O
senador tucano por Minas Gerais anunciou que vai disputar a eleição para
deputado federal, por seu estado.
O
parlamentar ponderou, por longo tempo, se tentaria a reeleição ao Senado
Federal, se disputaria vaga à Câmara dos Deputados ou mesmo se ficaria de fora
da eleição deste ano.
Com
a decisão de se candidatar à Câmara dos Deputados, o tucano opta por caminho
que imagina ser mais seguro do que a disputa à eleição majoritária ao
Senado.
A
intenção do tucano era de não deixar a vida pública em meio às acusações sobre
a sua nebulosa participação no imbróglio revelado pelas delações da JBS, em que
ele teria recebido propina, fazendo uso do cargo de senador.
O
senador tucano disse que irá disputar uma vaga na Câmara com o objetivo de
ampliar o campo de apoio à candidatura do governo tucano em Minas Gerais.
O
tucano afirmou que "Não foi, como
podem imaginar, uma decisão fácil. Por um lado, porque todas as pesquisas
realizadas até aqui apontam meu nome entre os mais bem avaliados na disputa
para o Senado. Por outro, porque estão vivas na minha memória as inúmeras
manifestações de estímulo que tenho recebido de lideranças dos mais variados
setores e de todas as regiões de Minas".
Em
documento, o senador tucano disse ainda ser alvo de “ataques violentos e covardes” e que está seguro de que vai provar a
correção de seus atos.
Ele
disse que "Farei isso, em respeito à
minha trajetória política, à minha família e a todos que me levaram a conduzir
o que muitos consideram o mais exitoso governo da nossa história recente”.
A
Procuradoria Geral da República garante que a participação do senador visava à
negociata de propina, mas ele acredita que foi apenas uma operação de
empréstimo, para o pagamento de advogados e ainda envolvia o negócio de um
apartamento.
A
verdade é que os fatos mostraram que não havia, entre ele o empresário,
qualquer conversa lícita, sobressaindo ali o fedor pútrido da lama da corrupção,
própria das negociatas políticas e isso não condiz com o exercício de qualquer
cargo público, muito menos com relação ao Parlamento, onde se exige a participação
de homens públicos de conduta e idoneidade comprovadas e acima de quaisquer suspeitas.
A
tentativa da conquista do mandato de deputado federal pode ser mais fácil, exigir
menos votos, por meio da combinação dos coeficientes eleitorais, e assim ter a garantia
da continuidade do foro privilegiado, caso os eleitores mineiros sejam
condescendentes com a desgraça da corrupção e ainda cúmplices com a indignidade
na política, para apoiar homem público absolutamente desmoralizado e sem
caráter.
O
melhor sentimento que se permite projetar, no momento, é o de que o tucano seja
fragorosamente derrotado nas urnas e obrigado a se despedir melancolicamente da
vida pública, em definitivo, caso os eleitores mineiros tenham o mínimo de
dignidade, tendo em vista que a explícita demonstração de indecência moral não
poderia ter sido melhor caracterizada no vídeo que foi escancarado à saciedade.
É
de se lamentar ainda que a legislação eleitoral não contemple a proibição de
homens públicos notoriamente sem moral, como no caso do tucano, serem impedidos
peremptoriamente de se candidatar a cargo público eletivo, enquanto não se encerrar
a ação na Justiça, caso em que isso poderia contribuir para a moralização do
sistema político-eleitoral e a assepsia da administração pública.
Só
em pensar que Minas Gerais é berço de plêiade da melhor cepa de ilustres homens
públicos brasileiros, que dignificaram na vida pública com competência,
sabedoria e responsabilidade patriótica, da estirpe do brilhante e honrado
Juscelino Kubitscheck, passando por Tancredo Neves, que deve ter perdido o
juízo, se é que fantasma o tenha, depois da inconcebível e monstruosa desmoralização
protagonizada por seu netinho, os mineiros têm motivos generosos para mostrarem
ao mundo o que realmente merece o homem público que foi capaz de se prostituir
e se enlamear em troca de algumas malas de dinheiro sujo, naturalmente com o
pagamento da influência advinda do poder da República.
É
preciso que os mineiros mostrem o seu caráter e a sua dignidade, para negarem seu
apoio, nas urnas, a homem público que não deveria sequer se candidatar, em respeito
à honradez dos mineiros, caso ele tivesse um tantinho de sensibilidade e dignidade,
porque a sua melhor escolha, em termos políticos, teria sido deixar a vida
pública logo imediatamente à exposição do famigerado vídeo, na imprensa, dando
conta do seu vexaminoso envolvimento com a sujeira da corrupção.
A
verdade é que, se o político mineiro tivesse o mínimo respeito para com o seu
semelhante nem mesmo seria capaz de aparecer em público, tendo em vista que a
sua atitude não condiz com os princípios próprios de ser humano, que jamais
seria capaz de usar o relevante cargo público de senador da República,
honradamente delegado pelos respeitáveis mineiros, para negociar propina, evidentemente
de forma espúria.
Conforme
mostram os fatos, o senador mineiro responde a vários processos no Supremo
Tribunal Federal, sob suspeita do seu envolvimento em episódios escusos, mas
ele aproveita o benefício do foro privilegiado para se livrar dos processos, na
esperança de que tudo fique no mesmo, numa boa, considerando a falta de caráter
que vem imperando na classe política tupiniquim.
À
toda evidência, é extremamente desonroso político aprontar, se envolvendo em casos
escabrosos, e ainda se apresentar aos eleitores, com a cara mais deslavada do
mundo e alegando, pasmem, ser alvo de “ataques
violentos e covardes e que está
seguro de que vai provar a correção de seus atos”, dando a entender ainda
que ele passou a ser vítima, ou seja, ele teria agido de forma absolutamente lícita
e não é merecedor de qualquer suspeita de irregularidade.
Sob
o prisma da moralidade e da dignidade, os
mineiros precisariam ser extremamente ingênuos e imbecis para acreditarem em
argumentações indecentes, desonestas e agressivas como essas, por evidenciarem
exatamente o contrário dos fatos tristes e deprimentes mostrados no vídeo,
cujas imagens e legendas retratam com inexorável fidelidade o nível de quem não
teve a mínima consideração para com aqueles que o conduziram ao Parlamento, que
foi igualmente desonrado como
instituição pública, que não merece ser integrada por quem demonstrou extrema
fraqueza moral, no exercício de cargo da maior relevância da República.
Esperam-se
que os mineiros demonstrem seus verdadeiros princípios de dignidade e caráter, bem
assim de responsabilidades cívica e patriótica, para promoverem a devida
justiça nas urnas, eliminando da vida pública pessoa que já demonstrou, de
forma cabal e definitiva, não ter as necessárias condições e qualificações
morais para representar o povo de Minas Gerais, já que o Poder Judiciário foi
absolutamente omisso, por permitir que criminoso, antes de ser julgado, possa
se candidatar a cargo público eletivo. Acorda, Brasil!
Brasília,
em 9 de agosto de 2018
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