Após sabatina com o deputado federal presidenciável
pelo PSL, a Rede Globo decidiu se pronunciar sobre a sua participação no golpe
militar de 1964, mencionada pelo candidato ao Palácio do Planalto, cuja mensagem
foi transmitida por uma jornalista econômica da empresa, reproduzindo ao vivo o
pensamento atual da emissora.
Na entrevista, o deputado carioca mencionou que aquela
emissora teria se manifestado, à época do golpe militar, em pleno apoio à
atitude dos militares, conforme os editoriais publicados pelo jornal O Globo.
Eis aí a motivação da aludida mensagem, que foi redigida nos seguintes termos, verbis: “Em relação às declarações do candidato Jair
Bolsonaro sobre O Globo em 1964, o Grupo Globo emitiu a seguinte nota: ‘o
candidato Jair Bolsonaro disse há pouco que Roberto Marinho, em editorial de
1984, afirmou que participava do que chamava de revolução de 64, identificado
com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas. É fato,
como todos os grandes jornais à época, com exceção do Última Hora. O Globo
apoiou editorialmente o golpe com o objetivo reiterado de Roberto Marinho, 20
anos depois. O candidato Bolsonaro esqueceu-se, porém, de dizer que em 30 de
agosto de 2013 O Globo publicou um editorial em que reconheceu que o apoio ao
golpe de 64 foi um erro. Nele, o jornal disse não ter dúvidas de que o apoio
pareceu, aos que dirigiam o jornal na época e viveram aquele momento, a atitude
certa visando ao bem do país. E finaliza com essas palavras o editorial: ‘à luz
da história, contudo, não há porque não reconhecer hoje, explicitamente, que o
apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais no
período, que decorreram desse desacerto original. A democracia é um valor
absoluto e corre risco e ela só pode ser salva por si mesma’’.
Os
fatos são mais do que claros, pouco importando se a Globo entende agora que
"à luz da história, contudo, não há
porque não reconhecer hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro,...",
posto que a revolução aconteceu em 1964 e naquele momento a emissora se posicionou,
de forma voluntária, lucida e decisiva,
favoravelmente ao regime implantado pelos militares, por ter entendido que se
tratava do resultado das livres manifestação e vontade populares daquele
momento, o que também não seria a mesma vontade popular da atualidade,
evidentemente nas circunstâncias políticas vivenciadas pela nação e isso é fato
histórico.
O
que importa mesmo é que a Globo, com erro ou sem ele, aderiu e apoiou o
movimento militar da época e nada vai alterar isso, salvo arrependimento da
atualidade, que não muda absolutamente nada com relação ao posicionamento da
época, frise-se, em 1964, porque isso é história, que não será alterada
simplesmente pelo fato de novas gerações entenderem que houve erro ao tê-lo
apoiado, por força das circunstâncias, do mesmo modo como não passa de mera infantilidade
se avaliar agora o movimento militar de então e qualquer pessoa vai concluir, à
luz dos fatos circunstanciais, que ele seria necessário e inevitável, diante da
iminência de o Brasil ser transformado em nação comunista e ainda, pasmem,
passar para o comando dos trogloditas revolucionários ditadores cubanos.
O
certo é que o novo posicionamento da Globo diz respeito à mentalidade da sua
atual direção, o que não altera absolutamente em nada o seu apoio dado pelos
dirigentes da época ao movimento militar, porque o foi em absoluta sintonia com
a manifestação expressa do povo e o que importa mesmo são os fatos históricos,
porque eles são valiosos para a humanidade, por serem e precisam ser imutáveis,
se não deixariam de ser históricos.
Não
há a menor dúvida de que a mudança de mentalidade da atual direção da Rede
Globo apenas reflete, de forma clara e insistente, que ela, possivelmente sem
conhecimentos de causa, dos verdadeiros sentimentos da época, considera erro o
apoio dado aos militares, o que não tem nada a ver com a posição da diretoria
de então, que vivenciou os fatos históricos.
A
posição da atual diretoria da Rede Globo significa apenas sentimento
vergonhoso, pela transparência natural de que os globais da atualidade não
respeitam e não honram a dignidade daqueles do passado, que certamente agiram estritamente
em harmonia com os fatos do momento e precisaram externar o seu amor ao Brasil,
não importando as avaliações daqueles que têm manifestamente ideologias
contrarias às deles no momento e isso fica muito evidente na mensagem que não
tem o menor valor para mudar a real história das comunicações brasileiras. Acorda,
Brasil!
Brasília,
em 5 de agosto de 2018
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