A propósito de crônica que escrevi versando
sobre a imperiosa necessidade do despertar da consciência dos brasileiros sobre
as questões de moralização que tanto tem sido relegada a planos secundários,
algumas pessoas apoiaram o texto, com explícita sinalização de que urge
realmente a conveniência sobre a perseguição às mudanças de hábitos políticos
da população, no sentido de que a depravação moral já encostou no fundo do poço
e a solução passa, necessariamente, pela revolução contra esse brutal processo
de banalização da corrupção e da impunidade, que ainda tem o injustificável e o
inexplicável beneplácito de parcela expressiva de antipatriotas brasileiros,
que não fazem a menor ideia de que isso só contribui para o retrocesso do aperfeiçoamento
democrático.
Essa revolução precisa começar já a partir das
próximas eleições, em que a população possa demonstrar a pujança do seu voto,
que tem o poder de eleger candidatos e de mandar para a rua os maus políticos,
ou seja, de eliminá-los da vida pública, principalmente aqueles que não fizeram
questão de honrar a delegação emanada do povo, para ser representado com a devida
e necessária dignidade cívica.
O certo é que o encontro com as urnas é o
momento exato em que os verdadeiros brasileiros precisam honrar o seu nome e a
sua dignidade, não votando por recompensa, gratidão ou cousa que o valha, mas
sim com puro sentimento de responsabilidade patriótica e cívica de escolher
cidadãos que tenham nos seus currículos o indelével sinete da honradez e da
dignidade na vida pública, com a devida menção de nunca terem se envolvidos com
casos de irregularidades com recursos públicos e muito menos terem tido
implicação com a Justiça, exatamente porque os verdadeiros e honrados homens
públicos não precisam se valer dessas péssimas companhias, para integrarem à
classe política.
Nessa
linha de apoio ao meu trabalho literário, o prezado senhor Xavier Fernandes,
demonstrando concordância com os termos da aludida crônica, pontificou mensagem
vazada nos seguintes termos: “Texto
primoroso. Que esclarece com segurança e lucidez a real situação da política
brasileira, mas que muitos insistem em não a compreender e fazem vistas grossas
para ver com nitidez tudo isso que o nobre escriba detalhou com competência,
sem radicalismo, nem paixonite doentia. Usou a luz da lei constitucional, que
vai diretamente ao X de todo esse imbróglio, que com artifício das apelações e
recorrências tentam confundir perigosamente aos menos esclarecidos. Estou
preocupado com o deslumbre dessa confusão. Temo pelo desmantelamento das nossas
instituições e uma desorganização social e perdermos tudo que foi conquistado
com tantos sacrifícios. Estou torcendo pelo o que é direito de fato e correto. Que
a Justiça, que é responsável por tudo que possa acontecer, arbitre pela
seriedade, resolvendo de uma vez por todas que o crime e a corrupção não sejam
premiados. O Brasil seja respeitado através da decisão firme e séria da sua
mais alta corte.”.
Como
não podia ser diferente, logo em seguida procurei responder a excelente e
maravilhosa manifestação da lavra do Senhor Xavier Fernandes, dizendo que ele
tinha conseguido traduzir a minha crônica com maestria invulgar, evidentemente,
sem desmerecer os demais comentários, que têm sido primorosos, conquanto ele
foi feliz em apontar o dedo professoral exatamente para o cerne da questão,
mostrando preocupação quanto aos acontecimentos que estão em evidência, em
razão da falta de organização e desestruturação cujos resultados não sabemos
quais sejam os caminhos para onde vão levar o povo e o Brasil.
A
verdade é que cada vez mais se vislumbram o embrenhar de turbilhão e emaranhado
de situações engendradas pela classe política, como dito acima, em perigosas e
indecifráveis manobras a dificultarem o futuro do Brasil, quando nada disso
poderia estar existindo se houvesse classe política madura e consciente sobre
as verdadeiras finalidades das atividades políticas da sua incumbência, com
base na consciência de fundo constitucional, como sendo tão somente verdadeiros
representantes do povo, sem embargo dos normais e recrimináveis aproveitamentos
da influência do poder para se beneficiarem dos cargos que exercem
exclusivamente em nome do povo.
Por
ter total pertinência com o que foi explanado na supramencionado mensagem, convém
que seja entendido que a preocupação ali esposada encontra ressonância no fato
de que a agressividade exposta pela esquerda tupiniquim, em defesa de suas
ideologias sempre contestadas pelo que vem acontecendo nos países de regime
socialista, a exemplo da Venezuela, não encontra eco, à mesma altura, por parte
das alas contrárias.
Essa
fora de tratamento dá a exata dimensão de que os diferentes da esquerda não têm
nada com o que ela está disseminando ideologicamente, empurrando de goela
abaixo na mente dos bestas ingênuos dos brasileiros, que são facilmente manipuláveis
e convencidos por meio de programas assistencialistas, com a pseudo afirmação
de que somente governo de cunho socialista tem condição de fazer distribuição
de renda, quando se sabe que isso é dever do Estado, de assistir famílias
carentes.
É preciso que seja revelado, a bem da verdade,
que a forma de assistencialismo, que é fonte de fanatismo político, conforme
mostram os fatos, vem aumentando de forma assustadora, nos últimos tempos,
diante da falta de programas governamentais que possam incentivar polos de
desenvolvimento econômico e de emprego e isso somente contribui para
incrementar os bolsões de miséria e pobreza, denotando que o povo não precisa,
para viver melhor, de distribuição de renda na forma como vem sendo efetivada,
fato que sinaliza para a urgente necessidade do repensar sobre outras
alternativas que possam realmente diminuir as dependências populacionais às
migalhas do Estado.
Urge
que os presidenciáveis tenham capacidade administrativa para perceberem as
reais dificuldades, quanto à efetividade, na execução da política governamental
de distribuição de renda, no modelo de precariedade e ineficiência da
atualidade, que não resolve a questão da pobreza e da miséria, mas só a amplia
e elastece, além de ainda contribuir para confundir ideologicamente a classe
social menos informada sobre a sua real finalidade em benefício do povo,
levando inclusive à fanatização, em razão da vinculação dele com pessoa ou
partido, sendo preciso a instituição de novo formato que possibilite forma de
trabalho e emprego em regiões carentes de desenvolvimento econômico. Acorda,
Brasil!
Brasília,
em 26 de agosto de 2018
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