domingo, 26 de agosto de 2018

A tristeza da fanatização política


A propósito de crônica que escrevi versando sobre a imperiosa necessidade do despertar da consciência dos brasileiros sobre as questões de moralização que tanto tem sido relegada a planos secundários, algumas pessoas apoiaram o texto, com explícita sinalização de que urge realmente a conveniência sobre a perseguição às mudanças de hábitos políticos da população, no sentido de que a depravação moral já encostou no fundo do poço e a solução passa, necessariamente, pela revolução contra esse brutal processo de banalização da corrupção e da impunidade, que ainda tem o injustificável e o inexplicável beneplácito de parcela expressiva de antipatriotas brasileiros, que não fazem a menor ideia de que isso só contribui para o retrocesso do aperfeiçoamento democrático.
Essa revolução precisa começar já a partir das próximas eleições, em que a população possa demonstrar a pujança do seu voto, que tem o poder de eleger candidatos e de mandar para a rua os maus políticos, ou seja, de eliminá-los da vida pública, principalmente aqueles que não fizeram questão de honrar a delegação emanada do povo, para ser representado com a devida e necessária dignidade cívica.
O certo é que o encontro com as urnas é o momento exato em que os verdadeiros brasileiros precisam honrar o seu nome e a sua dignidade, não votando por recompensa, gratidão ou cousa que o valha, mas sim com puro sentimento de responsabilidade patriótica e cívica de escolher cidadãos que tenham nos seus currículos o indelével sinete da honradez e da dignidade na vida pública, com a devida menção de nunca terem se envolvidos com casos de irregularidades com recursos públicos e muito menos terem tido implicação com a Justiça, exatamente porque os verdadeiros e honrados homens públicos não precisam se valer dessas péssimas companhias, para integrarem à classe política.
          Nessa linha de apoio ao meu trabalho literário, o prezado senhor Xavier Fernandes, demonstrando concordância com os termos da aludida crônica, pontificou mensagem vazada nos seguintes termos: “Texto primoroso. Que esclarece com segurança e lucidez a real situação da política brasileira, mas que muitos insistem em não a compreender e fazem vistas grossas para ver com nitidez tudo isso que o nobre escriba detalhou com competência, sem radicalismo, nem paixonite doentia. Usou a luz da lei constitucional, que vai diretamente ao X de todo esse imbróglio, que com artifício das apelações e recorrências tentam confundir perigosamente aos menos esclarecidos. Estou preocupado com o deslumbre dessa confusão. Temo pelo desmantelamento das nossas instituições e uma desorganização social e perdermos tudo que foi conquistado com tantos sacrifícios. Estou torcendo pelo o que é direito de fato e correto. Que a Justiça, que é responsável por tudo que possa acontecer, arbitre pela seriedade, resolvendo de uma vez por todas que o crime e a corrupção não sejam premiados. O Brasil seja respeitado através da decisão firme e séria da sua mais alta corte.”.
          Como não podia ser diferente, logo em seguida procurei responder a excelente e maravilhosa manifestação da lavra do Senhor Xavier Fernandes, dizendo que ele tinha conseguido traduzir a minha crônica com maestria invulgar, evidentemente, sem desmerecer os demais comentários, que têm sido primorosos, conquanto ele foi feliz em apontar o dedo professoral exatamente para o cerne da questão, mostrando preocupação quanto aos acontecimentos que estão em evidência, em razão da falta de organização e desestruturação cujos resultados não sabemos quais sejam os caminhos para onde vão levar o povo e o Brasil.
A verdade é que cada vez mais se vislumbram o embrenhar de turbilhão e emaranhado de situações engendradas pela classe política, como dito acima, em perigosas e indecifráveis manobras a dificultarem o futuro do Brasil, quando nada disso poderia estar existindo se houvesse classe política madura e consciente sobre as verdadeiras finalidades das atividades políticas da sua incumbência, com base na consciência de fundo constitucional,  como sendo tão somente verdadeiros representantes do povo, sem embargo dos normais e recrimináveis aproveitamentos da influência do poder para se beneficiarem dos cargos que exercem exclusivamente em nome do povo.
Por ter total pertinência com o que foi explanado na supramencionado mensagem, convém que seja entendido que a preocupação ali esposada encontra ressonância no fato de que a agressividade exposta pela esquerda tupiniquim, em defesa de suas ideologias sempre contestadas pelo que vem acontecendo nos países de regime socialista, a exemplo da Venezuela, não encontra eco, à mesma altura, por parte das alas contrárias.
Essa fora de tratamento dá a exata dimensão de que os diferentes da esquerda não têm nada com o que ela está disseminando ideologicamente, empurrando de goela abaixo na mente dos bestas ingênuos dos brasileiros, que são facilmente manipuláveis e convencidos por meio de programas assistencialistas, com a pseudo afirmação de que somente governo de cunho socialista tem condição de fazer distribuição de renda, quando se sabe que isso é dever do Estado, de assistir famílias carentes.
 É preciso que seja revelado, a bem da verdade, que a forma de assistencialismo, que é fonte de fanatismo político, conforme mostram os fatos, vem aumentando de forma assustadora, nos últimos tempos, diante da falta de programas governamentais que possam incentivar polos de desenvolvimento econômico e de emprego e isso somente contribui para incrementar os bolsões de miséria e pobreza, denotando que o povo não precisa, para viver melhor, de distribuição de renda na forma como vem sendo efetivada, fato que sinaliza para a urgente necessidade do repensar sobre outras alternativas que possam realmente diminuir as dependências populacionais às migalhas do Estado.
Urge que os presidenciáveis tenham capacidade administrativa para perceberem as reais dificuldades, quanto à efetividade, na execução da política governamental de distribuição de renda, no modelo de precariedade e ineficiência da atualidade, que não resolve a questão da pobreza e da miséria, mas só a amplia e elastece, além de ainda contribuir para confundir ideologicamente a classe social menos informada sobre a sua real finalidade em benefício do povo, levando inclusive à fanatização, em razão da vinculação dele com pessoa ou partido, sendo preciso a instituição de novo formato que possibilite forma de trabalho e emprego em regiões carentes de desenvolvimento econômico. Acorda, Brasil!
Brasília, em 26 de agosto de 2018

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