A defesa do principal político brasileiro
decidiu mudar de estratégia e atrasar a ofensiva de recursos nos tribunais
superiores, como Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, na tentativa
de garantir a candidatura do petista ao Palácio do Planalto.
Certamente
com o aval do político, seus advogados resolveram pela mudança de tática depois
da manifestação do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas,
que pediu ao Brasil que não o impeça de concorrer à eleição até que o caso dele
transite em julgado, evidentemente quando inexistir mais possibilidade para recursos.
A
ideia petista é explorar politicamente ao máximo a questão suscitada pelo
aludido comitê, no processo que tramita no Tribunal Superior Eleitoral, quando há
16 contestações sobre a validade do registro da candidatura do político,
patrocinadas, entre outros, pela procuradora-geral da República e pelo
presidenciável do PSL, cujo prazo para recursos nesse sentido já terminou no
último dia 22, sendo que agora elas deverão ser examinadas pelo ministro-relator
do caso no TSE, obviamente depois da apresentação da manifestação das defesas.
Será
exatamente na fase da defesa que o PT pretende intensificar o discurso de que a
ONU defende a candidatura do ex-presidente.
Em
razão disso, a cúpula petista entende que há necessidade do prolongamento dos
prazos, o quanto for possível, sob o discurso de que o político é candidato
para tentar garantir mais força na transferência de votos do ex-presidente para
seu afilhado político, o ex-prefeito de São Paulo, que agora figura como vice
na chapa do PT ao Palácio do Planalto.
O
partido registrou a candidatura da chapa no último dia 15, exatamente no limite
do prazo legal, em outro movimento para elastecer a exposição do político como
candidato.
À
toda evidência, a estratégia das lideranças petistas é a de que, quanto mais
próximo ao primeiro turno se der a substituição do nome do político na urna
eletrônica, maior será a possibilidade de seu espólio eleitoral ser herdado pelo
vice, que deverá assumir a titularidade da candidatura, no caso da declaração de
inelegibilidade dele.
Nos
camarins da legenda, petistas admitem que dificilmente o Poder Judiciário vai
acatar a recomendação do comitê da ONU, mas ressaltam que é essencial a exploração
politicamente do fato, inclusive para ampliar a campanha internacional a favor
do líder da legenda, tendo como pano de fundo o fortalecimento do discurso de
que se trata de liminar do comitê da ONU, que precisa ser cumprida pelo Brasil,
já que o país se comprometeu com as regras da organização.
A
defesa já havia planejado ofensiva junto a diferentes tribunais superiores, com
o objetivo de se discutir a questão criminal e, por via de consequência, a sua
eventual situação de inelegibilidade insculpida na Lei da Ficha Limpa, que diz
claramente que aquele que for julgado e condenado por órgão colegial da Justiça
será considerado inelegível, desde a sentença condenatória, que é o caso do
político.
A
tática da defesa era já entrar com recursos contra a condenação no STJ e, em
seguida, no STF, em concomitância com a análise do pedido do registro da
candidatura pelo TSE.
Ou
seja, o adiamento da batalha jurídica nos aludidos tribunais
superiores servirá para que a estratégia no TSE ganhe mais visibilidade e
não acabe sendo escurecido, de forma prejudicial, pelos recursos impetrados nas
demais cortes.
Como
é sabido, a Lei da Ficha Limpa declara inelegíveis pessoas condenadas em
segunda instância por crimes como o de corrupção, que é o caso do político, que
foi condenado pela segunda instância, mais precisamente pelo Tribunal Regional
Federal da 4ª Região, a dose anos e um mês de prisão, com relação ao caso do
tríplex de Guarujá (SP).
O
PT pretende, basicamente, argumentar e defender, nos outros tribunais, que,
apesar de condenado em segunda instância, o processo referente ao político ainda
não transitou em julgado, havendo possibilidades de recursos, para se provar a
inocência dele.
O
certo é que a defesa pretende insistir que o político ainda não pode ser
considerado inelegível porque STJ e STF ainda não julgaram o caso dele, que tem
a finalidade de assegurar a garantia de que o TSE não o elimine da disputa
antes do pronunciamento desses tribunais, que, como se sabe, pela praxe, os
casos terminam prescrevendo, justamente por falta de decisão.
Não
obstante, a voz corrente de ministros dos tribunais superiores é de que a
candidatura do político não terá prosseguimento, diante dos obstáculos impostos
pela Lei da Ficha Limpa, sobrelevando o fato de que a legislação brasileira é
soberana e, apesar de o país ser signatário de tratados de direitos humanos, a
questão é objetiva acerca da lei brasileira. Com informações da Folhapress.
Quando
a Lei da Ficha Limpa estabelece exata e textualmente, para não se ter margem de
dúvidas e muito menos possibilidade de interpretação sobre o seu teor, que o
brasileiro que for condenado por órgão colegiado da Justiça passa a ser
inelegível, isso diz precisamente que o cidadão indicado pelo Partido dos
Trabalhadores está inexoravelmente sem condições legais e morais para ser
candidato a cargo público eletivo.
Por
via de consequência, não é aplicável a ele a comunicação vinda do Comitê de
Direitos Humanos da ONU, que menciona que o Brasil dê plenas condições para o
político exercer normalmente as condições de candidato a cargo público, quando
a citada lei já diz que ele é inelegível, ou seja, o político não pode se
candidatar, mas, por cristalinas teimosia e rebeldia, mesmo assim, ele apresentou
seu registro junto à Justiça especializada.
Como
corolário, a Tribunal Eleitoral apenas vai dizer, obviamente em consonância com
o rito processual legal, como é do seu dever constitucional, que o político é considerado
"ficha-suja", estando fora da lei, e não atende, no momento, aos
requisitos mínimos de idoneidade e conduta ilibada exigidos dos futuros representantes
delegados pelos brasileiros, em termos de lisura e imaculabilidade quanto às
suas atividades na vida pública, eis que ele, além de responder, como réu, na
Justiça, a cinco processos penais, pela suspeita da prática dos gravíssimos
crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e
tráfico de influência, já foi condenado à prisão, a mais de doze anos, pelos
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Diante
de tal circunstância, é possível a absoluta inferência de que há indiscutível
incompatibilidade da sua condição de réu perante a Justiça com a pureza moral
que o cidadão precisa comprovar, por exigência constitucional e legal, para o
exercício de cargo público eletivo, por ser requisito essencial de civilidade
democrática que se impõe para se autenticar o real valor da representatividade
política emanada pelo povo, que precisa ter a certeza de que a sua honra como
eleitor está sendo defendida por pessoa acima de quaisquer suspeitas ética e
moral.
As
escaramuças empreendidas pelos defensores do político preso não passam de
maquinações e artificialismos que buscam a exposição pública de quem vem
sangrando em praça pública, há bastante tempo, em termos morais, em que pesem
as argumentações e as manobras as mais estranhas e absurdas possíveis, tão
somente com a finalidade de prolongar a situação caótica que foi instalada no
seio da sociedade, que tem sido desrespeitada e desprestigiada com mentiras
sobre mentiras, diante da leviana insistência de candidatura inexistente, como
esclarecido acima.
Não
há a menor possibilidade de se prosperar candidatura de condenado nas mesmas
condições do político, que já tenha sido julgado na segunda instância, na
qualidade de órgão colegiado da Justiça, na forma do que estabelece, com muita
clareza, a lei aplicável à espécie, o que significa que todo e qualquer ato que
se vem sendo adotado, de forma desesperada, pelo partido e pelos defensores do
político não passa de engodo e enganação perante os seguidores dele, que estão
ávidos por que ele se torne candidato, quando se sabe que isso é totalmente
inadmissível, na forma do impeditivo prevista na Lei da Ficha Limpa.
A
verdade é que não existe a menor possibilidade de cidadão encarcerado puder
administrar uma nação, com as múltiplas e relevantes responsabilidades próprias
das políticas públicas de Estado, que precisam ser executadas no âmbito de
plenas liberdades, além de se imaginar que estar-se-ia diante de situação
inusitada em que um fora da lei se atrevesse a se aventurar a ser presidente da
República do país com as grandezas sociais e econômicas do Brasil, fato que
representaria gigantesco assombro perante o mundo, que tem outra visão moderna e
consentânea com a realidade sobre os acontecimentos político e administrativo,
principalmente no que se refere ao verdadeiro sentido do que sejam moralidade e
respeito aos sentimentos de dignidade aos princípios de um povo e da Nação. Acorda,
Brasil!
Brasília,
em 24 de agosto de 2018
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