segunda-feira, 27 de agosto de 2018

O herói ex-senador norte-americano


O Presidente dos Estados Unidos rejeitou divulgar comunicado preparado pela Casa Branca, que cognominava de "herói" o ex-senador John McCain, morto no último sábado, com quem ele manteve relacionamento político tenso, conforme noticiou o jornal Washington Post.
Após a morte do ex-senador, vários funcionários, entre eles a porta-voz da Casa Branca e o chefe de gabinete, defenderam a divulgação de comunicado oficial no qual o ex-senador era tratado como  "herói" e elogiava o seu serviço militar, em particular o desempenho no Vietnã, onde foi prisioneiro de guerra.
Não obstante, o presidente norte-americano não concordou com a versão final da declaração e disse que preferia redigir a mensagem na sua conta da rede social Twitter,
A publicação no Twitter do presidente dos Estados Unidos expressava mensagem paupérrima e mais sucinta possível, apenas dizendo: "mais profunda compaixão e respeito pela família", ou seja, nem um mero desconhecido se sentiria tão desprestigiado com mensagem tão lacônica e protocolar, totalmente dispensável, por ser singela e econômica como foi vazada, que teria sido bem melhor se o porteiro da Casa Branca tivesse tido a incumbência de enviar mensagem de pêsames.
A decisão do presidente norte-americano simplesmente rompe com o protocolo seguido pelos presidentes dos Estados Unidos que, por norma, enviam à comunicação social nota de pesar na qual destacam as realizações e as conquistas de personalidades proeminentes após a sua morte.
          Os dois últimos presidentes norte-americanos, um republicano e o outro democrata deverão fazer discurso de despedida fúnebre durante a cerimônia, a pedido do ex-senador.
A imprensa informou que o ex-senador pediu especificamente que o presidente norte-americano fosse impedido de participar da cerimônia fúnebre. Com informações da Lusaweb. 
Ao contrário do que o presidente norte-americano imagina, ao impedir de serem mostradas as qualidades de verdadeiro herói do ex-senador, ele evidencia o autêntico tamanho da sua mentalidade política, de estadista sem sentimentos, vingativo e antipatriota, mesmo porque ninguém melhor do que a imprensa daquele país para dizer que a figura do ex-senador McCain é realmente digna de ser destacada, na sua despedida terrena, como herói de guerra como foi verdadeiramente, por ter se acidentado em queda do avião que pilotava, preso e torturado pelos inimigos, quando lutava por sua pátria, em uma guerra das mais cruéis da história dos conflitos bélicos, de onde ele saiu com graves sequelas em seu corpo.
O presidente norte-americano perde importante oportunidade para homenagear um autêntico herói compatriota, que deu, literalmente, seu sangue à pátria, sendo merecedor do reconhecimento e da gratidão do povo norte-americano.
O ex-senador McCain é digno de exemplo para seu povo, não somente por seus atos de bravura de guerra, mas principalmente por ter contribuído, de forma digna e elegante, para o desenvolvimento dos princípios democráticos, quando disputou a Casa Branca em memorável batalha contra o ex-presidente Barack Obama, tendo perdido o pleito para grande presidente, além de ter exercido, por 35 anos, com destaque e desenvoltura, o relevante cargo de senador por seu país.
Brasília, em 27 de agosto de 2018

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