quarta-feira, 29 de agosto de 2018

A execução das melhores políticas


O Jornal Nacional, da TV Globo, recebeu o candidato à Presidência da República pelo PSL, para entrevista acerca de seu plano de governo.
O apresentador do noticiário questionou ao candidato, que já teria afirmado publicamente não entender de economia, sobre qual seria o plano dele caso o economista já escolhido para o Ministério da Fazenda, decidisse deixar o governo.
O candidato respondeu comparando sua relação com o provável ministro a um casamento, e disse que acredita na fidelidade do homem que ele deseja colocar na Fazenda, tendo dito, verbis: "Bonner, é quase como um casamento. Eu estou namorando o Paulo Guedes há algum tempo e ele a mim também. Nós, Bonner, somos separados. Até o momento da nossa separação, nós não pensamos numa mulher reserva para isso. Se isso acontecer, por vontade dele ou minha, paciência. O que eu tenho do Paulo Guedes neste momento é fidelidade".
O candidato acrescentou, dizendo: "Bonner, quando nós nos casamos, eu com a minha esposa e você com a sua, nós juramos fidelidade eterna. E aconteceu um problema no meio do caminho que não cabe a ninguém discutir esse assunto. Duvido que esse divórcio com o Paulo Guedes venha a acontecer".
É evidente que o apresentar jamais imaginaria que o candidato fosse surpreendê-lo com tão simples e certeira resposta, porque ele talvez não imaginasse que o candidato fosse dizer que seria o fim de linha, ou seja, o governo dele teria chegado ao término, já que um dos principais integrantes da equipe decidiu tomar rumo diferente, deixando-o sem alternativa na área econômica.
Ao que tudo indica, o apresentador da Globo pretendia, logo no início do debate, pôr o presidenciável à lona, imaginando que ele fosse confessar que o seu governo chegaria ao fim caso o economista pulasse fora do barco, deixando o presidente em dificuldades, já que ele teria confessado que não entende de economia, mas terminou recebendo resposta à altura, na forma da figura do casamento construída no momento, o qual, em princípio, é para durar a vida toda, porém o entrevistador e o entrevistado se encontram solteiros, depois de, casados, se separaram e a vida continua para eles.
O mesmo deve acontecer caso o candidato seja eleito e nomeie para o cargo de ministro da Fazenda a pessoa referida no programa, que, em caso de incompatibilidade no trabalho, é natural que ele peça exoneração do cargo e sege normalmente substituído por outra pessoa, certamente competente, porque o governo com seriedade e, sobretudo, responsabilidade cívica tem como princípio a nomeação de pessoas preparadas e desvinculadas das alianças espúrias que consistem basicamente no loteamento de ministérios e empresas públicas, sem o mínimo compromisso com a seriedade, a responsabilidade e a eficiência quanto à execução das políticas públicas, como vem acontecendo nos últimos governos.
Nessa forma completamente irresponsável de administrar o país, fica patente a falta de comando e controle do presidente da República sobre as políticas nacionais da incumbência do Estado,  cujos resultados dos indicadores economicossociais demonstram disparidade e desintegração da necessária unicidade da administração do país, porque foi visto que cada partido donatário de ministérios e estatais implementavam e executam as próprias políticas, em que cada qual estava e está preocupado e interessado com a satisfação de seus projetos voltados para benefício pessoal e do partido, em termos da realização de ações nas suas localidades de influência eleitoral.
Ou seja, os partidos aproveitadores do poder e das verbas públicas procuravam e procuram implementar as políticas dos ministérios comandados por eles somente nas regiões onde têm a preferência de votação por seus integrantes, como que privilegiando seus currais eleitorais, em completo prejuízo das demais localidades do país, tendo ainda como resultado a péssima prestação dos serviços públicos da incumbência do Estado, em nível nacional.
O presidenciável só faltou dizer que o substituiria por pessoa com qualificação e competência à altura de seu governo, que será integrado, diferentemente dos últimos governos, por pessoas altamente qualificadas e especializadas nas respectivas áreas de atuação, tendo por compromisso a execução das melhores políticas públicas visando exclusivamente à satisfação dos interesses públicos, na conformidade do seu plano de governo, que não terá oportunidade para os costumeiros aproveitadores dos recursos públicos e muito menos os profissionais da classe política calejada de se beneficiar do escrachado e recriminável fisiologismo, tão prejudicial à moralização e à dignificação da administração do país. Acorda, Brasil!
Brasília, em 29 de agosto de 2018

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