O Jornal Nacional, da TV Globo, recebeu o candidato
à Presidência da República pelo PSL, para entrevista acerca de seu plano de
governo.
O apresentador do noticiário questionou ao
candidato, que já teria afirmado publicamente não entender de economia, sobre
qual seria o plano dele caso o economista já escolhido para o Ministério da
Fazenda, decidisse deixar o governo.
O candidato respondeu comparando sua relação com o
provável ministro a um casamento, e disse que acredita na fidelidade do homem
que ele deseja colocar na Fazenda, tendo dito, verbis: "Bonner, é quase
como um casamento. Eu estou namorando o Paulo Guedes há algum tempo e ele a mim
também. Nós, Bonner, somos separados. Até o momento da nossa separação, nós não
pensamos numa mulher reserva para isso. Se isso acontecer, por
vontade dele ou minha, paciência. O que eu tenho do Paulo Guedes neste
momento é fidelidade".
O candidato acrescentou, dizendo: "Bonner, quando nós nos casamos, eu com a
minha esposa e você com a sua, nós juramos fidelidade eterna. E aconteceu um
problema no meio do caminho que não cabe a ninguém discutir esse assunto.
Duvido que esse divórcio com o Paulo Guedes venha a acontecer".
É evidente que o apresentar jamais imaginaria que o
candidato fosse surpreendê-lo com tão simples e certeira resposta, porque ele
talvez não imaginasse que o candidato fosse dizer que seria o fim de linha, ou
seja, o governo dele teria chegado ao término, já que um dos principais integrantes
da equipe decidiu tomar rumo diferente, deixando-o sem alternativa na área econômica.
Ao
que tudo indica, o apresentador da Globo pretendia, logo no início do debate,
pôr o presidenciável à lona, imaginando que ele fosse confessar que o seu
governo chegaria ao fim caso o economista pulasse fora do barco, deixando o
presidente em dificuldades, já que ele teria confessado que não entende de
economia, mas terminou recebendo resposta à altura, na forma da figura do
casamento construída no momento, o qual, em princípio, é para durar a vida toda,
porém o entrevistador e o entrevistado se encontram solteiros, depois de,
casados, se separaram e a vida continua para eles.
O
mesmo deve acontecer caso o candidato seja eleito e nomeie para o cargo de
ministro da Fazenda a pessoa referida no programa, que, em caso de
incompatibilidade no trabalho, é natural que ele peça exoneração do cargo e sege
normalmente substituído por outra pessoa, certamente competente, porque o
governo com seriedade e, sobretudo, responsabilidade cívica tem como princípio
a nomeação de pessoas preparadas e desvinculadas das alianças espúrias que
consistem basicamente no loteamento de ministérios e empresas públicas, sem o
mínimo compromisso com a seriedade, a responsabilidade e a eficiência quanto à
execução das políticas públicas, como vem acontecendo nos últimos governos.
Nessa
forma completamente irresponsável de administrar o país, fica patente a falta
de comando e controle do presidente da República sobre as políticas nacionais
da incumbência do Estado, cujos
resultados dos indicadores economicossociais demonstram disparidade e desintegração
da necessária unicidade da administração do país, porque foi visto que cada
partido donatário de ministérios e estatais implementavam e executam as
próprias políticas, em que cada qual estava e está preocupado e interessado com
a satisfação de seus projetos voltados para benefício pessoal e do partido, em
termos da realização de ações nas suas localidades de influência eleitoral.
Ou
seja, os partidos aproveitadores do poder e das verbas públicas procuravam e
procuram implementar as políticas dos ministérios comandados por eles somente
nas regiões onde têm a preferência de votação por seus integrantes, como que
privilegiando seus currais eleitorais, em completo prejuízo das demais
localidades do país, tendo ainda como resultado a péssima prestação dos
serviços públicos da incumbência do Estado, em nível nacional.
O
presidenciável só faltou dizer que o substituiria por pessoa com qualificação e
competência à altura de seu governo, que será integrado, diferentemente dos
últimos governos, por pessoas altamente qualificadas e especializadas nas
respectivas áreas de atuação, tendo por compromisso a execução das melhores
políticas públicas visando exclusivamente à satisfação dos interesses públicos,
na conformidade do seu plano de governo, que não terá oportunidade para os
costumeiros aproveitadores dos recursos públicos e muito menos os profissionais
da classe política calejada de se beneficiar do escrachado e recriminável fisiologismo,
tão prejudicial à moralização e à dignificação da administração do país. Acorda,
Brasil!
Brasília,
em 29 de agosto de 2018
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