra como fora da lei e não pode sequer se candidatar, por
ser considerado “ficha-suja”, estando alijado de qualquer pretensão eleitoral.
À
toda evidência, trata-se de indiscutível e inominável esperteza política, por
se chegar ao ponto de ignorar os termos da legislação de regência, a exemplo da
Lei da Ficha Limpa, com o exclusivo propósito de se encontrar brechas jurídicas,
para o aproveitamento de condições não permitidas ao político, que precisa se conformar
com a sua situação de condenado da Justiça, sem qualquer direito ao usufruto da
legislação eleitoral de participar livremente das atividades políticas.
Não
há a menor dúvida de que as manobras protagonizadas pelo político, na tentativa
de se beneficiar de situação que não condiz com a realidade dos fatos, tem o
condão de conseguir mostrar, por todos os meios, que a Justiça é que está errada
e não ele, de não permitir que o fora da lei usufrua de direito que não faz
jus, porque, à toda evidência, o político é indiscutivelmente inelegível e quem
está nesta situação não pode participar de campanha eleitoral, por minimamente
que seja, ante a necessidade da imperiosa observância da legislação de regência.
A propósito, o prezado amigo João Tebaldi Neto
se animou em comentar a última crônica que escrevi, versando sobre o tema em
voga, tendo dito o seguinte: “Esse é o
PT, desde sempre, cheio de artimanhas, mesmo estando preso, por condenação
legal, quer tirar proveito da situação, num ato de desespero, se vitimando,
para logo em seguida confirmar Fernando Haddad como o verdadeiro candidato,
gerando expectativa e proveito, de um povo cego pela ignorância, e tentar num
último ato, a sua eleição. É muito malabarismo de uma esperteza vergonhosa,
para atingir seus objetivos espúrios. De burro essa gente não tem é nada. Parabéns
amigo Adalmir, pelos excelentes esclarecimentos, expondo o mal caratismo desses
espertalhões. Estamos de olho em vocês.”.
Essa
é lamentável e trágica realidade, a mostrar que o Brasil ainda seja o terreno
fértil para a disseminação de aproveitadores e os brasileiros preferem ser
enganados e manipulados, sem o menor interesse de reação, em benefício da
verdade própria do ser pensante.
Não
se ver ninguém falar e defender, na forma clara e objetiva, a necessidade da
reversão desse quadro caótico, mostrando a real versão das maldades
maquiavélicas, por meio das quais os lobos tentam se passar por vítimas e
injustiçados, imaginando que muitos brasileiros são realmente desmiolados e
terminam encontrando ressonância para seus atos, absolutamente interesseiros e
prejudiciais ao interesse público.
Pobre
Brasil, que em tudo demonstra precariedade e atraso, bem distanciado da
modernidade, porque nada funciona com presteza e dinamicidade.
Percebe-se
com a maior angústia a monstruosidade da demora e a elasticidade do tempo para
a conclusão das investigações e dos julgamentos referentes à indústria da
roubalheira que foi grosseiramente montada na Petrobras, em que os processos se
arrastam, demoram em dinâmica a tristonhos e inadmissíveis passos das mais
vetustas e seculares tartarugas, dando a ideia de que nunca vai haver
conclusão, quando os criminosos agiam em uma velocidade espantosa e
supersônica, a ponto de porem rapidinho na lona a saudável estrutura financeira
da Petrobras.
Nos
países sérios, civilizados e evoluídos, em termos jurídicos e administrativos,
os casos na Justiça, por mais escabrosos possíveis e imagináveis, levam poucos
dias, não mais de mês, para o veredicto e o acusado, se condenado, vai logo e direto
tomar sol quadrado, podendo recorrer normalmente da sentença condenatória, mas
já estando preso.
Ouve-se
falar de processo que investiga caso de propina com relação a um sítio e muitos
outros, com o envolvimento da mesma pessoa, mas a sua conclusão já se arrasta
há mais de ano e só Deus sabe quando será o seu desfecho, justamente porque são
tantos recursos, diligências e outras manobras jurídicas, com objetivos meramente
protelatórios e nada de conclusão objetiva sobre os fatos.
Conviria
que, caso especial como o trabalho desenvolvido pela Operação Lava-Jato,
deveria funcionar em forma de extraordinário e especial mutirão, em que se
reuniriam os melhores especialistas da Polícia Federal, do Ministério Público e
da Justiça, que seriam convocados para resolver, em “toque-de-caixa”, as
investigações e os julgamentos pertinentes aos casos enfocados, em conjunto e
com a dinâmica adequada à situação especial, de modo que os fatos pudessem ser
resolvidos com a maior rapidez possível, em exclusivo benefício do interesse
público.
De
outra feita, a experiência da Operação Lava-Jato poderia servir de laboratório
para o aperfeiçoamento e a modernização da legislação penal, de modo que fosse
possível a conclusão dos trabalhos pertinentes em tempo recorde, com vistas a
se atribuírem responsabilidades aos criminosos e puni-los com penas duras e
exemplares, inclusive obrigando-os ao ressarcimento dos prejuízos causados ao
erário, de modo que isso servisse de verdadeira lição para os aproveitadores
dos cofres públicos.
É
pena que os homens públicos brasileiros estejam tão somente preocupados em
resolver casos estritamente paroquianos, de interesse pessoal ou partidário, em
visível detrimento das questões essenciais e prioritárias do Brasil,
considerando que é ingente a tarefa que se apresenta para o questionamento e a
solução da infinidade das precariedades de um Brasil com estruturas
absolutamente obsoletas, arcaicas e completamente despreparadas, em termos de
competência, para a revolução que se exigem as enormes mudanças necessárias e
urgentes, a se possibilitar que ele possa ser viável e passe a funcionar com a
dinâmica administrativa já alcançada pelo mundo civilizado, onde o seu povo, já
a algum tempo, usufrui normalmente os eflúvios benfazejos da modernidade e dos
instrumentos avançados da ciência e da tecnologia, em seu benefício. Acorda,
Brasil!
Brasília,
em 11 de agosto de 2018
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